No último torneio como amador, Ricardo Melo Gouveia contribui para vitória europeia na Palmer Cup
Na derradeira jornada deste match entre as selecções universitárias dos Estados Unidos e da Europa, no Walton Heath Golf Club, em Inglaterra, Ricardo Melo Gouveia bateu (3/2) o norte-americano Stewart Jolly contribuindo assim com três pontos em quatro possíveis para o triunfo dos europeus, que venceram 8 dos 10 duelos de singulares do último dia e estabeleceram o resultado final em 18,5-11,5.
Neste seu último torneio como amador, Melo Gouveia recebeu ainda o Michael Carter Jr. Award, troféu atribuído pela equipa americana (jogadores e treinador) ao europeu que melhor representa o espírito da Palmer Cup. “Fiquei muito sensibilizado”, reconheceu na sua conta no Facebook.
Também Pedro Figueiredo (ex-Universidade California Los Angeles, UCLA) recebera tal distinção em 2013, na primeira ocasião em que um português foi convocado. A diferença é que, na edição anterior, no Wilmington Country Club (Delaware, EUA), foram os Estados Unidos que venceram, por 20,5-9,5. Notável para o golfe português.
Este ano, a Europa resolveu desforrar-se – e bem. Não estabeleceu um novo recorde na prova, mas a diferença de 7 pontos foi a segunda maior vantagem europeia de sempre, só superada pelo triunfo de 2006, na Escócia, por 19,4-4,5, quando se realizavam apenas 24 encontros em vez dos actuais 30 (10 partidas de pares em foursomes e em fourball e 20 de singulares).
A Palmer Cup, que replica a Ryder Cup para o universo do circuito universitário norte-americano, remonta a 1997, mas até 2002 o adversário dos EUA era a Grã-Bretanha-Irlanda. Assim, desde que entrou, em 2003, a Europa venceu sete vezes e os EUA cinco vezes.
Ricardo Melo Gouveia despede-se assim, de forma brilhante, da sua carreira amadora, ainda que menos de duas semanas antes tenha falhado o cut no British Amateur, prova em que já tinha sido oitavo-finalista. E despede-se ocupando a 57ª posição no ranking mundial amador, mas tendo batido em dias sucessivos, na Palmer Cup, os números 18 (Brandon Hagy) e 21 (Stewart Jolly) da tabela.
“Foi uma semana inesquecível na minha vida, com companheiros de equipa e adversários que serão amigos para sempre”, acrescentou Melo Gouveia no Facebook. “Na hora da despedida como amador, gostaria de agradecer a todos os que me ajudaram ao longo destes anos, que me apoiaram nos bons e maus momentos e me ajudaram a ser quem sou. Agora chega a hora de continuar a lutar pelo meu sonho e dedicar-me 110%.”
Em representação, nos últimos três anos, dos Knights da Universidade de Central Florida (UCF), Melo Gouveia venceu cinco títulos individuais em torneios do circuito universitário norte-americano, jogou dois NCAA Championships (final da Divisão 1 do circuito universitário dos EUA) e atingiu, em 2012, os quartos-de-final do US Amateur, na primeira vez em que houve portugueses a jogar este prestigiado torneio – Pedro Figueiredo também participou nesse ano, mas não passou o cut.
Em termos nacionais, foi campeão nacional amador absoluto em 2009, campeão nacional de clubes por Vilamoura e várias vezes internacional pela selecção nacional portuguesa da FPG em Campeonatos da Europa e do Mundo.
O golfe português vai agora seguir atentamente os seus primeiros passos como profissional. Assim esteja ele à altura das expectativas.
