AcyMailing Module

19
> Home / Artigos
Um casal luso-americano com futuro no golfe
04/03/2015 12:26 Rodrigo Cordoeiro
Allyson e Pepito em Lisboa no início do ano, antes do regresso aos EUA / © FILIPE GUERRA

José Maria Jóia e Allyson Henning dão a conhecer a sua relação em Orlando, Florida

José Maria Jóia e Allyson Henning conheceram-se no primeiro ano do português na universidade de Central Florida (UCF), em Orlando. Era 2011, e Jóia, ou “Pepito” para os amigos, vinha transferido da Lynn University, em Boca Raton (Florida), onde no ano prévio tivera uma excelente primeira época desportiva nos Estados Unidos, com uma vitória individual, seis top 10 e uma média de 72,64 pancadas, a quinta mais baixa de sempre na equipa dos “Fighting Knights”.

O golfe foi o pretexto: “Ela vivia nos mesmos apartamentos dentro da UCF e via-nos sempre com os tacos de golfe. Um dia eu vi-a com os tacos dela e meti conversa”, conta José Maria, que nessa temporada voltaria a brilhar então já ao serviço dos “Knights” da UCF, jogando todos os torneios e obtendo seis top 10, para uma média de 72,3 pancadas. Um dos seus companheiros de equipa, tal como havia sucedido na Lynn University, era Ricardo Melo Gouveia, hoje o melhor português no ranking mundial de profissionais.

A cumplicidade entre os dois começou por uma longa amizade / © D.R.

Allyson, com efeito, é uma boa jogadora de golfe – com 22 anos, tem 7 de handicap e o seu home club é o Belleview Biltmore Golf Club, em Belleair Beach, na Florida, que fica perto da sua terra natal de Clearwater, uma cidade de praias paradisíacas de areia branca e bom clima todo o ano. Começou a jogar a sério quando era júnior no liceu, mas o golfe sempre fez parte da vida dela porque o seu irmão mais velho, Andrew, de 26 anos, cresceu a praticar a modalidade.

E se José Maria, que em Portugal representa o Clube de Golfe de Vilamoura, gostaria de seguir uma carreira de jogador profissional, Allyson, estudante de jornalismo na área de Radio-Television Broadcast, também planeia um futuro no golfe: “Quero ser jornalista/repórter especializada na indústria dos desportos, especificamente no golfe.” Ora, quem sabe um dia mais tarde ela não vai comentar os desempenhos do namorado na alta-roda mundial? “Seria giro…”, comenta Allyson.

Apesar de se conhecerem há quase quatro anos, Allyson e Pepito só começaram a namorar há 9 meses. “Ele sempre foi um dos meus melhores amigos ao longo da minha carreira universitária na UCF”, lembra Allyson. “É alguém que eu sempre respeitei por causa da sua positividade, está sempre de bom humor e coloca sorrisos nos rostos de todos, especialmente no meu. Agradeço, também, a sua honestidade, é uma das pessoas mais directas que eu conheço.”

“Desde que nos conhecemos, fomos ficando muito amigos”, diz, por sua vez, José Maria, de 23 anos, e que no próximo Verão conclui o curso de Gestão de Empresas na UCF, pretendendo depois manter-se nos EUA. “Ela é muito carinhosa e põe sempre os outros em primeiro lugar. Divirto-me muito com ela e não há nada que não lhe possa contar. É importante ter uma pessoa tão próxima em quem possamos confiar a 100 por cento.”

No final de Dezembro de férias no Algarve / © D.R.

A relação entre ambos estreitou-se ainda mais após a recente viagem de Allyson a Portugal, entre o final de Dezembro e o início de Janeiro. “Foram uma férias óptimas”, reconhece Pepito. “Ela teve oportunidade de conhecer uma parte da minha família, algo que era um desejo meu, e de perceber de onde eu venho. Chegou a seguir ao Natal e nos primeiros dias foi conhecer Lisboa toda. Tivemos sorte com o tempo, porque, apesar de ter estado frio, não choveu. De seguida fomos para o Algarve, para a passagem de ano, percorremos as praias todas e ela adorou.”

Allyson diz que a viagem a Portugal “foi espantosa, para dizer o mínimo”. “De Lisboa ao Algarve, é um lugar tão bonito. Houve tanto para ver, saborear e experienciar! A história de Lisboa é incrível. Gostei muito da arquitectura da parte velha da cidade. Adorei experimentar todos os tipos de comida e explorar o país com o melhor guia que podia pedir. Portugal é um país de cortar a respiração e, depois de o visitar, muitos amigos meus têm curiosidade em conhecê-lo.”

Nos Estados Unidos, quando têm tempo, Allyson e Pepito gostam de ir aos Fresh Markets em Orlando, onde os agricultores vendem de tudo um pouco, como nos mercados portugueses. José Maria diz que vão jantar fora com frequência, mas Allyson elogia os atributos culinários do namorado: “Adoro o que ele cozinha, temos sempre bons momentos na confecção de pratos novos e a tentar coisas novas.” De resto, já fizeram viagens por Miami, West Palm, Tampa, Saint Augustine e, claro, Clearwater.

Allyson em Lisboa, a primeira cidade europeia que conheceu / © D.R.

Se Ricardo Melo Gouveia concluiu o curso no Verão do ano passado e tornou-se de imediato profissional, com o sucesso que se sabe, Jóia deparou-se com uma lesão nas costas que o afastou da competição durante toda a temporada de 2013-2014, limitando-se nesse período ao treino do jogo curto. Foi para ele, como os americanos lhe chamam em termos técnicos, um Red-Shirt Year

“Tinha muitas dores quando jogava e depois do jogo. Foi-me diagnosticada uma fibrose fascial na lombar esquerda. Mas fiz um tratamento em Portugal que resultou bastante bem e a partir daí nunca mais tive dores como tinha dantes”, explica. “Quanto ao meu futuro de golfista, vai depender das minhas costas. Se estes tratamentos que tenho feito derem resultado, vou tentar a carreira profissional. Estou optimista.” 

Jóia só regressou à competição o ano passado, na Fall Season da presente época (2014-2015), com quatro torneios e alguns resultados interessantes (foi o melhor na equipa dos Knights no Northern Intercollegiate e o segundo melhor no Hartford Hawks Invitational). Este ano, voltou a apurar-se para a equipa dos Knights nos dois torneios já realizados na Spring Season, o SunTrust Gator Invitational, em Orlando, em Fevereiro, e o John Hayt Collegiate Invitational, em Jacksonville (Florida), este jogado entre sexta-feira e domingo últimos. 

Neste dois torneios de 2015, sem resultados de relevo para o jogador ou para a UCF, esteve sempre mau tempo. No primeiro estavam zero graus centígrados e soprava vento, no segundo choveu muito e também houve ventos fortes. Apesar disto, Allyson fez questão de marcar presença nos dois torneios para ver jogar a sua cara metade. “Ele está muito confiante e focado, sabe o que quer e trabalha duro para ter sucesso em tudo o que faz”, diz.