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Como Tomás Bessa abraçou carreira profissional
02/10/2017 18:30 RODRIGO CORDOEIRO
Tomás Bessa afasta qualquer tipo de pressão na passagem a profissional © FILIPE GUERRA

Estreia com novo estatuto foi no Portugal Masters; Greatgolf representa jogador

Tomás Bessa despediu-se aos 21 anos do estatuto amador, logo após ter representado o Club de Golf de Miramar no Campeonato Nacional de Clubes – Solverde, no Vidago Palace Golf Course: a 11 de Setembro, no dia seguinte à derrota da sua equipa na final, frente ao CG Vilamoura, comunicou por e-mail à PGA de Portugal a sua decisão de passar profissional.

Pouco mais de uma semana depois fez a sua estreia competitiva na sua nova condição de golfista. Uma estreia de fogo, porque se tratou do Portugal Masters, torneio do European Tour dotado com dois milhões de euros de prize-money. Um convite que lhe foi proporcionado pela PGA de Portugal.

Durante os treinos no driving range do Dom Pedro Victoria Golf Course, espantou os demais jogadores com o seu swing e potência. “Os drives chegavam aos 330 metros”, informa Pedro Lima Pinto, que será o seu manager através da Greatgolf.

Mas o que era um motivo de “festa” transformou-se em dor quando na quinta-feira de manhã do primeiro dia de prova, antes de começar a jogar, recebeu a notícia da morte da avó. Ainda ponderou abandonar o torneio, mas acabou por participar, tendo como caddie a sua irmã Leonor, a melhor jogadora amadora portuguesa e aliás campeã nacional.

Na primeira volta Tomás fez 76 pancadas, 5 acima do par-71. Iniciando a sua prestação do 10, fechou os primeiros 9 buracos com 1 acima do par (3 birdies, 4 bogeys), mas foi-se abaixo nos segundos 9, completados em 4 acima do par (3 bogeys, 1 duplo bogey e 1 birdie). No fim, não falou do desgosto familiar aos jornalistas: “Não correu como esperava. Infelizmente, por ser a estreia, entrei algo nervoso e o meu ritmo não estava nos melhores dias”, limitou-se a dizer.

No dia seguinte melhorou três pancadas (73), acabando a prova em 135.º (entre 144 jogadores) empatado com mais dois portugueses, Tiago Cruz e João Ramos, todos com 149 (+7). A 10 pancadas do cut.

Ainda assim, deixou notas de registo do jogador excepcional que é – e do potencial que tem. “No buraco 15 [par-4 com 288 metros], meteu a bola à primeira no green nos dois dias, sendo que estava vento contra no primeiro dia”, conta Pedro Lima Pinto. “No 17 [par-5 com 539 metros], jogou driver e ferro 8. Não vi ninguém meter a bola onde ele metia.”

 Com a sua irmã Leonor a caddie, no Portugal Masters © Álvaro Marreco 

Ao GolfTattoo, Tomás Bessa explica agora a sua passagem a profissional: “Decidi tornar-me profissional de golfe por ser um sonho meu desde miúdo. É uma busca duma vida e duma carreira de sonho, na qual sou remunerado por fazer o que mais gosto, que é jogar golfe. A curto prazo pretendo ganhar experiência em competição profissional, e identificar os pontos débeis no meu jogo para depois estar em condições de disputar títulos.” 

Internacional português, Tomás Bessa foi quarto classificado este ano no Campeonato Nacional Amador Absoluto Peugeot, no Santo Estêvão Golfe. 

Pedro Lima Pinto sublinha que não há objectivos a curto prazo: “Não estamos nada preocupados com os resultados, neste momento são indiferentes. O objectivo é maximizar as aptidões dele e trabalhar os pontos fracos. O nosso foco é a evolução técnica, é nisso que vamos apostar. Ele vai jogar o Portugal Pro Golf Tour até Março do próximo ano, e quando lá chegar tomará uma decisão acerca do resto do ano. Se estiver em condições, então provavelmente dará o salto, indo competir no Alps Tour ou no Pro Golf Tour. Se a qualidade de jogo do Tomás estiver nos níveis que é necessário estar para ser competitivo no Challenge Tour , tentaremos arranjar alguns convites que lhe permitam estrear-se neste circuito.”

Na quarta-feira que foi a véspera do arranque do Portugal Masters, ficou acertado que o treinador inglês Hugh Marr – que trabalha com vários jogadores do European Tour –  irá acompanhar Tomás Bessa no jogo das 100 jardas para dentro. De resto, o português irá manter a sua ligação ao espanhol Kiko Luna, irmão do antigo jogador Tour Santiago Luna (vencedor do Open da Madeira em 1995), que costuma visitar uma vez por mês em Madrid.  

Pedro Lima Pinto adianta ainda que “provavelmente vamos ter o apoio de uma marca para ajudar neste lançamento dele, estamos a trabalhar nisso agora”.

De momento, Tomás Bessa não  tem contrato com qualquer marca, continua a jogar com o equipamento de Miramar e a utilizar os tacos Taylor Made (que sempre o tem apoiado com material), se bem que no Portugal Masters tenha utilizado driver e madeiras Callaway depois de as ter experimentado no driving range do Portugal Masters.

Tomás Bessa fez questão de sublinhar e agradecer todo o apoio que me lhe dado por todos ao longo da sua carreira amadora, desde a família aos clubes por que passou ou com os quais teve ligação, como Miramar, Amarante e Paredes.