
O Porto Santo Golfe estende-se da ponta sul da ilha até às falésias da costa norte
O Porto Santo Golfe ostenta, entre os seus 18 buracos, uma série deles que estarão entre os mais deslumbrantes do mundo, com destaque para os 13, 14 e 15, jogados no topo de falésias, o mar 150 metros lá em baixo. E que dizer do 16, cuja zona de saída, situada na área mais elevada do campo, oferece uma dupla panorâmica do oceano, dos lados norte e sul da ilha?
“Nesta parte do campo, existe a tendência para os jogadores ficarem cinco a dez minutos a tirar fotografias, ou sentados na relva a olhar para o mar, pelo que, por vezes, colocamos lá um marshall, para controlar o ritmo de jogo e, se for necessário, acelerá-lo”, conta o director-geral, Andrew Oliveira.
Inaugurado em 2004, o Porto Santo Golfe é hoje a segunda grande atracção da ilha, logo a seguir à sua praia de nove quilómetros de areia fina, dourada e de características terapêuticas. O objectivo que lhe presidiu foi o de combater a sazonalidade, alternando o destino de férias no Verão com o destino de golfe no Inverno.
“Neste momento, estamos a recolher os frutos de uma operação com a Dinamarca, que começou em Janeiro do ano passado e que deverá prolongar-se até 2021”, informa Andrew Oliveira. “Com ela garantimos cerca de vinte mil voltas anuais, havendo alturas em que temos 220 jogadores por dia. A terceira época começa já a 29 de Setembro e vai até Maio. Tudo isto mexe muito, pela positiva, com a economia da ilha.”
Propriedade da Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo, foi desenhado pelo lendário Severiano Ballesteros (falecido em 2011, com 51 anos). Muitas vezes errático do tee ao green mas capaz das mais inacreditáveis recuperações, o espanhol concebeu um campo tão pouco convencional como o seu jogo, com seis buracos de par-5, seis de par-4 e outros seis de par-3, para um Par 72 e comprimento de 6474 metros.
O nome de “Seve”, ou “El Matador”, constitui aliás um belo cartão de visita. Na entrada da clubhouse, em jeito de homenagem, um alto relevo metálico recorda a sua a imagem de marca: a silhueta do próprio no icónico gesto de vitória no The Open Championship de 1984, em St. Andrews, um dos cinco torneios do Grand Slam por ele conquistados.
No sentido em que não é de montanha e tem pouca ou nenhuma vegetação, apenas palmeiras, revela-se um campo diferente dos outros dois da Madeira – o Palheiro e o Santo da Serra. O terreno onde se desenrola, desde as imediações da capela de São Pedro até à zona das Marinhas, não deixa, porém, de ser acidentado. Um exemplo é o 18, a descer acentuadamente e com vários declives, a fazer lembrar o escorrega de um parque aquático.
Amplo nos fairways, mas com greens pequenos, ondulados e duros, com lagos e grandes bunkers (obstáculos de areia) a entrarem em jogo – assim é, em termos gerais, o championship course do Porto Santo Golfe, que desde 2009 passou a integrar com regularidade o top-100 dos melhores campos da Europa Continental, pela prestigiada revista mensal britânica Golf World.
No entanto, os seus 18 buracos dividem-se em duas partes distintas. A primeira metade, designada de campo Sul, mais ao estilo americano, é pontuada por lagos, sob a imponência dos picos do Castelo e do Facho, com a praia à direita e, lá mais ao fundo, o ilhéu da Cal. A segunda metade, campo Norte, vai-se afastando até chegar às escarpas rochosas da outra ponta, antes de regressar novamente ao ponto de partida, na base do Pico de Ana Ferreira,
Já recebeu torneios importantes – foi palco por três vezes do Madeira Islands Open (2009, 2010 e 2011), pontuável para o European Tour, o principal circuito europeu de profissionais. Em 2006, recebeu o Campeonato Internacional Amador de Portugal e, em 2009, Ricardo Melo, Gouveia, o melhor jogador profissional português nos últimos três anos, ganhou aqui o seu único título de campeão nacional amador.
O Porto Santo Golfe inclui ainda um percurso de 9 buracos de par-3, que em 2009 recebeu a primeira edição do Campeonato Nacional de Pitch & Putt.
A grandiosidade do traçado estende-se ao driving range (campo de treino) – com 300 metros de comprimento e 100 de largura; e à clubhouse, situada na confluência dos buracos 1, 9, 10 e 18. O design da clubhouse enquadra-se harmoniosamente na paisagem, com as suas paredes de pedra calcária, madeira natural e moderna mobília de verga.Possuindo dois pisos, cada um deles com a sua zona de restauração, tem uma ampla varanda em L, que proporciona uma excelente panorâmica do campo e da própria ilha. Está ainda equipada com jacuzzi, sauna e banho turco, para além de excelentes balneários para senhoras e cavalheiros.
Ainda assim, mudanças e melhorias estão a ser feitas, como adianta Andrew Oliveira. “Na manutenção do edifício, naturalmente, mas também na entrada, que passará a ser feita já não pela porta principal mas pela loja de golfe , que é uma das nossas prioridades. Também já renovámos a nossa frota de buggies e agora preparamo-nos para investir na maquinaria do campo.”
Definitivamente, este é um campo que não se deixa ficar para trás.
FICHA TÉCNICA
Inauguração: Outubro de 2004
Investimento: 25 milhões de euros
Localização: Sítio das Marinhas, Porto Santo
Proprietário: Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo
Arquitecto: Severiano Ballesteros
Director-geral: Andrew Oliveira
Head-Pro: Andrew Oliveira
Par: 72
Comprimento: 6474 metros
Facilidades: Driving range, putting green, area de treino de jogo curto, percurso de 9 buracos de par-3
Preços de Balcão
18 buracos: €75
9 buracos: €45
9 buracos no campo de par-3: €25
Cartões de acesso*
Anual: €650
Sazonal: €340
Empresas: €1630
*Habilitam os titulares à utilização do campo de golfe, das áreas sociais e dos balneários em regime de livre acess