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A Taça Manuel Agrellos vista pelos rookies
17/12/2014 17:55 Rodrigo Cordoeiro
João Girão, Francisco Oliveira, Pedro Lencart e Renato Ferreira / © SOFIA CÂMARA

João Girão, Francisco Oliveira, Renato Ferreira e Pedro Lencart falam da experiência no Montado

Na equipa amadora da Federação Portuguesa de Golfe que segunda e terça-feira defrontou a sua congénere da PGA Portugal na 3ª Taça Manuel Agrellos, houve quatro jogadores que participaram pela primeira vez nesta Ryder Cup à portuguesa. 

Renato Ferreira, de Miramar, 18 anos, foi a grande surpresa na convocatória: “Foi a primeira vez que me chamaram para representar a selecção portuguesa. Sinceramente, de todos os torneios em que poderia ser chamado, seria a primeira opção”, afirmou ao GOLFTATTOO. 

“Foi uma boa experiência, a maior parte das pessoas não me conhecia, eu também não os conhecia”, continuou. “Deu para interagir. São boas pessoas, dentro e fora do campo, e são bons jogadores”, acrescentou. 

O momento mais alto da participação de Renato Ferreira foi a vitória, em fourball, em parceria com João Girão, do Oporto, frente aos profissionais Hugo Santos/Sérgio Ribeiro, por 3/1. Mas ter jogado a partida de singles frente a Pedro Figueiredo, também constituiu um momento memorável, mesmo que o resultado tenha sido uma derrota no 13º buraco, por 6/5. 

“Limitei-me a ver jogar”, conta. “Eu joguei bem, fiz 1 acima, mas o Pedro fez 5 abaixo, não tive qualquer hipótese. Foi ver um dos melhores jogadores portugueses da actualidade jogar muito bem – e valeu a pena.” 

João Girão, 17 anos, também ele um estreante na competição, foi o parceiro de Renato Ferreira nas duas sessões de pares. E se, como acima foi referido, os dois bateram Hugo Santos/Sérgio Ribeiro em fourball, já nos foursomes perderam para Pedro Figueiredo/Hugo Santos, por 3/2. 

“O Renato, que foi o elemento-surpresa da selecção, jogou muito bem, fiquei surpreendido”, elogia João. “Isso ajudou imenso: quando se confia no parceiro para fazer os pares e os birdies, é maior o à-vontade para atacar os drives e os putts.” 

João Girão, vice-campeão nacional absoluto em 2013 e 4º em 2014, fez a sua estreia só agora porque não o pôde fazer em 2013, em virtude de na altura estar a jogar o International da República Checa. O que achou ele, então, da Taça Manuel Agrellos? 

“É sempre engraçado, gosto de jogar nestes torneios por equipas, em que puxamos uns pelos outros, ainda para mais quando se joga com os melhores portugueses”, disse. “Sabemos que quando jogamos bem nem sempre conseguimos levar a vitória, e isso faz com que nos esforcemos ainda mais e que o jogo tenha muita emoção.”

Nos singles, João mediu forças com Gonçalo Pinto, perdendo no 18 por 1 down. “O Gonçalo Pinto é muito forte, falha poucos greens, é bom no putting, enfim, é díficil jogar contra ele, mete muita pressão no adversário. Dei o meu máximo”, sintetiza. 

Francisco Oliveira, também de 17 anos, do clube tricampeão nacional, Vilamoura, também foi um estreante e, como Renato Ferreira e João Girão, ganhou um match e perdeu dois. Nos pares, sempre ao lado do seu companheiro de clube Vítor Lopes, perdeu em fourball (diante de Tiago Cruz/Nelson Cavalheiro) e ganhou em foursomes (frente a João Carlota/Nelson Cavalheiro). 

“É um torneio engraçado, para conviver com os profissionais”, considera Oliveira. “Senti que aprendemos todos e que é sempre uma boa experiência quando se joga contra os profissionais, que supostamente são mais experientes do que nós. Mas eles também aprendem algumas coisas connosco.” 

Francisco Oliveira jogou os singles frente a António Sobrinho. Ganhava 2 up após 14 buracos, mas o seu adversário, 11 vezes campeão nacional de profissionais, fez birdies no 15, 16 e 18 para ganhar o match. “A experiência levou a melhor”, reconhece. “Posso ter tido um pouco de azar nos últimos buracos, fiz duas gravatas no 16 e no 17…” 

Pedro Lencart, do Miramar, bicampeão nacional no escalão de sub-14, completou o quarteto de rookies na Taça Manuel Agrellos. Vistas as coisas pelo lado positivo, só perdeu um match. Vistas pelo lado negativo, não ganhou nenhum. Foi assim: dois empates e uma derrota. Mas a sua maturidade e consistência não deixou de espantar os profissionais. É, de facto, uma grande promessa do golfe nacional. 

Um dos ídolos de Pedro Lencart, de Miramar, sempre foi Pedro Figueiredo. Pois na abertura do encontro, em fourball, teve oportunidade de jogar contra o próprio. Formou equipa com Tomás Bessa, ao passo que Figueiredo evoluiu ao lado de Gonçalo Pinto. E o match terminou empatado quando os dois profissionais fizeram três putts no 18 para perderem o buraco. 

“Foi uma experiência óptima”, assegura Pedro Lencart. “Ele [Figureiedo] não estava nos melhores dias, mas foi muito bom, fomos falando durante o encontro e claro que aprendi. Afinal, estávamos a jogar com os melhores portugueses – e alguns competem nos circuito internacionais.” 

Sempre com Tomás Bessa, Pedro Lencart perdeu na parte da tarde, em foursomes, perante António Sobrinho/Miguel Gaspar. “Jogámos mais ou menos bem, mas falhámos muito putts curtos e demos muitas hipóteses de eles ganharem buracos”, resume. 

Finalmente, nos singles, Pedro Lencart enfrentou Nelson Cavalheiro, o mais novo dos participantes frente ao mais velho. Match que terminou empatado…

A Taça Manuel Agrellos terminou com a vitória da PGA Portugal por 13,5-6,5, no cômputo das 20 partidas realizadas. Mas nenhum destes quatro rookies dirá que foi uma semana perdida.