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O segundo top-10 de Tomás Silva no Alps Tour
28/02/2019 17:17 HUGO RIBEIRO/TEE TIMES GOLF
Tomás Silva com entrada forte na sua primeira temporada a tempo inteiro no Alps Tour

Miguel Gaspar é o outro português em evidência neste circuito profissional

Tomás Silva tinha prometido há menos de uma semana que desejava meter-se rapidamente na luta por títulos do Alps Tour, uma das terceiras divisões do golfe profissional europeu, e logo no torneio seguido a essa conversa com a Tee Times Golf, em exclusivo para o jornal Record, mostrou imediatamente que não eram palavras vãs.
 
O campeão nacional foi mesmo um dos melhores do Red Sea Little Venice Open, de 40 mil euros em prémios monetários, disputado no Sokhna Golf Club, situado perto do Suez, no Egito.
 
No final da primeira volta, Tomás Silva era 3.º a 3 pancadas do líder. Após a segunda ronda mantinha o 3.º posto mas a 4 pancadas da frente. E terminou a prova na 9.ª posição, mas na mesma a apenas 3 pancadas do campeão.
 
“Estou contente por voltar a estar no 'mix' pela vitória”, escreveu nas redes sociais o jogador do Team Portugal, depois de totalizar 213 pancadas, 3 abaixo do Par dos percursos A e B daquele clube egípcio, adicionando voltas de 68, 73 e 72.
 
É sintomático que os 14 primeiros classificados tenham ficado apenas separados por 4 pancadas! 
 
“Quase todos os jogadores que estão aqui a lutar pelo top-10 (salvo um ou outro) são do meu tempo de amador e representavam os seus respetivos países nas competições internacionais. A este nível qualquer bogey ou até mesmo o facto de não se fazerem birdies pode custar-nos posições. Estava um dia complicado e o facto de não ter perdido nenhuma pancada e de ter perdido lugares na classificação mostra bem a força da concorrência aqui presente”, disse o jogador de Cascais à Tee Times Golf, em exclusivo para Record.
 
Vale a pena salientar que as duas primeiras jornadas de Tomás Silva, de 68 e 73, foram exatamente as mesmas do campeão da prova, Benjamin Wheeler. A diferença foi a última volta de 69 do inglês que lhe deu a possibilidade de disputar um play-off, no qual derrotou os italianos Enrico Di Nitto (65+77+68) e Federico Maccario (69+68+73).
 
Por seu lado, o português do Club de Golf do Estoril atrasou-se na luta pelo título logo nos dois primeiros buracos da última volta, nos quais cedeu 2 pancadas. 
 
“Foram apenas maus shots. Senti dificuldades em colocar a bola perto do buraco com os wedges durante estes torneios e no primeiro buraco falhei ligeiramente o contacto e o vento pegou na bola. Fiquei com um putt de 20 metros. E no segundo buraco fiz um mau swing ao dar o segundo shot para uma bandeira complicada. Não foi o começo que eu tinha planeado mas reagi bem e coloquei-me em boa posição para lutar pela vitória. Apenas não consegui converter alguns putts que eram essenciais”, explicou.
 
É certo que recuperou, e chegou a andar nesta quarta-feira abaixo do Par, mas mais bogeys nos buracos 16 e 18 enterraram de vez as suas hipóteses.
 
“No geral foi uma boa semana. Tive apenas um back nine pobre na última volta. O primeiro dia foi muito sólido em todos os aspetos do jogo. Nos restantes não estive bem dos 120 metros para dentro”, comentou o profissional da Nike, que recebeu um prémio de 989 euros.
 
O 9.º lugar (empatado) no Red Sea Little Venice Open foi o segundo top-10 da carreira de Tomás Silva no Alps Tour, depois do 8.º posto alcançado em 2018 no Obidos International Open, no Guardian Bom Sucesso Golf Resort.
 
A boa classificação no Suez valeu-lhe a subida na Ordem de Mérito do Alps Tour de 18.º para 15.º, sendo o melhor português. No final da época, os cinco primeiros ascendem ao Challenge Tour, a segunda divisão europeia.
 
Para além de Tomás Silva houve mais três portugueses a competir neste torneio e dois deles passaram o cut.
 
Miguel Gaspar fez uma prova de trás para a frente, com resultados sempre a melhorar (74+71+69), terminando no grupo dos 12.º classificados, com 214 (-2) que lhe valeram 797 euros.
 
A mesma situação passou-se com Vítor Lopes, sempre em crescendo (76+71+68), fechando a sua prestação em 15.º (empatado), com 215 (-1), para embolsar 708 euros.
 
No ranking deste circuito, Miguel Gaspar subiu de 32.º para 19.º, enquanto Vítor Lopes, que tinha falhado o cut no torneio anterior, só agora aparece na Ordem de Mérito diretamente para o 37.º posto.
 
Esta semana o único português a falhar o cut foi Tomás Bessa, 83.º classificado (empatado), com 153 (75+78), +9. Na Ordem de Mérito caiu de 23.º para 47.º.
 
No topo do ranking do Alps Tour estão agora os vencedores dos dois primeiros torneios da nova época: Ben Wheeler e Frédéric Lacroix.
 
E tal como o francês na semana passada, também o inglês conquistou o primeiro título profissional da sua carreira.
 
“É um alívio. Já tinha andado perto de vencer algumas vezes, principalmente no ano passado, e estava ansioso por este momento. Para mais, estou surpreso por tê-lo conseguido em condições de jogo tão ventosas pois não costumo gostar de jogar com vento”, disse Ben Wheeler, de 26 anos, depois de arrecadar 5.800 euros.
 
O vento foi, efetivamente, o grande adversário dos 119 participantes, como explicou Tomás Silva:
 
“O tempo esteve péssimo. A temperatura agradável, mas muito, muito vento. No primeiro dia numa direção e nos outros dois dias na direção oposta. Por exemplo, no buraco 15, de Par-4, no primeiro dia joguei driver e ferro-5. Nos outros dois dias joguei driver e PW. Estava completamente diferente o campo.”
 
O próximo torneio do Alps Tour começa apenas a 25 de março – o Dreamland Pyramids Open, no Cairo, com 40 mil euros em prémios monetários. Estão previstas as presenças dos mesmos quatro jogadores portugueses.
 
Tomás Silva espera que por essa altura possa estar melhor das dores que sente no pulso esquerdo:
 
“Estou com uma lesão no pulso desde julho do ano passado, daí estar a jogar com ele ligado. Fiz uma série de exames, cheguei a fazer tratamentos mas não foram eficientes. Tenho esperança que nestes próximos dias possa recuperar com o início de um novo tratamento.”