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Olímpicos: Lima nos 17.ºs, Melo Gouveia nos 42.ºs
12/08/2016 00:43 GOLFTATTOO COM LUSA
Norte-americano Rickie Fowler, n.º 8 mundial, encerra a sua prestação no 18 com um 75 (+4) que o deixa no lote dos 56.ºs e antepenúltimos, ao mesmo tempo que aparece no ecrã o nome e a posição de Melo Gouveia / © I.G.F./Flickr

Australiano Marcus Fraser líder destacado após 1.ª volta no regresso do golfe aos Jogos

 O brasileiro Adilson da Silva bateu o primeiro shot da competição / © I.G.F./Flickr

E 112 anos depois o golfe assinalou nesta quinta-feira, num dia muito ventoso e cinzento, o seu regresso aos Jogos Olímpicos, com a competição masculina a arrancar no par-71 do Rio Olympic Course com 60 participantes de 34 nacionalidades, entre os quais os portugueses Filipe Lima e Ricardo Melo Gouveia – com resultados de 70 e 73 pancadas, respectivamente, o primeiro é 17.º empatado com 8 jogadores, o segundo partilha o 42.º lugar com mais 7. 

A grande sensação do dia foi o australiano Marcus Fraser, 90.º no ranking mundial, com uma primeira volta de 63 pancadas, 8 abaixo do par, que lhe deu a liderança com 3 de vantagem sobre o sueco Henrik Stenson e o canadiano Graham Delaet, ambos com 66. Stenson, n.º 5 mundial e vencedor do British Open – o terceiro major do ano – em Julho, é o jogador mais cotado em prova mas não é o único dos favoritos nos lugares cimeiros.

Marcus Fraser / © I.G.F./Flickr

O inglês Justin Rose, 12.º mundial, não só fez um hole-in-one no buraco 14, como concluiu a sua prestação com um 67 que lhe dá o quarto lugar empatado com o belga Thomas Pieters, o francês Gregory Bourdy, o alemão Alex Cejka e o espanhol Rafa Cabrera-Bello.

Justin Rose / © I.G.F./Flickr

Henrik Stenson / © I.G.F./Flickr

Filipe Lima assumiu que entrou "um pouco a tremer" na sua estreia olímpica, mas mostrou-se satisfeito com o nível do seu jogo na primeira ronda do torneio de golfe dos Jogos Rio'2016.

"Um pouco a tremer no princípio. Estive a falar com os outros atletas e sabemos o que é, mas sem saber, porque é a primeira vez que estamos a jogar os Jogos Olímpicos, pelo que é um pouco difícil. Estamos um pouco perdidos nas sensações, mas depois de batermos os primeiros shots as sensações dos torneios voltam e depois é o mesmo jogo", disse.

Apesar do stress, Filipe Lima entrou bem para a primeira volta e conseguiu dois birdies nos primeiros três buracos. "Gosto muito de estar em condições de stress, porque estou mais focado no meu jogo. É verdade que comecei bem e joguei bem até ao final. Aquela passagem nos buracos 12, 13, 14 é uma passagem muito difícil do campo. Nos dois bogeys não falhei mesmo os shots, são buracos difíceis, acontece. Foi muito positivo o jogo hoje", assumiu.

Filipe Lima acredita que pode chegar aos lugares cimeiros. "O golfe é uma modalidade que não é como o ténis, que se sabe que serão um dos quatro melhores do mundo, a natação, que será quem tem a melhor marca do ano. Nós, todas as semanas pode ser um novo. Eu sei que posso jogar melhor do que todos, numa semana pelo menos, sei que é possível mesmo", assumiu. 

Filipe Lima diz mesmo que tanto ele como Ricardo Melo Gouveia, o outro português no Rio2016, podem "ser medalha de ouro": "Estou a jogar bastante bem, estou muito bem nos greens e todos sabem que quando estou bem nos 'greens' sou perigoso", referiu.

O vento, por vezes forte, que se faz sentir no Rio de Janeiro pode ser um factor determinante na luta pelos lugares cimeiros da classificação. "O vento é a coisa mais difícil que nós temos no golfe, é verdade que o vento está forte, mas está no sentido que não estorva muito, se estivesse um pouco mais de oeste ainda estorvava mais, mas sou um jogador de vento, gosto de jogar no vento, isso ajuda-me um pouco mais, porque há quem não goste", assumiu. 

Ricardo Melo Gouveia reconheceu que sentiu um pouco a pressão de estar a representar Portugal nos Jogos Olímpicos: "Há um pouco mais de pressão. O facto de estarmos a representar o nosso país é digno dessa pressão extra. Senti um pouco no início, mas depois o jogo foi melhorando, consegui acalmar-me e as coisas começaram a correr melhor. Foi só pena o 'putt' não ter entrado", afirmou. 

O lisboeta disse que o arranque "não foi o ideal" e que "estava à espera de um pouco melhor", assumindo que sentiu "um pouco falta de ritmo de competição no início". "Depois o jogo foi melhorando. Foi pena hoje os putts não terem entrado, mas vou treinar isso hoje à tarde para que sexta-feira seja melhor", afirmou. 

Assumiu que para chegar a um bom resultado qualquer golfista tem de ter "quatro dias de muito bom golfe", porque no Rio estão "alguns dos melhores jogadores do mundo". "Mas claro que é possível, senão não fazia sentido estarmos aqui a competir. Nós competimos para vencer e acreditamos que se estivermos com o nosso melhor jogo conseguimos chegar ao pódio ou ao primeiro lugar", afiançou. 

O vento, por vezes forte, que se fez sentir hoje na zona do campo olímpico de golfe, tornou o jogo "bastante difícil". "A organização do torneio não facilitou na colocação das bandeiras. Houve muitas bandeiras difíceis, mas o australiano que está à frente fez um resultado fora do normal, espero ser eu sexta-feira", afirmou. 

O melhor português de sempre no ranking mundial elogiou o "excelente" campo, que tem um desenho "muito bom", com "os obstáculos nos sítios certos". 

"Só há um ou outro buraco que, devido ao comprimento que tem a parte dos greens, não foi desenhada consoante essa distância. De resto, na maior parte dos buracos está tudo muito bem feito. Dou os parabéns à equipa de arquitetos que fez este campo", afirmou. 

Melo Gouveia assumiu que o ambiente na Aldeia Olímpica "está a ser excelente", considerando que "a equipa portuguesa é excelente, são todos muito acolhedores, muito simpáticos e tem sido uma experiência única", mostrando-se pouco preocupado com questões como o Zika. 

"Estava quarta-feira a dizer ao meu pai que ainda não vi nenhum mosquito e não fui picado por nenhum. Os jogadores que muito dos jogadores que decidiram não vir se vão arrepender. Os que estão cá vão ter esta experiência única na vida", disse.