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Como acolher os novos jogadores?
Crónica
04/08/2014 17:53 Miguel Teixeira Bastos

Não desperdicemos todo o esforço já colocado no Projecto de Desenvolvimento Juvenil da FPG

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer publicamente ao Rodrigo Cordoeiro o convite que me fez para contribuir para este novo projecto. Qualquer meio de comunicação sobre Golfe em Portugal, desde que bem estruturado e com conteúdos equilibrados, é sempre de enaltecer!

Neste primeiro artigo, gostaria de abordar o Projecto de Desenvolvimento Juvenil da FPG e o seu futuro.

É, na minha opinião, um projecto de extrema importância para o crescimento do Golfe em Portugal. Não há dúvida nenhuma que, para o crescimento de qualquer modalidade, é essencial alargar a base de jovens jogadores.

O trabalho que tem sido feito pelo David Moura nas várias acções de divulgação realizadas em espaços públicos, aliado aos protocolos já celebrados entre Câmaras Municipais, Clubes e FPG, pode vir a dar muitos frutos na desmistificação do Golf como desporto de elite, potenciando desta forma o aparecimento de muitos novos jogadores.

Por outro lado, poderíamos também equacionar se as capacidades adquiridas pelo David Moura ao longo de tantos anos como Treinador Adjunto Nacional não deveriam ser melhor aproveitadas na estrutura técnica da FPG… Mas, isso são "contas de outro rosário".

Voltando ao nosso tema, o que me preocupa neste projecto é saber se temos as condições necessárias para acolher a "avalanche" de jovens que vai começar a chegar aos Clubes. Da realidade que conheço, as estruturas técnicas dos clubes têm sofrido um downsizing geral, sendo poucos os casos onde se tem investido. Na FPG é também conhecida a falta de estrutura técnica para as selecções das camadas jovens, pois existe apenas um Seleccionador Nacional para todos os escalões (femininos e masculinos).

Neste momento, em que já vamos em quase um ano (salvo erro) de acções de promoção e alguns protocolos assinados, importa perceber que modalidades de sócios vão os clubes criar para estes jovens e qual o investimento que vai ser canalizado para as respectivas escolas.

Quanto à Federação, tem investido bastante na equipa técnica do Jamor, já com alguns resultados, mas ainda não alargou a equipa técnica dedicada às selecções.

O investimento que tem sido feito no Jamor está alicerçado num conceito de Escola de Golfe que se encontra ao dispor de cada clube que o quiser replicar. Isto é muito importante, pois pode criar um modelo nacional de desenvolvimento da modalidade contribuindo para a uniformização do ensino e dos conceitos transmitidos aos jovens.

Para isto ser possível, tem de existir uma comunicação estreita e constante entre os responsáveis técnicos da FPG e dos Clubes. A FPG deve promover o diálogo, pois muitas vezes os Clubes funcionam em desconhecimento do que esta lhes disponibiliza e não têm a iniciativa de a contactar.

Por parte da Federação, deve também ser equacionado o investimento no reforço da equipa técnica nacional, de forma a criar técnicos para os diversos escalões existentes, tanto femininos como masculinos, que trabalhariam de acordo com as orientações do Seleccionador principal. Se olharmos para outras modalidades, vemos que existem diversos treinadores responsáveis por cada escalão etário de jogadores. A partir do momento em que queremos investir no crescimento do Golfe, temos de considerar que a qualidade vai aumentar, elevando também a necessidade de criar mais selecções de jovens, mais estágios, mais participações em torneios internacionais.

Enfim, ficam aqui uns pontos para reflectirmos todos, sendo que o devemos fazer com urgência, visto que não queremos desperdiçar todo o esforço já colocado neste projecto!

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Jogador do Oporto Golf Club, handicap 2,7

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