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Portugal campeão atinge todos os objectivos
20/09/2015 08:54 HUGO RIBEIRO/FPG
Em pé, da esquerda para a direita: Vasco Alves, Afonso Girão, Pedro Lencart e João Girão; agachados: António Teixeira, Nuno Campino (seleccionador nacional), Carlos Laranja e Gonçalo Castanho (capitão e psicólogo) / © D.R.

Selecção nacional de boys vence Segunda Divisão do Europeu por Equipas na Rep. Checa

A seleção nacional masculina de sub-18 concretizou ontem (sábado) o pleno na Segunda Divisão do Campeonato da Europa de sub-18 por equipas, o torneio sancionado pela Associação Europeia de Golfe, que a Federação Checa de Golfe organizou durante quatro dias no Golf Mladá Boleslav, a 90 quilómetros de Praga. 

Dia após dia, os objetivos traçados foram sendo atingidos com sucesso. Primeiro, a conclusão da primeira fase da prova, disputada em stroke-play, nos quatro primeiros lugares, de modo a integrar o Grupo A. 

Depois, a estrondosa vitória sobre a Irlanda nas meias-finais, por 4,5-2,5, que garantiu de imediato a subida à Primeira Divisão em 2016. 

A cereja no topo do bolo veio ontem, com a vitória sobre a Eslovénia, por 3,5-1,5, numa final de formato encurtado devido ao nevoeiro. 

Tal como a seleção nacional principal, na Polónia, há poucos meses, também agora, na República Checa, os portugueses não entraram em descompressão por terem assegurado o objetivo principal de subida ao escalão primodivisionário. Souberam manter a concentração, denotar muita garra e só regressaram a casa com o título. 

“É um orgulho pessoal estar mais uma semana à frente destes miúdos e atingir uma segunda final este ano. Ter conseguido ganhá-las (ambas as finais) é algo de espantoso, principalmente com miúdos que ainda são muito novos”, declarou, visivelmente emocionado, Nuno Campino. 

O selecionador nacional explicou que “devido ao nevoeiro, o formato da final foi reduzido para um par (foursomes) e quatro singulares”, em vez de dois pares e cinco singulares, como constava do regulamento. 

Esta alteração implicou a impossibilidade de um mesmo jogador atuar duas vezes na final e Nuno Campino teve de tomar opções: “Tentei colocar um par relativamente forte e (sobretudo) quatro singulares (fortes) em que qualquer um conseguisse ganhar.” 

Uma vez mais, como na Polónia ou como nas meias-finais de anteontem diante da Irlanda, as escolhas foram bem efetuadas porque Afonso Girão e António Teixeira, teoricamente um par menos forte do que, por exemplo, Pedro Lencart e João Girão, asseguraram logo o primeiro e importantíssimo ponto para Portugal. 

“O Afonso e o António não começaram bem, algo nervosos, e passaram o buraco 9 a perder por 2. Mas depois jogaram melhor os segundos nove buracos e ganharam no 16. Acompanhei-os durante algum tempo, porque percebi que poderia ser um ponto muito importante”, disse Nuno Campino. 

Afonso Girão e António Teixeira bateram Luka Naglic e Nik Pogorelcnik por 3/2 e deram um impulso fundamental. 

A seleção nacional não esmoreceu com a derrota do campeão nacional de sub-16, Vasco Alves, diante de Luka Zan Stirn por 3/1. 

“O Vasco Alves apanhou pela frente o melhor jogador deles, mas o putt não funcionou hoje e perdeu no 17”, analisou o profissional português, referindo-se ao esloveno que este ano, em fevereiro, maravilhou no Campeonato Internacional Amador de Portugal, onde foi 6º classificado, a mesma posição em que terminou o Campeonato Internacional do seu próprio país, em maio. 

Com as duas equipas empatadas na final, “tínhamos de ganhar o ponto do João Girão e foi isso que aconteceu com facilidade, pois jogou sólido e ganhou por 3/2” diante de Žiga Strasek. 

Portugal passava para a frente por 2/1 e “nessa altura apenas precisávamos de 1 ponto. O Carlos Laranja vinha a ganhar por 2 buracos com 3 para jogar. Jogou lindamente em termos estratégicos, o esloveno cometeu um erro no buraco 17 e o Carlos, com muita inteligência, ganhou o match” por 2-1 face a Jure Vasle. 

Era o momento de celebrar. Com o resultado em 3-1, Portugal era o campeão da Segunda Divisão do Europeu de sub-18, mas ainda havia jogadores em campo. 

“O Pedro vinha no último grupo, empatado para o 17. Tudo indicava que iríamos ganhar esta final», rejubilou Nuno Campino. Pedro Lencart empatou com Jan Vidic, para o resultado final de 3,5-1,5. 

Depois foi a festa na cerimónia de entrega de prémios, com todos os países alinhados e devidamente fardados, com Gonçalo Castanho, na qualidade de capitão, a receber a taça e todos os elementos da seleção nacional a quererem tocar no troféu e as fotografias da praxe. 

Ainda antes de regressar a Portugal, Nuno Campino recordou alguns momentos de glória e frisou agradecimentos finais: “Na minha memória, sem querer esquecer-me de ninguém, fica o putt do Pedro no match contra a Irlanda, um putt de 10 metros no 18 para ganharmos os dois foursomes; a ingenuidade misturada com uma categoria extraordinária com que o Carlos Laranja ganhou por 3/2 frente a um dos melhores jogadores irlandeses e como hoje ganhou novamente por 2/1 para dar a vitória a Portugal. Também quero realçar o papel do Gonçalo Castanho, que nos acompanhou como capitão e psicólogo. Um papel importante nesta vitória, visto que todos os dias é necessário fazer um trabalho mental para recuperar os jogadores para a competição, principalmente depois dos primeiros dois dias terem sido tão maus. E também quero agradecer o apoio da FPG, em nome de toda a equipa técnica, pois sentimo-nos apoiados no nosso trabalho.”