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No worries golfers!
Crónica
20/06/2017 11:30 Frederico Santa-Bárbara

Directamente da Jamaica, a primeira crónica sobre campos que visito pelo mundo fora 

Caros amantes desta modalidade que tantas alegrias e frustrações nos traz!

Escrevo directamente da Jamaica, mais concretamente do Tryall Golf Club.

Começo por agradecer esta oportunidade ao GolfTattoo e espero estar à altura de tão nobre desafio!

A ideia será escrever sobre os vários campos que visito pelo mundo fora e tentar transmitir ao leitor, da melhor maneira possível, como se “sente o golfe” por onde piso.

Como lhes comecei por contar, estou na terra do Bob Marley, e que espectáculo!
Sou suspeito porque sempre gostei de reggae, mas o povo jamaicano é sem dúvida único, cheio de vida, simpatia, e sempre com um “no worries mon” como resposta.

Perguntam os receptores desta longínqua missiva, e o golfe? Bem, tive a oportunidade de alugar um carro (já agora fica o aviso para os incautos que o volante é à direita, o que deu para bastantes risadas no meio de alguns cagaços – não tenho a certeza se os editores deixam usar certas palavras, mas talvez permitam a liberdade poética), conseguindo assim visitar quase todos os campos da Jamaica.

Alguns dos campos precisam de um lifting,  mas a beleza natural da maioria é incrível, tendo o mar das Caraíbas como pano de fundo e rodeados de floresta densa. São, sem dúvida, óptimos lugares para fazer uns swings.  Aliás, o Tryall Golf Club foi votado, há uns anos atrás,  o melhor campo das Caraíbas.

A clubhouse donde vos escrevo foi a mesma onde se tentou implementar um Campeonato Mundial para rivalizar com os majors.  Foi o Johnny Walker World Golf Championship – que teve como vencedores grandes jogadores como Nick Faldo e Fred Couples.  Agora, restam as memórias destes eventos nas paredes do Clube.

Outro campo que me marcou foi o Cinnamon Hill.  Primeiro gosto do nome porque adoro canela e, para além de ser um campo que combina montanha e praia, é onde ainda existe a casa onde o grande Johnny Cash viveu largas temporadas.

Tive a sorte de visitar a casa que ainda hoje pertence à família e se mantém inalterada, desde que o Cash por lá dedilhava a sua guitarra, e compunha as suas grandes músicas.

Foi-me contado, na primeira pessoa, como era simpático! Invariavelmente, todos os dias, se sentava no muro que dá para o campo de golfe com café e bolo que oferecia aos trabalhadores do mesmo e que conhecia cada um deles pelo nome. Mais engraçado disto tudo é que os jamaicanos não faziam ideia de quem ele era.  Só mais tarde, após a sua morte, se aperceberam que tinham estado perante um dos ícones da música do século XX.

Outra história curiosa é que, no jardim da casa, há vários canhões antigos que identifiquei como sendo, provavelmente, de barcos antigos. E, na verdade, são mesmo.  Ao que parece o Johnny, nos anos 80, contratava mergulhadores para resgatar canhões dos barcos espanhóis e ingleses que por lá se encontram afundados.

Para terminar esta crónica do “correspondente estrangeiro”, e porque estou a escrever para uma revista de golfe, neste mesmo campo – Cinammon Hill –, no buraco 15, fiz um bogey!  Mas isso não interessa nada, o que interessa é que no par-3, com uma cascata impressionante a servir de fundo, foi filmado o 007 – “Live and Let Die”.

Até a uma próxima clubhouseNo worries golfers!

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*Director de golfe da Rain Bird para as Caraíbas e América do Sul e Central

 

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