Texano vence RBC Heritage com um dos piores desempenhos nos greens entre os finalistas
No passado domingo, Jordan Spieth conseguiu algo raro, que foi conseguir vencer no PGA Tour a ‘patar’mal. “Ganhei sem o putter”, reconheceu o próprio, após ter conquistado o título no RBC Heritage, no Harbour Town Golf Links, em Hilton Head, Carolina do Sul.
Os números falam por si e mostram como esta foi uma vitória improvável. Drive for show, putt for dough? O texano de 28 anos provou que nem sempre é assim: apesar do seu pobre desempenho nos greens, foi ele que ficou com o primeiro prémio, no valor de 1,44 milhões de dólares – e com isso tornou-se o 11.º jogador do PGA Tour a superar a fasquia dos $50 milhões de dólares em ganhos monetários dentro do campo.
Os números no RBC Heritage não enganam. Na estatística de pancadas ganhas em média ao field no putting (strokes gained/putting), Spieth não foi além do 60.º lugar entre os 71 jogadores que passaram o cut. Perdeu mais de 0,6 pancadas por volta, para um total de -2.55 pancadas na semana.
Segundo Justin Ray, do blog “15th club”, esta foi a pior performance de putting por parte de um vencedor no PGA Tour em 13 anos, desde que Sean O’Hair venceu em Quail Hollow em 2009, no caso deste com -3.29.
Mesmo na última volta, Spieth falhou putts de quatro e cinco pés para o par, nos buracos 9 e 11. Na véspera, sábado, falhara um tap in no 18, o que desde logo levou a sua mulher, Annie, a aconselhá-lo a, no futuro, esperar sempre cinco segundos antes de bater um putt curto.
O desacerto nos greens não surpreendeu, dado que, à partida para o RBC Heritage, Spieth ocupava a 180.º posição no circuito em strokes gained/putting, ele que já foi um dos melhores neste capítulo – 2.º nas temporadas de 2015-2016 e 2018-2019.
O que espantou foi o ter conseguido, nestas circunstâncias, sair de Hilton Head com o troféu. Assim, se por um lado ele diz que tem muito trabalho para desenvolver neste capítulo, por outro mostra-se satisfeito. “O facto de conseguir bater tão bem durante quatro dias, sem depender do putter para ganhar, é uma boa sensação”, disse.
No RBC Heritage, Spieth bateu no primeiro buraco do play-off, no 18, com um par, o californiano Patrick Cantlay, depois de ambos terem concluído as quatro voltas regulamentares com 271 pancadas, 13 abaixo do Par 71 do campo. Um título que surgiu uma semana depois de Spieth ter falhado o cut no Masters pela primeira vez na sua carreira.
Ele tinha partido para a última volta no grupo dos nonos classificados, com -8. Três pancadas separavam-no do líder, Harold Varner, com -11. Fez dois eagles nos primeiros buracos e concluiu-a com 66 (-5) para subir oito posições rumo ao topo.
Quanto a Cantlay, campeão da FedEx Cup 2021 e Jogador do Ano no PGA Tour, partilhava o segundo lugar com Shane Lowry e o sul-africano Erik Van Rooyen, a uma do primeiro. Fechou com 68 (-3) e depois perdeu pela segunda vez este ano num play-off. O primeiro tinha sido no Waste Manaagment Phoenix Open, frente a Scottie Scheffler.
Houve nada menos do que sete jogadores que partilharam o terceiro lugar a somente uma pancada dos primeiros: os norte-americanos Harold Varner, Matt Kuchar, Cameron Young e J.T. Poston, o australiano Cameron Smith, o irlandês Shane Lowry e o austríaco Sepp Straka.
Com este triunfo, Spieth, elevou o número de títulos no PGA Tour para 13 e reentrou no top-10 do ranking (a última vez que lá tinha estado foi em Outubro de 2021).
E, pela segunda época seguida, venceu no domingo de Páscoa. O ano passado tinha sido no Valero Texas Open, então pondo fim a um jejum de quase quatro anos sem vitórias (a última tinha sido no British Open, em Julho de 2017).