Começaram a namorar em Maio de 2014 e desde então ele tornou-se um dos melhores golfistas do país
Será pura coincidência, ou Vítor Lopes tornou-se outro jogador a partir do momento em que começou a namorar com Jéssica Ramos? Não que ele fosse um golfista desconhecido na cena nacional quando, em Maio de 2014, iniciaram a relação. Nessa altura ele já tinha, por exemplo, dado o seu contributo para duas vitórias do Clube de Golfe de Vilamoura no Campeonato Nacional de Clubes, vulgo Inter-Clubes. Mas foi só no início do Verão do ano passado que o algarvio de 18 anos se tornou num caso sério do golfe português, com os seguintes destaques:
– Chega aos 16 avos-de-final no British Boys (nos 32 melhores entre 252 participantes)
– 1.º lugar no Campeonato Nacional de Clubes (terceira vitória seguida de Vilamoura)
– 1.º lugar no Oceânico World Kids (pontuável para o ranking mundial amador)
– 1.º lugar no major nacional Taça da Federação Portuguesa de Golfe
– 1.º lugar no Telegraph BMW Junior Golf Championship (prova que já foi ganha por Justin Rose, Tom Lewis, Tommy Fleetwood, Matthew Fitzpatrick)
– 1.º lugar (empatado) na competição individual do European Mens Club Trophy (e o 2.º lugar para Vilamoura na prova por equipas)
– 12.º lugar no Internacional de Espanha em stroke play para o escalão de sub-18 anos
– 3º lugar na tabela individual no Campeonato da Europa de Sub-18 para os países do escalão secundário (prova em que a selecção portuguesa foi 4ª quando precisava de ficar entre as duas primeiras para ser promovida ao escalão principal)
– 3. º lugar no Ranking Nacional BPI de 2014 (o melhor na tabela entre os jogadores de sub-18 anos)
– 10. º lugar no Junior Orange Bowl Golf Championship (isto já na última semana de Dezembro do ano passado)
– 1.º lugar no 1.º Torneio Liberty Seguros (a 18 de Janeiro deste ano, na que foi a sua primeira vitória no Circuito Liberty Seguros)
“A verdade é que a Jéssica tem ajudado muito na minha estabilidade a nível pessoal, o que depois também se reflecte em campo”, reconhece Vítor, que presentemente se encontra, e pela segunda semana consecutiva, no sul de Espanha – no sábado concluiu a Copa Real Club de Golf Sotogrande, em Cádis, no 32.º lugar (colectivamente, Portugal foi 14.º entre 16 nações), e amanhã começa a competir no Campeonato Internacional de Espanha, em Jerez de la Frontera, também em Cádis, sempre na Andaluzia.
“É claro que sinto bastante a falta da Jéssica, principalmente nos torneios mais longos. Todos os jogadores que ficam no quarto comigo sabem como eu sou, e o quanto ela me faz falta”, confessa Vítor. Jéssica: “É nestas alturas que usamos mais as tecnologias e aplicacões do telefone. Falamos todas as noites e, quando as condicões assim o permitem, falamos por FaceTime (vídeo chamada).”
O jogador reconhece o efeito benéfico da namorada no seu jogo / © FILIPE GUERRA
Jéssica e Vítor têm uma história curiosa, porque se encontraram em Dezembro de 2013 sem saberem que já se conheciam. Em tempos, tinham frequentado o mesmo infantário. “Vi-a uma vez numa noite em Vilamoura e pedi a uma amiga comum que nos apresentasse”, conta Vítor. “As primeiras coisas que vejo numa mulher são os olhos e a gentileza. Ela tinha charme.”
E Jéssica, o que nos diz sobre a sua cara metade? “O Vítor tem um carisma especial. É encantador e tem uma personalidade que me chamou muito a atenção, uma vez que vivemos numa sociedade sem valores sociais.” E sobre o facto de ele ser um dos melhores golfistas portugueses? “É uma grande responsabilidade pois ele tem um próspero futuro pela frente”, responde. “E, de certa forma, sinto que qualquer desequilíbrio emocional ou físico poderá afectar as suas decisões.”
Ao princípio, Jéssica, natural de Faro e residente em Quarteira, não ligava muito ao golfe. “Achava que era algo para pessoas de uma faixa etária mais avançada, mas, agora que acompanho o Vítor, penso de maneira diferente. É um desporto em que é muito dificil de se obter bons resultados. Já experimentei há alguns anos atrás, mas não foi algo que me tivesse chamado a atenção.”
“A Jéssica ainda não experimentou, mas há de chegar lá, acredito que um dia ela possa vir a jogar 18 buracos comigo”, confia Vítor. “No início ela não achava muita piada ao golfe, até gozava comigo quando nos falávamos enquanto eu estava fora, mas quando a trouxe pela primeira vez ao golfe ela adorou e partir daí já se preocupa mais em compreender o funcionamento da modalidade, e quando acabo as minhas voltas de golfe já posso falar com ela sobre o assunto.”
Até hoje, Jéssica já marcou presença ao vivo em dois torneios com Vítor Lopes. E ele ganhou ambos: “Vi-o a competir no Montado, para a Taça da Federação. Esse dia foi especial, pois ele não sabia que eu ia aparecer – e foi bom ver a reacção dele quando me viu. Também o vi a competir na Penina, onde em Janeiro ganhou pela primeira vez no Circuito Liberty Seguros pela primeira vez. Fiquei muito feliz de ter estado presente nesse momento, pois sei que foi bastante importante para ele começar o ano dessa maneira. Vou tentar aparecer mais vezes, apesar de ser difícil conciliar com os estudos.”
Vítor e Jéssica são ambos muitos novos. Vítor tem 18 anos, Jéssica 17. Por isso, são cautelosos no que diz respeito a grandes planos juntos. “Eu prefiro viver o presente, tento não pensar muito no futuro , mas sim, quero que a Jéssica faça parte do meu futuro , em tudo que faço.” Jéssica: “Não gosto muito de pensar no futuro. Acho que temos de nos preocupar com o presente para ter um bom futuro. No entanto, quero que o Vítor continue a fazer parte da minha vida.”
Os bons desempenhos de Vítor chamaram a atenção de “olheiros” dos Estados Unidos. Há várias universidades interessadas no seu contributo já para o ano lectivo de 2015-2016, altura em que ele já terá concluído o 12.º ano. Kansas State, Florida Gulf Coast e Georgia State são algumas delas. Ou seja, há fortes hipóteses de Vítor passar os próximos quatro anos fora de Portugal.
“Acho que é uma boa oportunidade, fico feliz por ele”, diz, a propósito, Jéssica. “No entanto, é sempre difícil pensar que poderemos estar tão distantes um do outro. Apoio a decisão que o Vítor tomar e achar melhor para ele. Penso que não irá influenciar a nossa relação.”
Vítor reconhece que têm falado sobre este tema, mas lembra que ainda não tomou qualquer decisão. “ A Jéssica apoia-me em todas as minhas decisões, o que é óptimo. Adoramos ir ao cinema aos domingos, jantar uma vez por semana juntos só os dois, e fazer todos os tipos de desportos. Temos um grande entusiasmo em tudo o que fazemos e, naturalmente, seria difícil ter de abdicar disso.”