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Tomás Silva e José Sousa e Mello: união de facto
03/02/2016 13:16 RODRIGO CORDOEIRO
Tomás e "Zézinho" juntos rumo ao título na Penina, a 17 de Janeiro / © FILIPE GUERRA

Bicampeão nacional amador apoiado por histórico jogador e presidente do CG Estoril

Já aqui contámos como Tomás Silva venceu de forma espectacular, a 17 de Janeiro, o 1.º Torneio do Circuito FPG, a assinalar o arranque do calendário oficial de 2016 da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), no Penina Hotel & Golf Resort, perto de Portimão, no Algarve. 

O craque de Clube de Golfe do Estoril fez 4 birdies nos últimos 5 buracos da segunda e última volta (incluindo no 18, um par-5, com um putt de 7 metros a descer) e depois bateu João Girão (Oporto Golf Club), detentor da Taça FPG, no primeiro buraco do play-off, com novo birdie no 18. Tinham concluído os 36 buracos regulamentares com 142 (-4). 

Para começar a época em grande, Tomás Silva, que em 2016 estará dedicado exclusivamente ao golfe, contou com a ajuda do presidente do clube a que pertence, José Sousa e Mello, um dos melhores amadores na história do golfe português, com sete títulos de campeão nacional – o primeiro em 1969, o último em 1986 (e ainda foi finalista vencido em 1997, frente a Stephane Ferreira). 

“Zezinho”, como é conhecido entre amigos, jogou a primeira volta do 1.º Torneio do Circuito FPG, mas abdicou da segunda para fazer de caddie de Tomás, que por sua vez soma três títulos no Campeonato Nacional Absoluto (2010, 2014 e 2015) e dois na Taça FPG (2009 e 2012). 

“Nos últimos três, quatro meses, temos falado quase diariamente sobre aspectos que precisam de melhorar no meu jogo”, revela Tomás, “e aquela última volta na Penina serviu isso mesmo. Uma coisa é treinar no driving range, tentar definir os shots que quero dar, outra é executá-los no campo, que é onde realmente se aprende, e onde se consegue ver se o treino está a ser o mais correcto.” 

Tomás reconhece a importância de Sousa e Mello naquele putt que meteu no último buraco regulamentar para forçar o play-off com João Girão, que havia sido o seu carrasco nas duas últimas edições da Taça FPG, sendo que na de 2015 se defrontaram na final, no Estela Golf Club. 

“Ele disse-me simplesmente disse dar hipóteses à bola de entrar, para não dar tanta linha como tinha dado ao longo do jogo, para ser um bocadinho mais agressivo. Foi o que fiz, felizmente consegui concretizar e tenho mais uma vitória.” 

José Sousa e Mello diz que resolveu não jogar naquele domingo “exactamente para seguir e ver como é que ele [Tomás] está a andar dentro do percurso que quer fazer este ano”. E considera: “Tem erros, ainda não os sublimou, mas está melhor. Há ali partes que tem de resolver, não de componente técnica, mas de estratégia. No buraco 13 disse-lhe para jogar madeira 3, ele jogou o driver e foi parar dentro de água. Consegui fazer com que ele ‘patasse’ melhor, também era um ponto fraco seu, fez o que devia.” 

A dada altura da última volta na Penina, mais concretamente com apenas cinco buracos para jogar, T0más tinha já uma desvantagem de cinco pancadas para o líder, mas Sousa e Mello não deixou de acreditar no título do seu jogador. 

“Com a distância que ele tem, há uma capacidade ilimitada de recuperação. Por isso, era uma questão de esperar. Confesso que julguei que estava fora quando foi para dentro de água, mas quando fez o primeiro birdie, logo a seguir, no 14, eu disse: ‘Agora vais fazer o segundo’. E ele fez… E quem faz dois birdies, faz três, quem faz 3, faz 4…”

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*Este artigo foi publicado inicialmente no caderno GOLFE do jornal Público, dia 30 de Janeiro