
O CEO da Details SA e presidente do CNIG tem novos projetos para os golfes, os hotéis e o centro equestre
Vilamoura está a levar uma grande volta pela Details SA e a Arrow. Um resort com uma marina que é referência em todo o país, com novos projetos para o ténis, o padel, o hipismo, o golfe e a renovação de parte do seu parque hoteleiro, pode olhar para o futuro com otimismo e de forma diferente.
Otimismo porque o turismo continua a crescer e diferente porque em vez de promover-se Vilamoura em bloco – por exemplo, no golfe, falava-se muito dos cinco campos como uma Golf Collection –, passa-se a uma estratégia de ter produtos distintos para mercados diversos.
No golfe, o agora anunciado Els Club no antigo Victoria irá rivalizar com os produtos de golfe mais exclusivos do Mundo. Nem todos poderão jogar no campo redesenhado pelo antigo n.º 1 mundial Ernie Els.
No renovado Old Course, os preços subiram. Estando aberto ao público, não indo para a lógica de clube privado como o antigo Victoria, o Old Course não será propriamente acessível.
O Hilton Cascades Vilamoura vai reabrir após algumas obras e é possível que o Pinhal, mesmo em frente, seja melhorado.
O Laguna e o Millennium serão os campos mais populares da oferta gofística de Vilamoura.
GolfTattoo aproveitou as novidades visíveis durante o 36.º Grande Troféu de Vilamoura para uma breve conversa com Nuno Sepúlveda, o diretor-executivo (CEO) da Details SA e também presidente do CNIG (Conselho Nacional da Indústria do Golfe).
GOLFTATTOO – Os campos estão em excelente estado, mesmo depois dos meses de outubro e novembro que costumam ser tão intensos no Algarve. O Old Course foi remodelado, o Victoria diz-se que irá reabrir em 2025, com desenho do Ernie Els. Também os hotéis estão a sofrer remodelações e até renomeações, deixando-se a marca Dom Pedro. Há aqui um reposicionamento dos campos e dos hotéis para um segmento mais alto?
NUNO SEPÚLVEDA – Os campos têm vindo a crescer e a melhorar a sua qualidade. Temos feito um esforço e um investimento nesse sentido, quer em práticas, quer em contratações para os campos de golfe, quer em adoção de novas tecnologias. Também em máquinas, arranjos nas casas de manutenção, aumento das equipas de manutenção dos campos de golfe. Tem sido um processo a decorrer no último ano e meio.
O Old Course tem sido o campo onde tem incidido o maior esforço, combinado com a abertura da nova clubhouse, que há muitos anos merecia uma remodelação e fizemo-lo em 2024, tendo reaberto a 4 de novembro.
Há uma intenção clara de reposicionar os campos de Vilamoura, de subir a fasquia, com cada campo no seu segmento, cada campo a ter um ‘target’ de cliente diferente, mas integrado num pacote global, eclético, não sendo apenas cinco campos em Vilamoura.
Em relação ao Els Club, continua em fase de maturação. As obras já acabaram no antigo Victoria e estamos a contar abri-lo a 4 de julho de 2025. Neste momento estamos a remodelar a clubhouse.
No seguimento do nosso reposicionamento da oferta em Vilamoura, fechámos o hotel Dom Pedro que será um Hyatt e vai abrir em 2025 com uma nova marca de Hyatt Regency, um grande upgrade e um grande investimento por parte da Arrow, no sentido de colocar uma grande marca internacional nesse hotel. De seguida, o Dom Pedro Marina também será remodelado para ser by Hilton.
GT – Estamos numa fase de levar o tal triângulo dourado de Loulé a um cenário em que Vilamoura esteja a posicionar-se ao nível da Quinta do Lago e de Vale do Lobo? Ou até mais alto? Com alguns setores mais exclusivos?
NS – Não sei se estamos a falar de um triângulo dourado, mas acho que está na altura de Vilamoura reposicionar-se e puxar-se um bocadinho para cima. É um processo lento, as coisas não se fazem num dia. Precisamos de todo o tipo de clientes, mas há a oportunidade de irmos buscar um tipo de clientes mais altos, em segmentos em que se incluem estas marcas de hotéis, campos como o Old Course e o Victoria, com o Els Club, que será reposicionado de uma maneira diferente, e depois isto será bom para o mercado porque os campos e os hotéis à volta também não irão querer perder este embalo e todos irão querer colocar a bitola para cima.
Neste reposicionamento não poderemos pensar na Quinta do Lago ou em Vale do Lobo. Nós somos Vilamoura, queremos reposicionar-nos no nosso próprio segmento. Claro que teremos produtos como um Hyatt Regency, um Els Club ou um Old Course que estão ao mais alto nível em Portugal e na Europa.
Ambicionamos posicionarmo-nos onde quisermos. Se conseguiremos ou não, isso, depois, será outra questão, mas temos produto para puxarmos para cima.
Até mesmo o Hilton, junto ao Pinhal, outra aquisição recente, pois começámos a gerir há pouco tempo o Hilton. Isso obriga-nos a olhar para o Pinhal com muita atenção, com muito carinho, porque é um belíssimo campo de golfe, com o mesmo arquiteto do Old Course, que abre-nos a oportunidade de repensar o posicionamento do próprio Pinhal.
GT – Este ano o empresário Pedro Frazão anunciou o lançamento do projeto da nova Academia de Ténis e de Padel de Vilamoura. O Nuno falou-me do novo centro hípico com novas competições, agora vejo o golfe a levar uma volta grande e a possibilidade de um grande evento desportivo de golfe.
NS – Estamos a trabalhar, no futuro, num novo centro desportivo. Vamos começar a obra em 2025, queremos que seja de altíssimo nível para clientes de alta competição e também para amadores. Terá esta combinação de valências.
Para o centro hípico temos um projeto muito ambicioso. Estamos a trabalhar com uma empresa francesa chamada Grand Prix, especializada na organização de eventos equestres mundiais ao mais alto nível, em França, nos Estados Unidos e na Europa em geral.
Estamos a começar as obras de requalificação do centro equestre, que virá a ter uma capacidade para mil cavalos. Esperamos que, em novembro de 2025, existam os primeiros eventos, o que irá elevar toda a região, porque é um mercado num segmento muito alto. Estamos muito entusiasmados com este projeto desportivo.