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A última tentação da Miura
01/04/2015 12:05 Vasco Patrício
 
 

Ferros CB57 descendem do lendário modelo 1957, carinhosamente denominado BabyBlade

No ano passado, a Miura Golf fez algumas alterações aos seus modelos de tacos. Para quem conhece, esta marca não segue as tendências das outras marcas com lançamento de material a cada seis meses prometendo as maiores inovações e ganhos de distância. O artesão, que dá o nome à marca, e também o principal responsável pela qualidade dos tacos, Katsuhiro Miura, apenas coloca um modelo novo no mercado quando se justifica, ou seja, quando as alterações e evoluções que se oferecem significam realmente algum ganho na performance dos tacos.

Foi com este conceito em mente que foram recentemente lançados os ferros CB57. A ideia por detrás deste modelo foi criar uma cabeça mais fácil de bater do que a do seu irmão directo, o lendário 1957, carinhosamente denominado BabyBlade. Tal como acontece com o seu modelo irmão mais velho, estes ferros são construídos com um processo que torna a cabeça do ferro mais densa, logo transmitindo uma sensação de impacto ímpar no mundo do golfe. No entanto algumas diferenças separam os dois modelos. 

Estes ferros têm uma cabeça um pouco maior e uma sola diferente. No caso do CB57, na área da sola foi aplicado um grind, ou seja, um desbastamento de algum do metal, na zona junto ao centro da lâmina. Com isto obtém-se uma sola ligeiramente curva, que permite que a cabeça do cabo deslize melhor pela relva e não tenha tendência de enterrar, como acontece geralmente com os ferros do tipo blade. Para além desta inovação, este modelo também tem uma barra vertical no centro da cavidade, que varia de ferro para ferro e que tem como objectivo garantir que cada ferro possui a configuração ideal de peso e posição do centro de gravidade, com vista à obtenção dos melhores parâmetros de lançamento de bola possíveis.

Em comum com os restantes ferros da marca está todo o processo de fabrico. São produzidos em quantidades limitadas e têm a reputação de serem ferros para “jogadores’’. Cada taco é uma peça de arte, ciência, devoção e conhecimento. A base dos ferros forjados da Miura é aço de alta qualidade 1025, que depois é trabalhado ao longo de um processo de forja de 14 passos concebido e desenvolvido pelo próprio mestre Katsuhiro Miura. Após a construção da cabeça, os artesãos da Miura procedem aos ajustamentos finais do taco no que respeita ao peso e acabamento final. Cada cabeça é polida, cromada, lixada e finalmente decorada de modo a dar-lhe o acabamento de alta qualidade final.

Com este processo, obtém-se um taco cujas tolerâncias são mínimas, tanto no que respeita a dimensões, como no que respeita ao próprio peso da cabeça. Como facto, pode-se referir que cada cabeça tem uma tolerância mínima de peso de apenas 0,5 gr, um número que é praticamente impossível de atingir pelos processos de construção em massa. Este numero, que está diretamente ligado ao swing-weight de cada taco, faz com que um set de ferros seja o mais consistente possível, desde os ferros mais longos, aos ferros mais curtos. Como apenas cerca de 500 cabeças são produzidas por dia, por apenas 34 artesãos, nunca há o risco de a qualidade ser comprometida. Apenas quando cada operário tem a certeza absoluta de que cada taco se encontra com as especificações corretas, é que este é aprovado para passar à operação seguinte do processo de fabrico.

No final do processo de fabrico, cada set produzido é dos que produz um dos impactos mais suaves e doces existentes no universo dos fabricantes de golfe, muitas vezes comparado a ‘’faca a cortar manteiga no Verão’’. Também, como resultado, tem-se um taco que optimiza a transferência de energia para a bola maximizando a velocidade de saída da bola.

Finalmente há que referir que, embora não sejam dos tacos mais baratos do mercado, muito pelo contrário, têm uma performance e linhas intemporais. São tacos que, passado o investimento inicial, só ao fim de vários anos e não meses é que haverá lugar à substituição do modelo, ou seja, não há lugar ao marketing que força a compra de actualizações de equipamento a cada semestre.