AcyMailing Module

19
> Home / Artigos
Como o Oporto foi pentacampeão de pitch & putt
12/11/2014 09:50 Hugo Ribeiro/FPG
A comitiva do Oporto após o triunfo no City Norte Estela / © D.R.

Duelo épico frente a Paredes envolveu nomes grandes do golfe convencional português

O Oporto Golf Club conquistou pela 5ª vez em 6 anos o Campeonato Nacional de Clubes de Pitch & Putt, que a Federação Portuguesa de Golfe organizou no City Norte Estela, em Matosinhos, com a colaboração da Associação de Golfe do Norte de Portugal. 

O clube de Espinho, que vencera as 4 primeiras edições, entre 2009 e 2012, perdera o título no ano passado para o Clube de Golfe da Quinta das Lágrimas e recuperou-o agora com um total de 452 pancadas, 34 abaixo do par-54, batendo pela margem mínima de 1 o Paredes Golfe Clube. 

Capitaneado por João Girão (recente finalista na Taça da Federação), que também jogou, o Oporto conseguiu o seu melhor resultado de sempre, superando as 24 abaixo do par com que vencera em Rilhadas há dois anos, e o segundo melhor score na história da competição, a seguir às 59 abaixo do par por parte do clube das Quinta das Lágrimas no ano passado, ano em que jogou “em casa”. No entanto, vale a pena frisar que este ano o torneio foi reduzido de 72 a 54 buracos devido ao mau tempo. 

“Foi uma vitória com um sabor muito especial porque o resultado foi uma incógnita até aos últimos buracos, poderia ter caído para qualquer lado. Ganhámos este Campeonato Nacional quase sempre, só faltou no ano passado, mas não me recordo de uma edição tão bem jogada, tão renhida, com uma diferença mínima, embora seja preciso dizer que, caso houvesse um empate, o sistema de desempate seria em nosso favor por termos o melhor resultado do jogador que ficou de fora”, referiu o profissional Eduardo Maganinho, o treinador do clube campeão. 

O carismático profissional do Oporto estava a referir-se ao facto de o regulamento ditar que cada volta contabilize apenas os 3 melhores resultados de cada clube, em 4 possíveis e o desempate ser feito pelo melhor jogador dos que não foram tidos em conta. Ora, na última volta, o resultado que ficou de fora foi o de João Girão com 49 (-5), enquanto no conjunto de Paredes o cartão “deitado fora” foi o de Tomás Bessa com 52 (-2). 

Não obstante terem participado apenas 6 clubes, quando o regulamento alargava o limite máximo a 9, a competitividade foi enorme. Veja-se como, no final do primeiro dia, a liderança era partilhada por Paredes e City Norte, com 2 pancadas acima do Par, seguidos pelo Clube de Golfe Vale Pisão e pelo Oporto, ambos com +6.

Paredes jogou com jovens craques que no golfe convencional representam Miramar / © D.R. 

Nessa jornada inaugural, jogaram-se apenas 18 dos 36 buracos previstos, devido ao mau tempo que tornou o campo impraticável e começou a perceber-se que o Clube de Golfe de Rilhadas (+14) e a Quinta das Lágrimas (+16) pareciam já estar afastados da luta pelo título. 

Na classificação individual, havia um enorme equilíbrio: O campeão nacional de sub-12 de P&P, Daniel Rodrigues, a “jogar em casa”, foi o melhor com 3 abaixo do Par. A apenas a 2 shots vinha o campeão nacional de sub-14 de P&P, Pedro Lencart, de Paredes, enquanto o campeão nacional absoluto de P&P, João Maria Pontes, do Oporto, surgia em 3º, a 3 pancadas do comandante. 

No segundo dia de prova já foi possível jogarem-se as duas voltas previstas no regulamento e o Oporto mostrou-se arrasador, somando -19 nos primeiros 18 buracos (deu-se ao luxo de deitar fora um -6!) e -21 nos segundos 18 (não aproveitando um -5). 

De nada valeu a Paredes boas voltas finais de -16 e -19, enquanto o City Norte, que tão boa conta tinha dado de si, ficou definitivamente afastado com uma segunda volta de -2 e uma terceira de -8. Mesmo assim, a equipa da casa, ainda assegurou o 3º lugar final. 

O final do torneio foi verdadeiramente emocionante, como contou Eduardo Maganinho, treinador do Oporto: “Por alturas do buraco 11 e 12 da última volta estávamos com uma vantagem de umas 5 ou 6 pancadas, mas tudo foi decidido só no fim devido à grande réplica de Paredes. O Rui Morris (Paredes) fez um chip-in no seu buraco 17 para birdie e depois meteu um putt de 12 metros para terminar com 8 abaixo do par. O Afonso Girão (Oporto) chegou a andar a -7, depois falhou 3 greens mas o birdie que ele conseguiu no último segurou a nossa vitória e o João Maria Pontes (Oporto) também teve um putt importante no último para birdie e para ficar a -8, tal como o Morris.” 

Na classificação individual, João Maria Pontes, de apenas 14 anos, mostrou que não foi por acaso que este ano se sagrou campeão nacional absoluto de P&P. Foi também ele o melhor neste torneio, com 15 abaixo do par, após uma exibição de 21 birdies e apenas 6 bogeys.

João Maria Pontes fez jus ao estatuto de campeão nacional de PP / © Pedro Sá da Bandeira 

É impressionante como os clubes que ficaram em 1º e 2º por equipas dominaram a classificação individual. O primeiro jogador a não pertencer ao Oporto ou a Paredes foi Adriano Fonseca, do City Norte, com 4 abaixo do par. 

O Oporto colocou João Maria Pontes em 1º (-15), Vasco Alves em 4º (-11), Afonso Girão em 5º (-8) e João Girão em 6º (-5). Paredes viu Pedro Lencart terminar em 2º (-13), Rui Pedro Mendes (Morris) em 3º (-12). 

O Oporto Golf Club, cujos jogadores nem são muito assíduos nos torneios do circuito de P&P da FPG, acabaram por viver um 2014 em grande, com este título nacional de clubes e a vitória de João Maria Pontes no Campeonato Nacional individual em Junho. 

“Muitos torneios individuais de P&P coincidem com outras provas da FPG e é por isso que eles não podem participar. Nós fomos um dos clubes que pediram à FPG para alterar a data deste Campeonato Nacional de Clubes de P&P porque os miúdos gostavam de jogá-lo e a data original coincidia com a Taça FPG. Eles gostam mesmo disto e até já me perguntaram qual é a data do próximo ano”, explicou Eduardo Maganinho. 

O treinador que este ano foi homenageado pela Câmara Municipal de Espinho tem acompanhado estes jovens desde o início. Em 2009, quando o Oporto se sagrou campeão nacional de clubes de P&P, o mais velho tinha 15 anos. 

O profissional considera que “deveria haver mais clubes a competir nestes torneios porque isto dá um bom ritmo de competição. No fundo, eles estão a jogar dos 90 metros para dentro, exactamente onde não devem falhar. É um excelente treino para o jogo curto, que é tão importante no golfe tradicional”

Na classificação por equipas, o Oporto saiu vencedor com 452 pancadas (168-143-141), -34 abaixo do par-54. Paredes foi vice-campeão com 453 (164-146-143) e City Norte Estela 3º com 478 (164-160-154).

O Oporto alinhou com João Girão, Afonso Girão, Vasco Alves, João Maria Pontes e o suplente João Pedro Maganinho; Paredes jogou com elementos que no golfe convencional são figuras de proa de Club de Golf Miramar: Leonor Bessa, Tomás Bessa, Rui Pedro Mendes, Pedro Lencart e José Maria Cunha.

Quanto ao City Norte, contou com Adriano Fonseca, Pedro Barroso, Rui Pedro Maia, António Jorge Martins e Daniel Rodrigues. E a Quinta das Lágrimas, campeã em 2013, que desta feita não foi além do 6º e último lugar, entrou com Arnaldo Paredes, João Cerejo, João Monteiro e António Poeira. 

Individualmente, o melhor foi João Maria Pontes (Oporto) com 147 (54-47-46), 15 abaixo do par. Pedro Lencart foi vice-campeão com 149 (53-47-49) e o último lugar do pódio coube a Rui Pedro Mendes (Paredes), com 150 (55-49-46).