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Daniel Rodrigues desponta a nível internacional
30/07/2017 16:29 GOLFTATTOO COM HUGO RIBEIRO
Daniel Rodrigues foi à Escandinávia buscar enorme capital de confiança © FILIPE GUERRA

Lutou até ao fim pela melhor marca de um português no European Young Masters

Daniel da Costa Rodrigues e Gonçalo Teodoro terminaram sábado no top-20 do European Young Masters, o Campeonato da Europa de sub-16 (individual), organizado pela Associação Europeia de Golfe, e que decorreu em três voltas no Oslo Golfklubb, na Noruega.

Na estreia de ambos no torneio, são classificações positivas entre 57 jogadores da elite masculina europeia, mas suas enormes prestações nos dois primeiros dias fizeram com que o último dia de competição tivesse um sabor amargo, dado que perderam ambos 10 posições na tabela final.

Durante três dias, um surpreendente Daniel Rodrigues, do CG Miramar, de apenas 14 anos, lutou para obter a melhor marca de um jogador português no torneio, que é o terceiro lugar de Pedro Almeida (Oporto GC) em 2013. Começou com um 69 (-3) que lhe deu o sexto lugar empatado com outros dois jogadores; no segundo repetiu o resultado para subir para terceiro, o que lhe deu o direito de jogar no grupo de honra na terceira e última jornada, ao lado dos noruegueses Bård Bjørnevik Skogen e Mikkel Antonsen, que era o líder com duas pancadas de vantagem sobre o português.

Legenda: Daniel Rodrigues no meio dos seus parceiros de jogo noruegueses no grupo de honra do último dia

Infelizmente, as coisas não lhe correram bem no sábado, já que fechou com um 78 numa volta com 4 bogeys e 1 duplo bogey, sem birdies, ele que nos dois dias anteriores assinalara apenas 2 bogeys em 36 buracos. Acabou por cair para 13.º, com um total de 216 (par). 

Já para Gonçalo Teodoro, do CG Vilamoura, recém-sagrado campeão nacional no escalão de sub-16 anos, voltou a ter um desempenho de bom nível internacional depois do 9.º lugar, em meados do mês corrente, no  Campeonato Internacional da Escócia de Sub-16 (com o título original de Global Golf Post Scottish Boys' U16 Open Championship), entre 145 participantes. Partiu para os últimos 18 buracos em 8.º, acabou em 18.º, com 219 (70-72-77), 3 acima do par.

Olhando para a uma análise global, é forçoso reconhecer que se no início da semana se dissesse que teríamos dois portugueses no top-20 do Europeu, o balanço seria positivo. Há que contextualizar que os dois portugueses participaram pela primeira vez na prova. E vale a pena recordar que Pedro Lencart, 6.º classificado no ano passado, quando já era um dos melhores sub-16 da Europa, tinha sido 17.º em 2015 e 31.º em 2014.

A prova foi ganha por Bård Bjørnevik Skogen, com 206 (67-70-69), 10 abaixo do par.

No caso do torneio feminino, é sempre de sublinhar que Portugal jogou com duas sub-14 num Europeu de sub-16! Leonor Medeiros somou 239 pancadas (83-76-80) acabando em 37.ª, entre 54 concorrentes, 23; e Sofia Barroso Sá agregou 250 (70-79-81) para ser 47.ª. São ambas do clube da Quinta do Peru.

 O selecionador nacional, Nelson Ribeiro, que acompanhou os jogadores à Noruega, fez o seguinte balanço para o Gabinete de Imprensa da FPG:

“Considero que o European Young Masters foi uma semana com pontos positivos. Queríamos mais, mas não nós podemos esquecer-nos do trabalho desenvolvido ao longo de décadas pelos outros países.

“Até atingirmos um nível médio de resultados equiparados às melhores seleções da Europa, precisamos de mais maturidade competitiva.

“Sem semanas consecutivas de competição é complicado chegar a momentos chave e ter a capacidade de tomar a decisão certa no momento certo.

“Refiro-me à capacidade de desenvolver e manter rotinas de organização pessoal como rotinas de aquecimento, de análise do jogo, de recuperação física, de estratégias corretivas face ao último resultado. A um conjunto de variáveis que os atletas que viajam constantemente já têm como dado adquirido, e que nós, devido a participações intermitentes, não conseguimos atingir esse nível de maturidade.

“Resta-nos procurar estratégias que permitam-nos ter uma seleção nacional o mais estável possível dentro dos recursos que temos disponíveis.”