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Vem aí o West Cliffs, irmão de Praia D’El Rey
23/03/2017 14:10 RODRIGO CORDOEIRO
No West Cliffs, o mar é visível em todos os buracos, aqui se percebe porquê / © D.R.

Novo campo de golfe na Costa de Prata, em Óbidos, abre em Junho

Sabia que a norte do Algarve o campo de golfe que mais voltas faz anualmente no país é o do Praia D’El Rey Golf & Beach Resort, em Óbidos? Segundo dados do CNIG, foram 38.000 em 2016. Nos últimos 10 anos nunca ficou abaixo das 35.000 e já ultrapassou algumas vezes as 40.000 (o mercado nacional é residual – apenas 8 por cento, incluindo os sócios portugueses do respectivo clube de golfe, chamado Vale de Janelas). 

Estamos porém perante um complexo turístico que devido a vicissitudes várias foi tomado em 2014 pela Oxy Capital, sociedade gestora de fundos de Private Equity com presença em Portugal e em Itália. Que entretanto desenterrou da gaveta o projecto de um outro campo de golfe que levou 14 anos a desenvolver e aprovar mas que os anteriores donos (da Golf Béltico) não tiveram depois capacidade de executar. 

Os 18 buracos do vizinho West Cliffs Golf Links e clubhouse estão previstos abrir em Junho. Oferecendo uma localização privilegiada e exclusiva, o campo irá situar-se no coração de um novo resort de 200 hectares, o West Cliffs Resort, adjacente a um trecho de 2,5 quilómetros de falésias douradas e costa atlântica, com hotel de cinco estrelas e villas, mas com uma densidade de construção de um terço em relação à de Praia D’El Rey. 

O percurso, com vista de mar em todos os buracos, tem a assinatura de Cynthia Dye, sobrinha daquele que é um dos monstros sagrados do design de campos de golfe, o norte-americano Pete Dye. É o primeiro traçado “Dye” em Portugal e apenas o quarto na Europa, vindo reforçar o cluster de golfe nesta parte da Costa de Prata com quatro campos (Royal Óbidos, Guardian Bom Sucesso, Praia d’El Rey e agora West Cliffs) a cinco minutos de distância entre eles.


O processo de design exigiu um estudo cuidadoso e a longo prazo das condições do local, características e restrições. O projeto evoluiu através de muitas análises e revisões exaustivas com as autoridades locais e até ministérios nacionais, a fim de assegurar a mínima perturbação do ambiente e a criar uma ligação harmoniosa e sustentável numa localização invejável, protegendo áreas de bacias de drenagem existentes, fósseis de dinossauros e pinheiros patrimoniais. 

“A nossa visão foi a de construir um campo de golfe que se encaixasse perfeitamente no ambiente natural e que oferecesse uma experiência de golfe verdadeiramente maravilhosa”, explica Francisco Cadete, diretor de golfe de Praia D’El Rey e de West Cliffs. “Assim, não mexemos em quase nada. Mantiveram-se as dunas todas e a vegetação – temos inclusivamente alguns buracos com vegetação no meio do fairway”, acrescenta.

Vai mais longe e acredita mesmo que a natureza original da área acabou por ser reforçada, porque antes do pinheiro e do eucalipto esta era uma zona costeira de vegetação rasteira, e na decapagem do terreno para o campo de golfe foi feita a recolha de sementes nativas, que voltaram a ser colocadas no solo nos arranjos finais, acabando-se com tudo o que eram acácias e chorões, que são infestantes. 

Cynthia Dye corrobora-o. Ela nunca imaginou, até há ano e meio, que o projecto alguma vez avançasse: “Com o Atlântico visível de todos os buracos, West Cliffs é o campo mais natural que se pode imaginar. Uma das suas características mais impressionantes é o quão ancorado está ao seu ambiente nativo costeiro. O terreno é espantoso. Na larga maioria dos buracos, foi necessário apenas situar os greens com um pouco de shaping e depois definir os limites de arrelvamento. Basicamente, o campo já estava ali à nossa espera.” 

Com cinco tees em cada buraco, relva festuca nos fairways e agrostis nos greens, o campo terá um par-72 e um máximo de 6382 metros (das saídas pretas), pelo que não é um comprido. “É emocionante e dramático, mas ao mesmo tempo foi concebido de tal forma que pode ser apreciado por jogadores de todos os níveis. Num dos locais de golfe mais espetaculares da Europa, vai ser muito divertido de jogar e mal posso esperar para ver as reações dos golfistas quando chegarem aqui e verem o que criámos”, diz o director.


Como jogador de golfe, Francisco Cadete afiança que vai ser mais fácil do que Praia D’El Rey, pois a partir do momento em que se chega ao fairway, não haverá grande dificuldade – os jogadores ficam então com shots relativamente curtos aos greens. Estes são maiores que os do seu vizinho-irmão, mais largos, ondulados mas não dramáticos. E sejam quais foram os ventos dominantes, os buracos são a favor ou contra, é raro haver ventos transversais. 

Em termos de obstáculos de água, existem três lagos, um de grandes dimensões ao longo de todo o lado direito do buraco 3; outro no 9, um par-4 curto com dog-leg, em que os jogadores mais compridos podem arriscar ir para o green por cima da água; e um terceiro no 18. 

Para Cynthia, “o traço arquitectónico mais distinto do campo é a colecção de bunkers com perímetros irregulares misturados e ditados pela vegetação nativa. Será uma experiência muito dramática para os jogadores”. 

Exigência física? “Não é difícil fazer-se a pé, mas estimamos que quase metade dos jogadores venham a utilizar buggies, contra 25 por cento em Praia D’El Rey. O mais complicado são as ligações entre o 15 e o 17, que são algo acidentadas”, esclarece o director. 

O campo começou a ser promovido em Novembro do ano passado apenas nos operadores e neste momento já está a ser divulgado junto do público. “Começámos a aparecer nas revistas inglesas, alemãs, suecas”, explicita, acrescentando: “Pelo facto de estarmos a vender este novo campo nota-se um incremento nas vendas, estamos muito acima do ano passado, porque não há campos a abrir e trata-se de um produto novo, que transmite ser muito bom, com um enquadramento fora-de-série.”


A clubhouse foi desenvolvida pelos prestigiados escritórios de arquitectura Sua Kay (projeto-geral) e Blue Office (design interiores) e o seu conceito arquitectónico baseia-se na relação com a natureza. Aproveitando a luz natural e aumentando o ambiente panorâmico marítimo, o edifício é coberto com grandes superfícies envidraçadas. Varandas e terraços foram feitos com materiais naturais, como a madeira, traduzindo-se em altos níveis de qualidade, conforto e um ambiente eco-amigável. 

A clubhouse tem dois pisos, incluindo todos os serviços ligados ao campo de golfe, a loja de artigos e áreas de actividades sociais, que inclui um amplo bar com vista panorâmica sobre o campo de golfe, áreas de estar e o restaurante à la carte

Então, até Junho!