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Atirar toalha ao chão? Não com Ricardo Melo Gouveia
01/07/2017 07:06 HUGO RIBEIRO/FPG
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Na segunda volta, Melo Gouveia fez sete birdies entre os buracos 5 e 14 © GETTY IMAGES

No Open de França acreditou quando tudo parecia perdido e agora joga com Thomas Bjorn

Ricardo Melo Gouveia deu nesta sexta-feira um valente pontapé na crise e passou o seu primeiro cut em torneios do European Tour desde o Open da China em finais de abril.

E o atleta olímpico fê-lo logo no Open de França, um dos mais antigos, mais carismáticos e mais importantes torneios da primeira divisão europeia, com os seus 6,1 milhões de euros em prémios monetários.

O n.º 1 português, 128.º europeu e 264.º mundial teve uma reação de campeão, típica da garra que o caracteriza e chegou a meio da prova com 143 pancadas, 1 acima do Par, após voltas de 73 e 70, um resultado que o deixa no grupo dos 65.º classificados, empatado com outros sete jogadores, entre os quais o capitão europeu da Ryder Cup, o dinamarquês Thomas Bjorn.

Aliás, Ricardo Melo Gouveia vai jogar amanhã a terceira volta, logo a partir das 8h10, ao lado de Thomas Bjorn, que venceu o Open de Portugal em 2010.

Uma curiosidade ainda mais aliciante por este HNA Open de France estar a jogar-se no sempre difícil percurso Albatros, do Le Golf National, nos arredores de Paris, exatamente o palco da próxima Ryder Cup, em 2018.

O profissional da Quinta do Lago precisou, no entanto, de uma enorme determinação para manter-se em competição, pois tinha terminado a primeira volta no 96º lugar e hoje tudo parecia perdido quando começou a segunda volta com 1 bogey e 1 duplo-bogey.

Nessa altura, arrancou para uma grande exibição, como tantas vezes lhe vimos, com 7 birdies e apenas 1 bogey em 9 buracos.

De repente, estava a galgar posições e a colocar-se bem dentro do cut. O final poderá ter sido de nervos, mas aguentou-se com o Par nos buracos 15, 16 e 17.

O duplo bogey no icónico 18 acabou por fazê-lo perder alguns lugares mas não podemos esquecer que o finish do Albatros é considerado dos mais duros e emocionantes do circuito europeu e essa foi uma das várias razões que ajudaram a França a ganhar a renhida candidatura à organização da Ryder Cup de 2018.

Pouco importa o duplo bogey, porque mais importante estava conseguido – colocar um ponto final na série negativa de quatro torneios seguidos sem passar o cut, uma série iniciada exatamente no Open de Portugal @ Morgado Golf Resort. 

“Consegui chegar ao fim-de-semana e agora é tempo de disparar alguns números baixos. O jogo está bom, só preciso que alguns putts caiam”, escreveu no Facebook.

Já Filipe Lima, que partiu para a segunda volta empatado com Ricardo Melo Gouveia, não conseguiu passar o cut, caindo até para o grupo dos 126.º classificados, com 149 pancadas, 7 acima do Par, entregando cartões de 73 e 76.

O Open de França é liderado pelo espanhol Adrian Otaegui (68+66) e pelo norte-americano Peter Uihlein (67+67), com 134 (-8).

Challenge Tour na Escócia ficou sem portugueses

No SSE Scottish Hydro Challenge no Macdonald Spey Valley Golf Club, em Aviemore, de 250 mil euros em prémios, Tomás Silva e João Carlota ainda conseguiram boas segundas voltas de 69 (-2) e 68 (-3), mas não lograram passar o cut e foram eliminados, tal como Ricardo Santos, que fechou a segunda jornada com 74 (+3).

Tomás Silva foi o melhor português, no 72.º lugar (empatado) e foi o buraco 12 a custar-lhe caro. Perdeu ali 2 pancadas em dois dias e falhou o cut apenas por 1! O jogador do Team Portugal totalizou 144 (75+69), +2.

"Sabia que tinha de fazer uma volta baixa para ter hipóteses de jogar no fim de semana. Consegui criar as oportunidades mas a sorte não esteve do meu lado. Dei vários putts que rodaram o buraco e acabei por falhar o cut por apenas 1 pancada", lamentou-se o jogador do Club de Golf do Estoril.

Ricardo Santos foi 124.º (empatado) com 148 (74+74), +6, enquanto João Carlota concluiu no 149.º posto (empatado) com 154 (86+68), +12.

"Hoje as coisas não correram bem, apesar de sentir que ia a jogar razoavelmente bem, mas o resultado não aparecia, daqueles dias em que as coisas não acontecem", comentou Ricardo Santos.

O Challenge da Escócia é comandado pelo Mikael Lundberg com 132 (67+65), -10.