Esteve no clube entre os 11 anos e os 60, por lá fez a sua carreira como instrutor de golfe
José Baltazar não resistiu à doença e morreu hoje com 63 anos. “O popular ‘Balta’ foi sempre um grande embaixador do nosso Clube”, escreveu Pedro Nunes Pedro, presidente do Lisbon Sports Club, numa carta dirigida aos sócios. Foi neste clube, conhecido como “Carregueira”, na serra da Carregueira, em Belas, Sintra, que se desenrolou quase toda a sua carreira como professor de golfe. Chegou lá com apenas 11 anos, na década de 70, para fazer de caddie, tendo sido assistente do profissional Joaquim Catarino; com a saída deste, passa profissional do clube em 1980, onde ficou até 2014.
Passaram por ele praticamente todos os grandes jogadores da história do Lisbon Sports Club e também estes se manifestaram no seu falecimento. Gonçalo Costa, o mais proeminente jogador de alta competição do Lisbon nos últimos anos, disse no Facebook sobre Baltazar: “Uma lenda do Golfe Português e impulsionador do caminho que percorro, aquele que me mostrou o bom do golfe, mas também as fortes dores de cabeça que dá. Vais deixar saudade.”
José Maria Cazal-Ribeiro, que antecedeu Gonçalo Costa na selecção nacional e que, no ano 2000, foi campeão nacional amador absoluto e vencedor da Taça da Federação, afirmou ao GolfTattoo: “Foi ele quem me deu aulas até eu entrar na selecção. Um homem extraordinário, amigo e sempre disponível, muito bem disposto, espontâneo, com um sentido de humor apurado e frases míticas. Lembro-me de almoços com ele, comigo agarrado à barriga a rir. Sendo um tradicionalista, era óptimo para lançar miúdos, sabia como os motivar.”
Na sua carta aos sócios, Pedro Nunes Pedro, também fala do sentido de humor de Baltazar: “Carismático, humilde, dedicado à causa do nosso Clube, amigo e com um enorme sentido de humor, certamente aperfeiçoado pela convivência com os sócios ingleses nas décadas de 60 e 70.”
E da sua faceta de contador de histórias: “Foi com ele que ouvimos as primeiras histórias do Clube, desde o tempo dos ingleses, foi ele que nos passou essa coisa da tradição, contando-nos as histórias do ”Brigadier” Morton, dos Wilsons, dos Christies ou dos Clements, depois as dos portugueses, os Mattas, os Oliveira da Silva, os Caupers, seguindo-se com a chegada dos “retornados” de Angola e Moçambique até aos dias de hoje. Se alguma pessoa poderia contar a história do nosso clube dos últimos 40 anos, essa pessoa seria o seguramente Baltazar.”
Pedro Nunes Pedro lembra ainda que, sendo Baltazar um decano dos profissionais portugueses, dos tempos de Joaquim Rodrigues,Fernando Pina, Luis Espadinha , Manuel Pardal, Rogério Valente, Domingos Silva, Tony Barnabé, Antonio Dantas, Henrique Paulino (também recentemente falecido), Manuel Ribeiro, também fará parte da historia da PGA Portugal, pois sempre lutou pela valorização e prestigio da classe em Portugal.