Foi o primeiro título do californiano no Grand Slam desde o Open dos EUA de 2008
Tiger Woods interrompeu ontem um jejum de 11 anos sem ganhar no Grand Slam do golfe, ao conquistar o 83.º The Masters – um torneio que não vencia desde 2005 – pela quinta vez, no Augusta National Golf Club, em Augusta, no estado da Georgia (EUA).
Já o deram como acabado, ele próprio teve as suas dúvidas quanto à continuidade da sua carreira, assolada por lesões, mas o californiano de 43 anos, renasceu definitivamente.
O ano passado ganhara o Tour Championship em Atlanta (também na Georgia) para o seu primeiro triunfo desde 2013 e agora protagoniza um dos maiores momentos desportivos de sempre ao vestir o seu quinto Casaco Verde, indumentária que distingue os campeões do Masters. Patrick Reed, o campeão de 2018, passou-lhe o testemunho ajudando-o a vesti-lo, como é da tradição.
Tiger Woods não consegue jogar e, simultaneamente, estar descontraído. Tem sempre aquele ar sisudo, carrancudo até. É o foco, a concentração. Mas quando venceu ontem, mostrou uma alegria como nunca no passado. A primeira coisa que fez foi abraçar a mãe, os seus dois filhos e a namorada.
Em 1997, quando venceu o seu primeiro Masters (e o primeiro major), abraçara o pai, Earl Woods, falecido em 2006.
Que tal é a sensação de voltar o Masters? “Esmagadora. Estou sem palavras”, respondeu. E acrescentou: “Passaram 22 anos desde que venci pela primeira vez em Augusta National. É bastante tempo…”, comentou. São três décadas a ganhar no Grand Slam…
Woods elevou assim para 15 o número de majors conquistados (o recorde é de Jack Nicklaus, com 18) e descolou de Arnold Palmer (1929-2016) para se isolar no segundo lugar dos mais prolíficos campeões do Masters (Jack Nicklaus tem seis). É também o segundo mais velho a vencer o Masters (Nicklaus tinha 46 anos quando venceu pela última vez em 1986). E já lá vão 81 vitórias no PGA Tour – o máximo é de 82, por Sam Snead (1912-2002).
Pelo caminho, fez algo que nunca tinha conseguido no passado: vencer um major vindo de trás na última volta. Partindo para a jornada de domingo empatado no segundo lugar com o compatriota Tony Finau, ambos a duas pancadas do líder italiano Francesco Molinari, Woods finalizou com o resultado de 70 pancadas, 2 abaixo do Par 72, e, somando 275 (-13), deixou à distância mínima um forte trio composto pelos também americanos Dustin Johnson, Xander Schaufelle e Brooks Koepka.
“Fui muito paciente nesta última volta”, disse. O título vale um prémio de dois milhões de dólares e no ranking mundial sobe de 12.º para 6.º. Esta é uma tabela que ele liderou num total de 281 semanas!