França venceu em toda a linha nos campos do Oeste com destaque para Royal Óbidos e Praia d’El Rey
Um recorde de 12 países e 120 jogadores marcou a 12.ª edição do European Masters Golf Playing Journalists (EMGPJ), um evento da Associação Europeia de Jornalistas Jogadores de Golfe, organizado em quatro campos da costa Oeste de Portugal, pelo empresário Pedro Castelo Branco, igualmente diretor de golfe do Royal Óbidos Spa & Golf Resort.
O torneio funciona como um autêntico campeonato da Europa de jornalistas, realiza-se em cada dois anos e Portugal recebeu-o pela segunda vez, depois de, em 2011, o Porto Santo Golf ter-se estreado “nestas andanças”.
Em comum nessas duas edições nacionais há três aspetos relevantes.
Em primeiro lugar, quer o Porto Santo Golf quer o Royal Óbidos Spa & Golf Resort têm campos lindíssimos, com vistas deslumbrantes para o oceano Atlântico e foram desenhados pelo saudoso génio que foi Severiano Ballesteros, talvez o melhor golfista europeu de todos os tempos.
Em segundo lugar, são regiões que, na altura em que receberam a elite dos jornalistas europeus, estavam a apostar fortemente no turismo de golfe. Em 2011, o Porto Santo Golf tinha recebido pela terceira e última vez o Madeira Islands Open BPI, que integrava o European Tour (agora DP World Tour). Em 2024, o Royal Óbidos Spa & Golf Resort foi, pelo quinto ano seguido, a casa do Open de Portugal, do European Challenge Tour.
Em terceiro lugar, o jornalista Valdemar Afonso (agora reformado, mas ex-Lusa e ex-Correio da Manhã) foi a alma da delegação portuguesa e da vinda do Europeu de jornalistas a Portugal, entregando, desta feita, a organização do evento ao empresário que dirige o mais conceituado ‘website’ de golfe português, o GolfTattoo.
Leonel Rio – o homem que durante tantos anos dirigiu o golfe no Penina Golf & Hotel Resort, inclusive na altura em que craques como Miguel Angel Jiménez venceram o Open de Portugal, no histórico campo de Sir Henry Cotton – recordou que, também em 2012, os jornalistas europeus vieram a Portugal competir sob a égide da European Association of Golf Playing Journalists. Só que, na altura, tratou-se da outra competição organizada por esta entidade, a Taça das Nações, já então com Valdemar Afonso como a figura de proa.
A grande diferença, é que em 2011 e 2012 o Clube de Jornalistas de Portugal marcou uma presença forte, enquanto em 2024 não se fez representar oficialmente, embora o apresentador (‘speaker’) da prova, Hugo Ribeiro (autor deste texto), pertença ao Conselho Fiscal dessa associação. Um aspeto a rever no futuro.
Portugal tem organizado tão bem estes eventos para os media europeus que já está a ser considerada a candidatura da ilha açoriana de São Miguel à realização do próximo EMGPJ, em 2026, sabendo-se que a próxima Taça das Nações, em 2025, irá para os Países Baixos.
Um bom ambiente e espírito de equipa no Europeu de Jornalistas
Embora tenha assumido o papel de promotor do evento em 2024, Pedro Castelo Branco fez questão que a visita recorde de 120 membros dos media a Portugal beneficiasse os quatro campos de golfe do Oeste português e não apenas o Royal Óbidos que dirige.
“Houve duas competições em simultâneo. Os 120 jornalistas do EMGPJ jogaram duas voltas no Praia d’El Rey Golf & Beach Resort, uma de treino e outra de jogo, e duas voltas no Royal Óbidos Spa & Golf Resort, igualmente uma de treino e outra de competição. Os cerca de 40 convidados (familiares e acompanhantes dos jogadores) jogaram uma volta no Bom Sucesso Resort e outra no West Cliffs Golf & Ocean Resort”, explicou Pedro Castelo Branco.
Note-se que estamos a falar de percursos conceituados que, só para falarmos a nível do golfe profissional, receberam etapas do PGA Portugal Tour, circuito da PGA de Espanha, Alps Tour, Challenge Tour, Escola de Qualificação do European Tour e o próprio DP World Tour.
Não admira que Paolo Pacciani, o presidente da European Association of Golf Playing Journalists (e também capitão da seleção italiana), tenha salientado «a excelência dos campos envolvidos nesta competição, sobretudo um desenho do grande Seve Ballesteros».
Paolo Pacciani, presidente da European Association of Golf Playing Journalists
Não obstante a estranheza de entre os parceiros do evento não se encontrarem nem a Câmara Municipal de Óbidos, nem o Turismo do Centro, Turismo de Portugal ou mesmo a Federação Portuguesa de Golfe, o evento foi, ainda assim, apoiado por marcas nacionais importantes como as porcelanas da Costa Verde, os cristais da Vista Alegre, os sapatos de golfe da Lambda e o Royal Obidos Evolutee Hotel, onde decorreu o jantar de gala de encerramento, com música ao vivo de Ruben Pinto.
Há, claramente, a necessidade de rentabilizar melhor a vinda a Portugal de largas dezenas de membros dos clubes de jornalistas da Europa. Valdemar Afonso recorda que, «para além das receitas indiretas, da imagem que podemos transmitir para o exterior do paraíso que é o golfe no nosso país no outono, este torneio vale só por si, porque os jornalistas pagam as suas despesas de deslocação, alojamento e grande parte da alimentação. Da outra vez que tivemos esta competição entre nós, as despesas diretas dos jornalistas estrangeiros cifraram-se em mais de 150 mil euros. Talvez este ano tenhamos superado os 200 mil euros”.
Em 2024 recebemos representantes da Bélgica, Espanha, Chéquia, Suíça, Reino Unido, Países Baixos, Itália, Dinamarca, Áustria, Alemanha e França, para além de Portugal. E quase estivemos a receber a Suécia, que desistiu à última hora. Teria elevado o recorde para 13 países e 130 jogadores!
São mercados fundamentais para o turismo de golfe nacional, uma atividade que continua a não ser devidamente bem vista pela população, mas que, segundo um estudo deste ano do CNIG (Conselho Nacional da Indústria do Golfe) já representa cerca de 4,2 mil milhões de euros em impacto económico no nosso país.
À quantidade junta-se a qualidade. Valdemar Afonso salienta que «destacaram-se 44 jogadores com ‘handicap’ até 10 (de plus 4 até 10)». Um deles foi o vencedor individual (embora fosse, sobretudo, uma competição por países), o francês Guillaume Michel, com 9 acima do Par, após um total de 63 pontos net, com voltas de 29 em Praia d’El Rey e 34 em Royal Óbidos.
E veja-se bem a imagem que este jornalista levou do Oeste português: «Dois campos muito bons. Praia d’El Rey com aqueles buracos mesmo ao lado do oceano e Royal Óbidos com aquelas vistas panorâmicas do Atlântico. Nunca tinha jogado num campo do Seve Ballesteros e claro que é especial. O francês Pierre Pineau já tinha ganho aqui o Open de Portugal, eu venci agora, mas, mais importante, foi o triunfo coletivo de França na classificação coletiva».
Guillaume Michel, o vencedor individual, com Pedro Castelo Branco à sua esquerda
E, sim, embora a vertente desportiva seja o menos importante destas cimeiras mediáticas, cabe informar que a França venceu pela segunda vez, repetindo o sucesso de 2005, desta feita com 436 pontos net (219+217), deixando no 2.º lugar a Alemanha com 418 (213+205), em 3.º a Áustria e em 4.º a Dinamarca, ambos os países com 414, mas com os austríacos a terem uma melhor segunda volta no ventoso Royal Óbidos.
Portugal esteve sempre no 11º e penúltimo lugar com 365 pontos. Jogaram pela seleção nacional Jorge Guerreiro (22.º com +29), Manuel Gomes (29.º, +32), Vítor Caldas (53.º, +44), António Matos (59.º, +41), Luís Nogueira Pinto (76.º, +53), Joaquim Gomes (82.º, +49), António Maia (103.º, +62), José Rocha Vieira (104.º, +63), Joaquim Fidalgo (116.º, +99) e Valdemar Afonso (que acabou por não contar para a classificação).
Jorge Guerreiro foi o melhor classificado entre os portugueses
O facto de Valdemar Afonso não contar para classificação limitou logo Portugal a nove resultados em vez de dez, mas o mais importante é notarmos que os media portugueses representados contaram com marcas relevantes como SIC, RTP, SportTV, Lusa, Correio da Manhã e Sapo.
Valdemar Afonso frisou ainda outros resultados importantes da competição: «Em gross ganhou o holandês Stef Swagers com 60 pontos e a prova feminina, com 20 participantes, foi ganha pela italiana Barbara Zonchello com 54 pontos».
O torneio de convidados teve como 1.º classificado gross Richard Bandera com 29 pontos. A vencedora net foi Doris Bandera (53 pontos) e o campeão net Peter Beer (57 pontos).
No que se refere aos prémios de habilidade dos dois torneios, os vencedores foram os seguintes:
Torneio de convidados – Bola mais perto do buraco, Matilde Fernandez (Bom Sucesso) e Doris Bandera (West Cliffs); Drive mais longo feminino, Cornelia Ellenberger (Bom Sucesso) e Clarissa Schlockman (West Cliffs); Drive mais longo masculino, Norbert Lattacher (Bom Sucesso) e Manfred Grueter (West Cliffs).
Europeu de Jornalistas (só no Royal Óbidos) – Bola mais perto do buraco, Amara Zemplinerová e Uffe Kongstedt; Drive mais longo, Helene Wisenhaan e Edgar Engert.