Desconhecida Mo Martin fez eagle no último buraco para vencer em Royal Birkdale
Mo Martin, 99º no ranking mundial, já se tinha feito notar neste Ricoh British Open, quando encerrou a primeira metade do torneio com duas voltas de 69 e no topo da classificação. Mas saíra do radar com uma terceira volta de 77. Não terá passado pela cabeça de muita gente que ainda pudesse vencer, tanto mais que havia nomes como Inbee Park, Shanshan Feng, Suzann Pettersen (três top 10 mundiais) e Sun-Ju Ahn (um major no palmarés) nos quatro primeiros lugares à partida para a última volta ao campo do Royal Birkdale, Inglaterra. Mas venceu.
Mo Martin iniciou a jornada decisiva no lote das sétimas classificada, a três shots da líder, Inbee Park. Debaixo de muito vento, finalizou com um 72 que foi “só” a melhor volta do dia (a par da sueca Anna Nordqvist). No 18, jogara driver e madeira 3 para deixar a bola a menos de dois metros da bandeira. “Foi o shot da minha vida”, reconheceu a jogadora de 31 anos, natural de Pasadena, Califórnia.
Depois de ter feito o eagle aguardou a chegada das restantes jogadoras que ainda estavam em campo e estava no driving range, a aquecer para um eventual play-off, quando soube que o título lhe pertencia. Inbee Park precisava de um birdie no 18 para empatar, mas, estranhamente, bateu o shot de saída para o rough e acabou com bogey, enquanto Petterson encerrou com um birdie quando precisava de um eagle.
"É uma espécie de uma história de Cinderela. Escusado será dizer que foi a melhor semana da minha vida”, afirmou Martin. A californiana creditou o seu treinador, Ian Triggs, que a encorajou o ano passado a mudar de um putter longo para um mais pequeno, e dedicou a vitória ao seu avô e também o melhor amigo, Lincoln Martin, falecido em Março com 102 anos.
Profissional desde 2005, Martin só em 2012 conseguiu chegar ao LPGA Tour, e desde então tem-se mostrado um exemplo de consistência: nesse mesmo ano, jogou 25 torneio e passou o cut em 21; em 2013, jogou 21 e fez 16 cuts. A estes números não será alheio o facto de ser a jogador mais precisa com o driver (mas também um das mais curtas), segundo as estatísticas do circuito. No entanto, faltava-lhe algum brilhantismo, já que nessas duas épocas só obteve um top 10 – 3º lugar no Kia Classic de 2012. Em majors, o seu melhor registo era o 29º lugar no Kraft Nabisco Championship deste ano.
“Hoje foi um difícil de golfe. Estava muito ventoso e este campo é muito desafiador. Por isso mantive-me paciente e felizmente joguei bom golfe. Logo que vi Royal Birkdale pela primeira vez, apaixonei-me por ele. Acho o lay out absolutamente fenomenal”, afirmou a sucessora de Stacy Lewis na lista de vencedora do Ricoh British Open. A estratégia da campeã: jogar sempre para as partes mais largas dos fairways, de maneira a ter a melhor abordagem possível para os greens.
Martin terminou com um total agregado de 1 pancada abaixo do par-72, deixando Shanshan Fen e Suzann Pettersen a um shot de distância. Inbee Park foi quarta com +1 e em quinto, com +3, surge um quarteto constituído por Jessica Korda, Angela Stanford, Eun-Hee Ji e Julieta Granada. E, com esta vitória, facturou um prémio de 348 mil euros e 625 pontos para a Race to the CME Globe do LPGA Tour, subindo de 49ª para 19ª na tabela. No ranking mundial, deverá subir de 99ª para 26º.