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Como Pinto Basto foi tramado pelo relógio
28/04/2015 15:53 Rodrigo Cordoeiro
DQ = Desqualificado. Pinto Basto domingo último em Santo Estêvão / © FILIPE GUERRA

Falhou a sua hora de saída e o assalto ao top 10 na última volta do Campeonato Nacional

Concluídas no sábado as três primeiras voltas do Campeonato Nacional Absoluto Peugeot no Santo Estêvão Golfe, José Maria Pinto Basto, do Clube de Golfe do Estoril, ocupava um honroso 14.º lugar, empatado com Ruben Figueiredo (Oitavos) e Victor Jesus (Quinta do Peru). Somando 226 pancadas (73-80-73), 7 acima do par-73, o jovem de 17 anos, neto do histórico profissional do CG Estoril Joaquim Rodrigues, estava a quatro pancadas do top 10.

Para a última volta, domingo, tinha hora de saída marcada para as 8h10, num grupo com Victor Jesus e com o campeão nacional de sub-18 Nathan Brader (Vilamoura). Na manhã desse dia, bem cedo, deslocou-se para o palco da prova na companhia do seu companheiro de clube José Maria Caeiro, e do pai deste, Pedro Caeiro, que, naturalmente, conduzia. Mas um engano no caminho impediu-o, para seu desgosto, de chegar a tempo do seu tee time.

“Foi já depois da ponte Vasco da Gama”, explica. “Seguimos em frente no sentido Algarve-Évora e só muitos quilómetros depois é que pudemos voltar para trás. Falhei a minha hora de saída por oito minutos. Fiquei decepcionado, porque estava a fazer uma prova interessante, apesar de o segundo dia não me ter corrido como eu gostaria. Estava confiante no meu jogo, sentia uma evolução, e acabei por sair de lá com a sensação de que podia ter mostrado mais qualquer coisa, de que algo ficou por fazer.”

Apesar de desclassificado, Pinto Basto deixou boas indicações. Duas voltas ao nível do par, uma menos positiva de 80 pelo meio. Isto para um jogador que, daqui em diante, quer apresentar cada vez melhores resultados, de maneira a conseguir uma bolsa de golfe para uma universidade nos Estados Unidos.

“Em Portugal, é muito difícil conciliar estudos com golfe, e eu não gostaria que o golfe acabasse no fim do meu 12.º ano [de escolaridade]”, diz. “Não quero defrontar-me com uma situação em que tenho de estudar e deixar o golfe de parte, ou dedicar-me ao golfe a tempo inteiro e deixar os estudos um bocado de parte, coisa que, no meu caso, para o meu nível de jogo, acho que não seria uma opção segura – não estou ainda a um nível em que possa ter total confiança e depender só do meu jogo. Os portugueses que têm ido para os Estados Unidos são jogadores de nível à frente do meu, mas sinto que, com o meu trabalho, não tenho razões para não acreditar.”

Pelo segundo ano consecutivo, o Campeonato Nacional Absoluto Peugeot foi ganho por Tomás Silva, do CG Estoril. Um companheiro de José Maria Pinto Basto, que diz a propósito: “A vitória do Tomás não foi uma surpresa para mim, porque um jogador como o Tomás, mesmo não tendo a disponibilidade que gostaria de ter para treinar por estar a acabar o seu curso, tem sempre uma palavra a dizer no que toca à discussão de títulos a nível nacional. Como ele próprio disse numa entrevista, o seu jogo estava no ponto e os resultados falam por si. Fiquei muito contente com a sua vitória!”

E continua: “Acho essencialmente que o Tomás é um competidor por natureza, é um jogador extremamente focado e maduro e acredito que a isso se deve muito do seu sucesso. Acho que o Tomás tem muito mérito em conseguir manter estes excelentes resultados mesmo enquanto estuda, algo que nem sempre é fácil de conciliar e acredito que será interessante ver o que o Tomás será capaz de alcançar depois de acabar o seu curso e tirar a pressão de estudar e jogar ao mesmo tempo de cima dele, dedicando-se ao golfe a tempo inteiro.”