Joga-se entre quinta e domingo no Royal Óbidos Spa & Golf Resort, com sete portugueses entre os 144 concorrentes
Dada a descontinuação este ano do Portugal Masters, cabe ao Open de Portugal, do Challenge Tour, o estatuto de prova mais importante do golfe nacional em 2023. Sob a égide da Federação Portuguesa de Golfe, a sua 61.ª edição decorre entre quinta-feira e domingo, pela quarta vez consecutiva no Royal Óbidos Spa & Golf Resort.
O Portugal Masters fazia parte do calendário do DP World Tour (o principal circuito europeu de profissionais) desde 2007, com um prize-money de 1,75 milhões de euros.
Fazendo parte do circuito satélite, o Open de Portugal distribui €250.000 em prémios e conta com 144 concorrentes, entre os quais sete portugueses, todos profissionais: Ricardo Santos, Ricardo Melo Gouveia, Tomás Melo Gouveia, Tomás Bessa, Vítor Lopes, Pedro Lencart e João Pinto Basto.
Entre os participantes estão os números um e dois no ranking do Challenge Tour 2023, respectivamente o sul-africano Casey Jarvis e o francês Ugo Coussaud, bem como o n.º 5, o espanhol Manuel Elvira.
Do top-10, aliás, só faltam o italiano Matteo Manassero (3.º) e o inglês Alex Fitzpatrick (4.º), irmão mais novo de Matt Fitzpatrick, campeão do Open dos EUA em 2022 e o actual n.º 8 mundial.
O francês Pierre Pineau defende o título conquistado o ano passado num play-off com mais dois compatriotas. Pineau venceu metendo um putt de 12 metros para birdie no primeiro buraco do desempate (no 18).
As expectativas são altas em relação ao contingente nacional. Ricardo Melo Gouveia, de 32 anos, já venceu seis vezes no Challenge Tour, a última das quais no Abu Dhabi Challenge, a 30 de Abril. Ele foi o n.º 1 do circuito em 2015, no seu primeiro ano completo como profissional, e n.º 2 em 2021.
Depois de em 2022 ter falhado por muito pouco o estatuto de full member no DP World Tour, Melo Gouveia tem dividido a presente temporada entre este (já com dois top-10) e o Challenge Tour, em cujo ranking é 21.º.
Os 20 primeiros na designada Road to Mallorca do Challenge Tour no final da temporada são promovidos ao DP World Tour para 2024.
Desde a sua vitória em Abu Dhabi, Ricardo obteve mais dois top-10 no Challenge Tour: no Andalucía Challenge de Cádiz, em Espanha, e no Blot Open de Bretagne, em França.
Depois, falhou seis cuts consecutivos no circuito, antes de voltar aos bons resultados com o oitavo lugar no domingo no Challenge de Espanha, a apenas duas pancadas do primeiro lugar.
“Sinto-me bem, venho de uma boa semana em Espanha, onde estive mais consistente, consegui fazer quatro voltas positivas. Tudo indica que o jogo está lá, agora é tentar continuar. O campo de Royal Óbidos está em óptimas condições”, salientou.
Ele foi o único golfista português a jamais entrar no top-100 do ranking mundial, tendo atingido o máximo de 77.º em Janeiro de 2016. Está actualmente em 382.º, o melhor luso na tabela, seguido por Pedro Figueiredo (736.º) e Ricardo Santos (742.º)
Melo Gouveia sabe fazer bons desempenhos em casa. Foi 5.º no Portugal Masters de 2017 e 7.º em 2018.
No Open de Portugal, foi 4.º em 2021, sucedendo a Vítor Lopes, que havia sido 7.º na primeira edição Royal Óbidos em 2020, como o melhor português na competição. Em 2022 coube a Tomás Bessa tal distinção, nos 6.ºs. Vítor Lopes e Tomás Bessa estão entre os competidores esta semana.
"Eu gosto de jogar em casa, de sentir o apoio do público português, acho que é uma vantagem, e por isso estou ansioso por começar", disse Ricardo Melo Gouveia.
Ricardo Santos, de 40 anos, é outra figura de peso no Open do Portugal. Um dos três únicos portugueses que venceram uma vez no DP World Tour, a par de Daniel Silva e Filipe Lima. Foi no Open da Madeira de 2012.
Competindo este ano no DP World Tour, Santos joga esta semana no Open de Portugal para manter a rodagem para o final da época no DP World Tour, e com confiança para fazer um brilharete. E o primeiro prémio vale €32.000.
Pedro Figueiredo, o segundo português no DP World Tour 2023, optou por retirar a sua inscrição no sábado, após ter jogado quatro semanas seguidas. Irá antes fazer de caddie de João Pinto Basto, seu companheiro de home club na Quinta do Peru, que faz a estreia no Open.
Tomás Melo Gouveia, irmão mais novo de Ricardo, tem vindo em crescendo na sua carreira profissional e obteve três top-10 nos últimos dois meses no Challenge Tour. Na passada sexta-feira Tomás e Ricardo causaram sensação no golfe europeu e até mundial ao partilharem o comando após as duas primeiras voltas do Challenge de Espanha. Se Ricardo finalizou em 8.º, Tomás fê-lo entre os 34.ºs.
Quanto a Pedro Lencart, já vencedor este ano no Pro Golf Tour, procura aproveitar a oportunidade.
Os 60 primeiros e empatados no final das duas primeiras voltas (primeiros 36 buracos) seguem em frente para as duas voltas do fim-de-semana. Os restantes são eliminados e ficam fora da repartição do bolo do prize-money.