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Campeões da Audi Quattro Cup à Ballesteros e um hole-in-one à Sergio Garcia
08/08/2021 12:12 GolffTattoo \ Hugo Ribeiro
A dupla composta por Jorge Moreira e José Nuno Braga foi a vencedora da edição deste ano da Audi quattro Cup / @ Vasco Vilhena - GolfTattoo

Torneio anual da prestigiada marca regressou dois anos depois

Audi Quattro Cup regressou e já tinha deixado saudades.

É uma das mais prestigiadas e antigas competições do chamado “golfe comercial”, celebrando em 2021 uma data importante, dado ter sido fundada em 1991.

Desde então, mais de 600 torneios foram realizados em 38 países, com quase uma centena de milhar de golfistas espalhados pelo Mundo fora, por vezes em campos de enorme mediatismo como os “Ryder Cuppers” The Belfry e K-Club; Mission Hills da Taça do Mundo de profissionais e o Earth Course que acolhe o Dubai World Championship do European Tour.

Nos últimos anos a Audi Quattro Cup tem sido aproveitada para associar o golfe ao esforço da Audi em apresentar a gama e-tron de automóveis elétricos e em 2021 viram-se em Óbidos o Audi e-tron GT e o Audi Q4 e-tron.

«É um desporto que se enquadra nos nossos valores de sustentabilidade e que proporciona uma boa confraternização entre os nossos clientes. O Audi Q4 e-tron, que é 100% elétrico, tem sido um grande sucesso desde o seu lançamento no último mês e pôde ser testado aqui em primeira mão», frisou Nuno Mendonça, o diretor geral da Audi Portugal.

A pandemia tinha travado a realização da prova em 2020, mas, desta feita, como explicou Nuno Mendonça, «estavam reunidas as condições de segurança e voltámos porque é um torneio emblemático».

Todos os 68 jogadores presentes na etapa portuguesa concordaram com essa notoriedade da prova e José Nuno Braga, que venceu ao lado do amigo e parceiro Jorge Moreira, frisou que «só podemos agradecer à Audi a excelência do torneio».

Todos os detalhes relevantes foram preparados pela equipa organizativa da Golftattoo Eventos, a começar pela presença de um árbitro credenciado pela Federação Portuguesa de Golfe, José Luís Almeida, que garantiu, por exemplo, um ritmo de jogo elevado, apesar de alguma chuva no início da jornada, felizmente logo substituída por um dia de sol sem vento assinalável.

Igualmente importante foi a escolha do campo, o Royal Óbidos Spa & Golf Resort. Não são todos os países que podem orgulhar-se de realizarem a qualificação para a final Mundial num percurso de torneios do European Tour e ainda menos aqueles que têm a assinatura de um génio da modalidade como o saudoso Seve Ballesteros.

imagem do green do buraco 3 com a Lagoa de Óbidos ao fundo / @ Vasco Vilhena - GolfTattoo

«Conseguimos juntar o dois em um – enalteceu Nuno Mendonça – porque os nossos convidados ficaram muito satisfeitos pela escolha do campo, e isso foi uma mais valia para o torneio e para a marca, mas também porque procurámos um campo com um excelente enquadramento paisagístico e uma localização de acesso fácil a clientes do Porto, Lisboa e Algarve».

José Nuno Braga, o campeão de 2021, sentiu esse carisma do Royal Óbidos: «Nós jogámos das amarelas, num dia simpático, sem vento, mas questionámo-nos o que seria jogar das marcas pretas com vento. Deve ser um campo super desafiante para os profissionais.

«Já jogámos aqui em novembro e dezembro, com vento, e posso assegurar de que é um campo bastante difícil e desafiador», acrescentou o igualmente campeão de 2021, Jorge Moreira.

Na última edição do Open de Portugal at Royal Óbidos, foi Garrick Higgo a levar a melhor e, desde então, o sul-africano já somou mais dois títulos no European Tour e, sobretudo, outro no PGA Tour!

Vencer na Costa de Prata motiva qualquer um para alcançar grandes feitos e é isso que Jorge Moreira e José Nuno Braga pretendem fazer na Final Mundial da Audi Quattro Cup, de 12 a 16 de setembro, em Kitzbuhel, na Áustria.

Jorge Moreira e José Nuno Braga somaram 45 pontos net, face aos 42 da equipa de Pedro Torres e Carlos Sebastian. O terceiro lugar foi para José Leça e Carlos Côrte Real com 40 pontos, enquanto o melhor resultado gross foram os 34 pontos de Jorge Abreu e Diogo Almeida.

José Nuno Braga e Jorge Moreira foram convidados pela Rolporto para jogar o torneio pela terceira vez pois já tinham participado nas edições realizadas em anos anteriores na Quinta do Peru Golf & Country Club e no Penina Hotel & golf Resort.

Os campeões souberam tirar partido das características do campo e preocuparam-se também em preparar bem a prova.

«Treinámos um dia antes e, apesar de estar mais vento, deu para decidirmos quem iria sair em que buraco e para vermos as posições que queríamos visar», explicou José Nuno Braga.

A Audi Quattro Cup joga-se em greensomes, sem limite de saídas máximas de determinado jogador, pelo que permite estabelecer uma estratégia de jogo.

«Normalmente jogamos juntos o Expresso BPI Golf Cup, mas numa modalidade mais fácil. Esta exige um jogo de encaixe. Ora o Jorge é muito bom com o drive, “driva” certinho e comprido, e neste campo isso ajuda bastante. Já eu compenso no jogo de ferros em que sou mais preciso, sobretudo no shot ao green e nos buracos de Par-3», elucidou José Nuno Braga.

«Estamos habituados a jogar juntos, quase todos os fins de semana, e isso ajudou muito hoje porque conhecemos bastante bem o jogo um do outro», acrescentou Jorge Moreira.

Esta complementaridade veio ainda mais ao de cima em Royal Óbidos. Sabe-se que, normalmente, os desenhos de Seve Ballesteros têm seis buracos de Par-3, seis de Par-4 e seis de Par-5.

Royal Óbidos é distinto, pois contempla cinco Par-3 e outros tantos Par-5. Mesmo assim, são muitas oportunidades de Par-5 para quem “driva” longe e mete a bola no fairway e muitas chances de Par-3 para quem é forte em ferros.

«Fomos capazes de colocar todos os nossos cavalos em jogo, como acontece com os automóveis da Audi», disse a brincar Jorge Moreira.

Significativamente, foram os dois melhores jogadores no concurso de bola mais perto da bandeira no buraco 8.

O mais curioso é que não ganhou José Nuno Braga, normalmente o melhor de ferros na mão, como o próprio contou: «O meu shot foi muito bom, modéstia à parte, foi um ferro-7 que ficou a um metro e meio da bandeira. Pensava que estava ganho, mas depois o Jorge deu… eu não diria uma “carolada”, mas a bola só levantou um metro, só que foi em direção à bandeira. Rolou, rolou, rolou e ficou a meio metro do buraco…»

«… Ninguém viu, o que interessa é o resultado e o troféu é meu», interrompeu logo a rir o parceiro.

Os outros prémios de habilidade foram ganhos por Sara Coelho (drive mais longo feminino) e Abílio Gonçalves (drive mais longo masculino).

Ninguém saiu, contudo, a sorrir mais do que Sergio Garcia, um espanhol que já foi há muito adotado por Portugal e que fez justiça ao facto de ser homónimo de um dos maiores ídolos do golfe no país vizinho.

Sergio Garcia durante a sua prestação no torneio que ficará marcado pelo hole-in-one conseguido / @ Vasco Vilhena - GolfTattoo

Este Sergio Garcia também faz holes-in-one e arrancou um soberbo no buraco 6, com um pitch de 117 metros.

«Foi o meu terceiro hole-in-one, o segundo em torneios», disse o simpático Sergio Garcia, que só por isso bem merecia um convite para o Pro-Am no Open de Portugal at Royal Óbidos. O mítico Seve Ballesteros deve tê-lo aplaudido lá de cima.