Lay out ocupa toda a extensão de uma ilha nas Maurícias. Um sonho, conta Luís Nogueira
Nos quase vinte anos de viagens de (trabalho) a visitar campos de golfe, as Maurícias estão nos meus cinco destinos de eleição, não só como destino de golfe, mas como um destino turístico em geral; paisagens paradisíacas, segurança, boa comida, gente simpática, um país multi-cultural onde convivem pacificamente entre todas as religiões é um legado.
A minha primeira visita a este “pedaço” de paraíso, foi 2003 por ocasião da inauguração deste campo. Consequentemente “tive” logo de ficar alojado num dos melhores hotéis do mundo. Nesta inauguração estiverem mais de cinquenta jornalistas de golfe de todo o mundo, para em primeira-mão, dar as primeiras tacadas, naquele que se tornou num dos melhores campos de golfe do mundo.
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A chegada (madrugadora), uma vez que os voos internacionais (Europa) chegam praticamente ao nascer do dia, ficou marcada por uma recepção no aeroporto ao jeito da (Polinésia), danças, flores, cocktail, isto tudo ainda com os olhos meio abertos, ou meios fechados, depois das quase doze horas de voo desde Paris.
Segue-se a estrada (mais ao menos) 45 minutos (pelo lado esquerdo), uma viagem feita para sul pela costa litoral, “rasgando” em zig-zag povoações sobre o olhar atento dos seus habitantes, muitos deles acenando (principalmente) crianças num claro sinal de boas vindas. Um pouco mais acordado, começa-se a ver o mar “pintado” de azul turquesa. Entre a estrada e o mar, pedaços de areia branca, só interrompidos pelos vastos mangais que nos começa a dar uma ideia de termos chegado ao Paraíso.
E uma vez chegados ao hotel, não há ninguém que, antes do que quer que seja, não entre pelo o hotel e não pare num átrio sem portas e janelas e contemple a maravilhosa vista sobre a grandeza do oceano indico. Enfim, deve ser deste local que o antigo Testamento fala que Deus colocou Adão e Eva; O Éden!
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O Campo
O Le Touessrok Golf Course é o único campo de golfe no mundo em que o seu lay out ocupa toda a extenção de uma ilha. O Le Touessrok Golf Course está disperso por mais de 30% dos 87 hectares da “IIe aux Cerfs”. Toda a ilha é “retalhada” por pequenas praias de branca areia, rodeadas pelas tépidas águas azuis turquesa do índico. Ao largo um espectacular recife de coral, com as montanhas vulcânicas a fazer de pano de fundo. Dir-se-ia um belo “quadro”, tal é o cenário que nos circunda.
Uma nova sensação para o golfista é o trajecto do hotel para o campo, que é feito de barco. Uma viagem que dura pouco mais de 10 minutos, “pouco” para se desfrutar da maravilhosa paisagem tocada pela suave e fresca brisa marítima que sempre se faz sentir.
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Quem aqui joga, não vai encontrar muitas facilidades: fairways estreitos e greens pequenos, bem à “moda” inglesa, curiosamente desenhados por um alemão (Bernhard Langer), mas o terreno assim também o exigia. Não obstando o percurso ser geograficamente plano, o que nos dá a ideia de que vamos ter pela frente o jogo facilitado, uma vez no tee, rapidamente chegamos à conclusão de que não vai ser assim.
O campo tem algumas situações poucos convencionais, pelo facto de se tratar de um campo construído numa ilha vulcânica. As rochas e os inúmeros lagos (alguns são pequenas crateras vulcânicas) são dificuldades acrescidas para os shots menos certeiros.
A começar logo pelo buraco 1 (par-4), que é um espectacular buraco de abertura. É o stroke index 2, e tem 359 metros (marcas azuis – para jogadores com handicap inferior a 18). Pode até não parecer muito, mas uma vez que o fairway está (+/-) a 170 metros, começamos a pensar que temos de ter uma pancada de saída muito boa, não havendo lugar a falhas.
Entre o tee e o inicio do fairway, temos um vale com dois lagos, um à direita, outro mais à esquerda. A segunda pancada, para o green, têm pela frente uma muralha de pedra de lava vulcânica, descoberta durante a construção do campo, que nos tapa um pouco a visão do green. Este está protegido por bunkers nos lados.
Ainda na primeira volta, há mais três buracos que merecem destaque. O buraco 4, um par-5 com 488m (S.I. 10). Eis mais um buraco que requer uma pancada de saída no mínimo de 160 metros, e certeira, para o pequeno fairway, que curiosamente, não tem bunkers, mas está defendido por três lagos ao longo do caminho para o green.
Logo a seguir o buraco 5, um curto par-4 com 334 metros (S.I.14). Este requer muita atenção, tem um estreito fairway serpenteando para a esquerda e para a direita. Trata-se do efeito criado pela posição dos lagos, o primeiro acompanhando a zona do tee, o segundo do lado esquerdo e o terceiro que protegendo o green pela frente e pelo lado direito. O jogador que tentar “fugir” ao último lago, jogando seguro, tem de ter atenção ao bunker no lado esquerdo do green.
A última referência da primeira volta é o buraco 9, um par-5 com 467 metros, um duplo dogleg à direita com o green elevado em relação ao fairway, que por sinal é muito estreito. Toda a extensão do fairway é acompanhado no lado direito por um lago. Neste buraco não se deixe tentar com a possibilidade de fazer o segundo shot para o green, sugere-se uma pancada curta por modo que o terceiro shot (para o green), seja feito da esquerda para a direita, evitando o lago frontal e feito em segurança.
É mais que sabido que é comum entre os golfistas falar-se de qual a volta mais fácil ou a mais difícil, mas esta é uma situação que não se compadece com este campo. No entanto, podemos sempre adiantar, a segunda volta, é aquela que tem a paisagem ainda mais deslumbrante. E assim, esclarecida que está esta situação, escolhemos três buracos.
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O buraco 11, um par-5 com 544 metros (S.I.9): dogleg à direita com um grande bunker na curva e mais dois à entrada do green, um no lado esquerdo e o outro no lado direito. Em toda a sua extensão, este buraco (fairway) fica junto ao mar, proporcionando um ambiente simplesmente maravilhoso.
Depois o 17, um par-4 com 327 metros (S.I.7), talvez seja o buraco, com o fairway mais generoso, mas, e há sempre um “mas”, o fairway tem inicio (+/-) aos 170 metros, e entre o tee e o início do fairway existe um vale com um lago. O green é defendido por dois bunkers à entrada.
Para finalizar, o 18, um dos buracos finais mais “bárbaros” que eu vi até hoje. O seu nome, “Carry me Home”, pode revelar um pouco aquilo por que vamos passar. Trata-se de de um par-4 com 366m. Até aqui nada de mais. Só que é o S.I. 1 e o início do fairway está a pouco menos de 180 metros do tee, entre um vale de Mangais. O fairway é cortado a meio por dois bunkers. O shot para o green parece bastante fácil, e é!
O problema é mesmo colocar a bola no green. Uma ligeira, mas apenas uma ligeira falha, fará com que percamos a bola num outro vale de Mangais que separa o fairway e o green. Também neste buraco recomenda-se um pequeno shot de 50 metros e depois sim, o shot para o green. Este tem duas elevações uma delas com ligeira inclinação, o que dificulta – e muito – os putts. Este é um aqueles buracos em que podemos ter um fastidioso ou um célebre final de golfe.
Por fim, e depois de tirarmos a bola do buraco, uma coisa é certa, fica a vontade de voltar a fazer outra volta.
Quem o desenhou
Desenhado pelo germânico Bernhard Langer, conhecido internacionalmente como um dos melhores golfista da Europa, com mais de 370 participações no European Tour e mais de 50 vitórias, foi Capitão da Ryder Cup em 2004. No seu palmares, conta ainda com duas vitórias na mítica prova do Masters de Augusta.
Como desenhador de campos de golfe, tem no seu currículo um total de 17 campos, sendo este é considerado por ele um dos mais fantásticos campos de golfe do mundo. Langer, criou um estilo muito próprio para os seus desenhos, caracterizado fairways estreitos greens pequeno e ondulados, requerendo shots de aproximação muito precisos.
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O Hotel
Le Touessrock , é um cinco estrelas (MAS) de luxo propriedade da Sun Resort, antenriormente este hotel pertenceu à One & Only. É considerado um dos melhores hoteis do mundo, o melhor do Oceano Indico, está entre os 100 mais luxuosos do Mundo na “Condé Nast Traveller/UK” e em 1999 foi distinguido com o quinto lugar na “Best of the top 100 Hotles in World”. Em Dezembro de 2003 foi considerado pela Tatler/UK como o “ Best Resort Food”, palavras? Continuemos o Le Touessrok dispõem de 98 luxuosas e amplas suites entre os 54m2 da suite júnior e os 126 m2 das Ocean Suite, estas ultimas magnificamente colocadas numa das ilhas privadas, “Ile aux Lievres”, a onde a ligação é feita ao resort por uma magníficas ponte de madeira. No entanto comum a todas as suites é deslumbrante vista para o Índico. As suites estão decoradas com móveis modernos de linhas simples em madeira castanha, objectos de decoração em porcelana, atoalhados de algodão do Egipto, dão o toque de intimidade. Em suma, uma decoração contemporânea e muito elegante. As suites estão equipadas com Tv Satélite, CD, VCD, DVD e Internet.
À entrada do hotel, além das Tartarugas gigantes que ali passeiam calmamente num jardim próprio junto ao hotel, uma gigante árvore, por ela é sustentado nos seus retorcidos ramos, candeeiros de latão, que ao cair da noite exibem uma aura de romantismo e glamour só mesmo presenciado.
Os clientes são recebidos no hall, de uma forma descontraída a simpática, no amplo espaço, os mármores rosa suportam as paredes com madeira, decoradas com grandes lençóis de linho, que esvoaçam ao sabor das suaves brisas. As buganvílias e as frangipanis flores típicas da ilha compõem o decore em sofisticados arranjos. A contrastar com exuberante decor, por vezes o hall é atravessado calmamente por uma qualquer família de Patos, sim Patos, que se acham também no direito (eu concordo) de tranquilamente passear pelo hotel.
Na restauração, as ementas apresentam uma combinação entre a gastronomia tradicional indiana e as técnicas da culinária mais contemporâneas. Talvez seja aqui, no Safran, o restaurante à la cart, que podemos encontrar todo o romantismo deste resort. Situado sobre a praia a pouco metros do mar, sem paredes nem portas, apenas janelas que permitem que as nocturnas brisas do Índico, invadam as nossas fantasias. O local prefeito para uma viagem de experiência gastronómica, todo isto com um serviço impar.
Depois de uma partida de golfe nada melhor de que uma passagem Spa da Givenchy, reconhecido como um dos melhores Spa do Mundo. Verdadeiro templo da beleza. Bom aqui, aqui deixe-mo-nos levar pelos tratamentos facial, massagens, banho turco, hidroterapia, sauna, enfim, tratamentos à medida dos nossos mais exigentes desejos.
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O País
Nascida de uma erupção vulcânica, o que lhe confere uma geografia única. A ilha das Maurícias está geograficamente situada ao largo da costa africana oriental e é considerado um dos locais mais belos do Índico, um verdadeiro Éden, que para além das praias, oferece no seu interior uma variedade de paisagens cheias de colinas, plantações de cana-de-açúcar e chá, rios e cascatas. Com um extenso litoral de 330 quilómetros e cerca de 150 km de praia contornada por uma barreira de coral, a ilha é um convite ao “dolce fare niente”. O mar quase irreal, de cor azul-turquesa e de águas quentes, e as suas praias de areia imaculadamente branca convida a banhos infindáveis. E, como disse o escritor americano Mark Twain: "Deus criou a ilha Maurícia e só depois o Paraíso."
Os Portugueses nas Mauricías
A exemplo do que se passou em outras ilhas nesta região, foram os comerciantes árabes os primeiros povos a passarem pela ilha Maurícia, isto por volta do século X, mas foram os Portugueses os primeiros ocidentais a visitar a ilha, segundo os manuscritos, por volta do ano de 1505. Ali, atracou o navegador português Domingo Fernandez, que baptizou a ilha de “ilha do cisne”. Esta, foi utilizada como ponto de paragem no caminho para Goa e Malaca. À presença dos portugueses seguiu-se a ocupação dos holandeses, isto no período entre 1598 e 1710. Seguiram-se os franceses entre 1715 a 1810, que baptizaram a ilha de “Ile de France”. Em 1810 a ilha é invadida pelos ingleses. Em 1968 torna-se independente, tornando-se numa República.
Onde ir ás compras:
É “obrigatório” uma ida a Port-Louis, onde se impõe-se a visita ao mercado. Por momento faz-nos lembrar os nossos mercados de outro-hora. Os pregões (na linguagem nativa), a azafama dos vendedores e dos tarefeiros com Galinhas e Ptos ás costas, caixas de bananas ou fardos de calças de uma qualquer marca de “prestigio”. Depois à entrada somos recebidos pelas cores das frutas e dos legumes, geometricamente colocadas, criando um pantone cores. Rápidamente somos invadidos pelo cheiro, aqui apenas sobressai ao nosso olfacto o intensos cheiro do açafrão. E a lista continua, chás, artesanato e roupa de “marca”, óculos de sol, colares, entres outras coisas. Tudo uma pechincha. Mas há que regatear!
Curiosamente, nós os portugueses devemos ser diferentes, mesmo sozinhos, os vendedores acertam à primeira na nacionalidade, quando nos convidam para vermos os seus (deles) produtos. E ai vem o futebol! É uma lista que sabem de cor de nomes ou situações a seguir, por modo a cativar a nossa atenção; Português!? À Figo!! (depois segue-se uma “mustela”, que nem eles sabem bem o quê); Amália! com bom vinho! ou Vinho do Porto com EUROS, e Eusébio à mistura, ou ainda um familiar que é português. Bom, nasceu em Goa e vive em Deli. Enfim, são as “lábias” que qualquer comerciante, em qualquer parte do mundo, que tudo tentam (educadamente) sem atropelos de terceiro-mundo, para cativar a compra qualquer coisa.
O que visitar:
- Grande Baía. A “Meca” do turismo da Maurícia, congrega à sua volta alguns dos mais famosos restaurantes com sabores provenientes dos quatro cantos do mundo. E quem sabe se não se cruza com a realização de videio clip de musica indiana, bem ao jeito de Bollywood em plena rua.
- Baía das Tartarugas. Para observa as seus várias espécies e grandes exemplares que por lá vivem.
- Jardim Botânico. Em Port-Louis .
- Blue Penny Museum. Situado em Port-Louis, exibe os primeiros mapas da ilha feitos pelos portugueses e também os primeiros selos mundiais – em 1847, as Mauricías foram um dos primeiros países no mundo a emitir selos. Depois de Inglaterra e Suíça em 1840 e do Brasil em 1843,
- National History Museum. Em Port-Louis
- Templo de Kaylasson. Situado em Abercrombie, a norte de Port Louis, é um templo Tamil
- Parque Nacional Black River Gorges, na parte Oeste da ilha.
AGENDA DO TURISTA
País – Ilha Mauricía
Situação geográfica: A Mauricía juntamente com a ilha Rodriguez, formam o Arquipélago de Mascaranhas
Capital - Port-Louis
Unidade monetária - Rúpia Mauriciana ( 1€ = +/- 39,00Rm)
Cartões de crédito - Todos
Fuso horário/Portugal: + 3 horas que Portugal (horário Verão)
Clima -Temperatura média anual 26º
Quando ir: Entre Dezembro e Março (época alta)
Vistos - Não é exigido para períodos inferiores a 2 semanas. Necessitando apenas de passaporte e bilhete de regresso
Língua oficial - Inglês, Francês e Creolo
Saúde – Não sendo aconselhável o tratamento preventivo contra a Malária, deverá fazer uma consulta médica de acordo com a região que for, isto no território das Mauricias.
Medicina Tropical (Hospital Egas Moniz)
- Telefone: 213 652 600
- E-mail: informacao@ihmt.unl.pt
Seguros – Recomenda-se a subscrição de uma apólice de seguro de viagem com cobertura neste país.
Consulado Português nas Maurícias
Teles: +230.402.7400
Fax: +230.402.7500
Como ir:
Air Mauritius
Voo diários directo de Paris ou Londres com ligação de Lisboa e Porto
- Avião: A340-300
- Na Air Mauricias o saco de golfe até 20kg não tem taxa
- Duração do voo: Londres: 11.55 hrs / Paris 11:40 hrs
Contacto Air Mauricias: Teles: + 34. 91 781 81 72
Apoio nas Mauricias:
MAURITOURS
Teles: + 230.467.9700
email: Idecasanove@mauritours.net
Onde Ficar:
Hotel Le Touessrock “Grande Luxo”
Serviço *****
Quarto*****
Localização ******
Infra-estruturas*****
Classificação: 5
GUIA DE CAMPO
Nome - Le Touessrok Golf Course - Mauritius
Arquitectos: Bernhard Langer
Inauguração - Novembro de 2003
Comprimento - 6.476 metros
Buracos 18 - Par 72
Director: Marc Amelot
Profissional: Pravesh Mewa / Anil Neyhaul
Greenkeper Name: David Stedall