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Miguel Albuquerque dá a cara pelo golfe
04/08/2015 19:32 Hugo Ribeiro
Domingo: Albuquerque entrega troféu ao vencedor, Roope Kakko / © Hélder Santos - AS Press

Governo Regional mantém aposta na modalidade e no Madeira Islands Open BPI

O presidente do Governo Regional da Madeira vê potencialidades no golfe como um meio privilegiado de promoção turística da Região Autónoma da Madeira e na cerimónia de entrega de prémios da 23.ª edição deu a entender claramente que haverá um 24.ª Madeira Islands Open Portugal BPI, de preferência de novo em julho. 

“Vamos prosseguir o trabalho de promoção da Madeira, também no âmbito do golfe, que penso que é muito importante”, disse Miguel Albuquerque no seu discurso. 

Tratou-se de uma novidade importante, dado que o anterior presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, que também apoiou o evento, não tinha o costume de discursar nas cerimónias de prémios do torneio português do European Tour, de 600 mil euros em prémios monetários, organizado pelo Clube de Golfe do Santo da Serra (CGSS). 

Em declarações ao Gabinete de Imprensa da PGA de Portugal, Miguel Albuquerque acrescentou: “Está um tempo lindo, isto tem uma paisagem fantástica e, não minimizando os outros, é dos campos mais bonitos do Mundo. Tem sido uma grande promoção da Madeira e nós estamos a recuperar. Tivemos um ano turístico muito bom e as expectativas são muito boas para o próximo ano. Temos de apostar na promoção e uma das formas de fazê-lo é através do golfe, da natureza, do património, esse é o segredo da Madeira.” 

José Maria Zamora, o diretor de torneios do European Tour, concretizou no seu discurso essa promoção, com um dado quantitativo impressionante: «As imagens de televisão no programa de highlights vão chegar a mais de 450 milhões de lares em todo o Mundo.” 

Na realidade, o Gabinete de Imprensa da PGA de Portugal teve acesso a um documento fornecido pelo European Tour ao CGSS que mostra que esse programa com o resumo do torneio atinge um público potencial de “466.657.097 lares” em todo o Mundo. 

Por curiosidade, diga-se que na Finlândia, a pátria do vencedor, Roope Kakko, o resumo foi transmitido pela estação de televisão Viasat Golf, que alcança 700.043 lares. 

O programa é distribuído em toda a Europa, América do Sul e do Norte, África, Médio e Extremo Oriente e Australásia. 

Em relação a março deste ano, houve uma expansão na exposição televisiva dos conteúdos produzidos pelo European Tour Productions, subindo de 429 milhões para os atuais 466 milhões de lares. 

E estamos a falar apenas de televisão, porque na internet o impacto é igualmente importante, atingindo vários milhões de internautas. 

O presidente do CGSS, António Henriques, em declarações à RTP Madeira, deu um exemplo significativo: “O jornalista do European Tour divulgou na internet um artigo sobre sete razões para visitar a Madeira e teve mais de 200 mil visualizações, o que é extraordinário.” 

“Não teríamos hipóteses de chegar com a Madeira a todos os pontos do Mundo com estes custos insignificantes – permitam-me a imodéstia – da realização deste evento”, acrescentou. 

Depois do mau tempo que assolou o torneio em 2014 e março de 2015, a ‘recalendarização’ do evento (inédita na história do European Tour) para finais de julho e inícios de agosto levou os responsáveis a entender que seria melhor tentar manter uma data semelhante para os próximos anos. 

O European Tour tem o costume de reservar as datas estivais para torneios com prémios superiores a um milhão e meio de euros mas António Henriques está esperançado de que tal possa ser possível e teve boas indicações de José Maria Zamora: “Nós, clube, o European Tour e o Governo Regional estamos todos empenhados para calendarizarmos mais próximo desta data, de forma a que possamos extrair o máximo aproveitamento da qualidade deste espetáculo. É um dado inquestionável que o agendamento deste torneio terá de rondar estas datas.” 

A confiança é tal, que já se fala em 2017: “Há uma promessa do European Tour que algo se fará para se festejar condignamente a 25ª edição deste torneio.” 

Miguel Albuquerque, por seu lado, não quer pronunciar-se sobre questões técnicas: “As decisões estratégicas devem ser tomadas pelo clube e por quem está ligado ao setor e depois nós decidimos.” 

Mas o presidente do Governo Regional não quis deixar de agradecer a todos aqueles que possibilitaram a organização da prova pela segunda vez na presente temporada, um esforço financeiro notável. 

“Houve um trabalho muito importante da Federação Portuguesa de Gofe, do CGSS, houve um esforço conjugado de todas as entidades no sentido de conseguirmos realizar o torneio este ano”, sublinhou. 

A menção de Miguel Albuquerque à FPG é importante, porque foi muito pouco falado nos media na semana passada, mas a FPG logrou um apoio significativo do Instituto Português do Desporto e Juventude. 

Apoio fundamental para os jogadores portugueses, com destaque para Ricardo Melo Gouveia, o único português a figurar (para já) no top-60 do ranking olímpico. O 25º lugar (empatado) na Madeira permitiu-lhe subir 1 posição esta semana, para o 43º posto. Se os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro se realizassem agora, teríamos um português no torneio de golfe. 

Mas não foi só “Melinho” a beneficiar deste torneio. “Quatro portugueses nos primeiros 25 lugares? É a primeira vez que tal acontece (em torneios do European Tour) e isso é um sintoma de que os nossos profissionais estão a melhorar. Este ano temos tido resultados espetaculares”, congratulou-se Manuel Agrellos, numa entrevista concedida à SportTV. 

Também José Correia, o presidente da PGA de Portugal, em declarações à RTP Madeira, falou da relevância do evento para os jogadores nacionais, sobretudo aqueles que querem usar o Challenge Tour como rampa de lançamento para o European Tour. 

“O golfe português está de parabéns”, frisou José Correia, “com 5 jogadores apurados para o fim de semana, com dez a jogarem o torneio, com um top 10 para o Tiago Cruz. Este torneio é muito importante para os nossos jogadores. É o torneio mais forte do Challenge Tour, são 500 mil euros para este circuito (600 mil para o European Tour). É muito dinheiro para estes jogadores, é o major do Challenge Tour. A Madeira merece receber este torneio e continuar a organizá-lo por muitos mais anos.”