Região onde nasceu o seu primeiro campo, é hoje lugar de eleição para prática da modalidade
O primeiro campo de 18 buracos na Tailândia foi inaugurado em em 1924, o Royal Hua Hin Golf Course, na cidade de Hua Hin. Teve o beneplácito do rei Rama VI, e o seu primeiro objetivo foi o de proporcionar momentos de lazer aos empregados da linha de caminho de ferro, a British Rail. Mas por se situar em Hua Hin, a estância de férias escolhida pela família real, o campo passou rapidamente também a ser o local de jogo da elite de Banguecoque.
Este campo foi desenhado por O.A. Robins, um escocês engenheiro da companhia de caminhos de ferro. Apesar de não estar na linha de costa, o campo foi concebido como se fosse um links, uma vez que era essa a visão do golfe que o escocês tinha na sua cabeça. Ou seja, os tees eram como nos links e o que ele fez foi remover as árvores, mexendo o menos possível na orografia, deixando o desenho do campo de acordo com o que a natureza já tinha criado.
Este é o percurso mais famoso de Hua Hin, mas ao inverso dos campos mais recentes é um dos que pratica o green fee mais barato: 55 euros. Apesar de ser o mais antigo campo de golfe da região, é um dos que recebe um dos torneios amadores mais famosos da Tailândia, a Asian Amateur Week.
Perto deste percurso, a 20 minutos de Hua Hin, encontra-se um dos mais belos campos da Tailândia: Black Mountain. Inaugurado há 10 anos tem sido considerado um dos melhores campos de golfe da Ásia. Próximos da cidade de Hua Hin, encontram-se também o Springfield Royal (desenhado por Jack Niclaus), o Banyan Golf e o Majestic Creek.
A região de Hua Hin (um dos oito distritos da Província de Prachuap Khiri Khan, na Península da Malásia, cerca de 200 quilómetros a sul de Banguecoque) acaba por ser a mais procurada por quem pretende jogar mais golfe em detrimento dos outros lazeres. Nesse aspeto é a zona de Pataya que tem levado a dianteira.Em Hua Hin também existe animação, mais suave é certo, mas tem o seu mercado noturno, onde abunda a street food, e bem perto existe uma aldeia onde se pode observar um dos tradicionais mercados flutuantes.
Black Mountain Golf Resort: o primor do golfe
Foi desenhado pelo australiano Phil Ryan e pensado como um championship course. Os regatos e linhas de água da montanha negra foram “domesticados” e integrados no desenho dos buracos.
Sendo considerado um dos melhores campos de golfe da Ásia, em 2015, os seus proprietários conseguiram que um torneio profissional do Asian Tour fosse também integrado no European Tour. Claro que para obter esta dupla agregação do torneio terá pesado a “força” dos investidores suecos do Nordic Group.
Black Mountain, buraco 4 © D.R.
O percurso é mantido num estado próximo da perfeição. A relva está sempre bem aparada, parecendo até que o acerto dos níveis de corte é feito com um corta-unhas, tal a perfeição apresentada.o buraco mais memorável é o 11, um par-4 curto, mas cujo green está á direita de uma queda de água.
Jogar aqui é quase como estar no paraíso. O traçado é sublime e apetece desafiar alguns dos buracos, mesmo que não se tenha jogo para isso. Se falhar a tacada, nem tem que gritar fore, a caddie fá-lo por si. Obviamente é obrigatório jogar com caddies. Aliás na Tailândia não existe nenhum percurso onde não existam caddies.
Black Mountain, buraco11 © D.R.
O Black Mountain possui já um percurso adicional de 9 buracos, construído mais recentemente e que, num futuro próximo poderá evoluir para mais 9 buracos, criando assim um resort com dois campos, sendo que os 18 buracos originais serão sempre os reservados para a competição de alto nível.
O green fee é de 100 euros (mais 10 euros para a caddie e mais 10 euros de gorjeta). Na época baixa costuma haver uma redução de 30% no preço, mas tudo isso irá depender da quantidade de reservas.
Springfield Royal: o Asian Tour passa por aqui
Situado a uma hora e meia de carro a sul de Banguecoque, (ou meia hora a norte de Hua Hin) o resort Springfield Royal foi desenhado com 36 buracos. No entanto, por opções de investimento, construíram-se apenas 27 buracos, aguardando-se a oportunidade para completar o desenho total de Jack Nicklaus. Possui cinco tees diferentes, sendo que os mais recuados exigem que se seja um jogador de primeira água, pedindo carries longos e rigorosos.
Springfield Royal Country Club © D.R.
Michael Amelsvoon, diretor de golfe, refere que este “é um percurso relativamente plano, não sendo necessária a utilização de buggies, a não ser que se queira ter uma sombra sempre a jeito”. No entanto para esta situação qualquer uma das cerca de 200 caddies deste campo possui um chapéu de sol (ou de chuva) que protege bem do calor existente.
Os bunkers de areia, como manda a tradição de Jack Nicklaus, existem e alguns deles são traiçoeiros. As linhas de água também lá estão, mas está tudo sempre à vista. Essa é uma das características dos desenhos de Jack Nicklaus: todo o buraco tem de se mostrar bem ao jogador para que este possa tomar a decisão acertada. O buraco emblema do Springfield Royal é o 9 do percurso C, um island green generoso, mas que exige uma colocação de bola perfeita.
Springfield Royal Country Club © D.R.
Chanawit Boonsaeng, diretor executivo do resort, faz questão de salientar que para além do percurso de jogo “existe um centro de ensino privilegiado (não possui tapetes no driving range, apenas relva) que tem sido utilizado por várias equipas asiásticas para fazerem os seus estágios”.
O Springfield Royal foi também até 2016 palco regular da Escola de Qualificação do Asian Tour (tendo perdido em 2017 a preferência para o Suvarnabhumi Golf, em Banguecoque), mas espera recuperar esta valência em breve, enquanto continua a ocupar a 16.ª posição entres os 280 campos de golfe da Tailândia.
Majestic Creek Golf Club & Resort, desafio na planície
Foi inaugurado em 1995 este percurso de 27 buracos desenhado por Sukitti Klangvisai, o mais famoso arquiteto de campos de golfe da Tailândia. Ao percorrer o campo percebe-se que se está num traçado exigente que obriga o golfista a manter-se atento durante todo o tempo de jogo. Para aqueles que apenas ali vão para relaxar e passar o tempo, haverá outros campos mais fáceis.
Majestic Creek Golf Club & Resort © D.R.
Os regatos que cruzam os fairways, vindo da montanha que delimita a fronteira com Myanmar, estão por vezes invisíveis, de estreitos que são, mas de sorrateiros que se fazem. E aquilo que parece apenas uma ondulação de terreno antes do green, acaba por ser uma armadilha se não se optou por usar um ferro acima da lógica.
Majestic Creek Golf Club & Resort © D.R.
A dimensão dos fairways leva a este tipo de enganos. Ao olhar-se para tanta largueza não se imagina que esteja ali um bunker ou um laguinho para estragar o resultado. Felizmente são poucas estas armadilhas para incautos.
Os greens são generosos sem serem excessivamente grandes. Possuem alguma ondulação, com linhas fáceis de ler e rolam rápido (mais lentos na época das chuvas). Jogar aqui custa habitualmente 85 euros por volta, com um ligeiro desconto na época baixa.
Banyan um luxo à beira mar
O preço do green fee diz logo tudo. 85 euros na época baixa e 110 euros na época alta. Desenhado pelo tailandês Pirapon Namatra, este campo é de dimensões acolhedadoras, com fairways largos e greens agradáveis.
Abriu há nove anos e tem sido classificado com um dos três campos melhores da região Ásia/Pacífico. Comprido quanto baste, com 6730 metros dos tees recuados, as suas cinco opções de saída permitem, que os vários níveis de jogo sintam satisfação neste percurso que está integrado numa paisagem deslumbrante, com o mar a avistar-se de alguns dos buracos e com a montanha que faz fronteira com Myanmar a completar o resto da panorâmica.
A exemplo de quase todos campos a sul de Banguecoque, a club house é luxuosa, permitindo desfrutar de uma vista sobre grande parte dos buracos.