Oito profissionais e dois amadores constituem a maior participação nacional de sempre
Dez portugueses irão participar no 13.º Portugal Masters, o mais importante torneio de golfe português, que o European Tour começa a organizar amanhã (quarta-feira) com o sempre apetecível Pro-Am, arrancando o torneio principal na quinta-feira, no Dom Pedro Victoria Golf Course, em Vilamoura.
Uma dezena é a segunda maior participação nacional de sempre no torneio de 1,5 milhões de euros em prémios monetários, um número superado apenas pelos 13 portugueses que competiram em 2017.
A armada portuguesa é liderada pelos dois únicos que conseguiram a entrada direta na lista de inscritos: Ricardo Melo Gouveia, o 168.º na Corrida para o Dubai, e Pedro Figueiredo, o 177.º na mesma hierarquia oficial da primeira divisão do golfe profissional europeu.
Os restantes oito jogadores precisaram de convites para aceder aos 120 que jogam o torneio do Turismo de Portugal, poucos dias depois do Algarve ter ganho de novo o prémio de melhor destino turístico de golfe do Mundo para o ano de 2020 na eleição anual da IAGTO, a Associação Internacional de Operadores Turísticos de Golfe.
João Carlota é jogador do Dom Pedro Hotels & Golf Clubs; pela PGA de Portugal foram distinguidos os profissionais Tomás Silva, Tiago Cruz, Miguel Gaspar, Tomás Melo Gouveia e Tomás Bessa; e pela Federação Portuguesa de Golfe foram convocados os amadores Daniel Rodrigues e Pedro Cruz.
Os grandes ausentes são Ricardo Santos e Filipe Lima que, por estarem na luta pelo top-15 final de 2019 do Challenge Tour (a segunda divisão europeia), preferiram ir somar mais pontos para o ranking no Foshan Open, na China. Ricardo Santos está muito perto de conseguir o top-15 e regressar ao European Tour (é o 9.º na Corrida para Maiorca do Challenge Tour), enquanto Filipe Lima (18.º na mesma tabela) necessita de uma boa ponta final de época quando faltam apenas dois torneios para a conclusão do calendário de 2019.
Mas se Santos e Lima têm boas hipóteses de subir de divisão e jogarem no European Tour em 2020, Melo Gouveia e Figueiredo têm no Portugal Masters a sua penultima hipótese de se manterem na elite europeia. Uma vitória em Vilamoura garantir-lhes-á o cartão para 2020, mas se esse objetivo falhar ainda têm uma última chance na Final da Escola de Qualificação do European Tour em novembro, em Espanha.
De acordo com o European Tour, este ano o cartão para 2020 deverá ser atribuído não ao top-110 como no ano passado mas provavelmente ao top-115 ou 116, por razões técnicas algo complicadas de se explicar. E mesmo os jogadores que terminarem a época no top-125 terão hipóteses de entrar em muitos dos torneios do European Tour em 2020.
Neste contexto, mesmo sendo muito difícil fazer-se uma previsão fiável, por haver muitos jogadores na mesma situação de Melo Gouveia e Figueiredo, é bem provável que um top-5 (como Melo Gouveia e Lima fizeram em 2017) ou um top-10 (como Melo Gouveia arrancou em 2018) não sejam suficientes. Seguro, seguro, só mesmo vencer o torneio, que proporciona logo não só a manutenção no European Tour, como a obtenção de uma categoria melhor para 2020.
No entanto, mesmo a final da Escola de Qualificação não é garantida e é necessário estar-se no top-145 da “Race to Dubai”. É esse agora o objetivo mais realista de Melo Gouveia e Figueiredo. Um top-5 no torneio assegura-lhes de certeza o esse top-145 no ranking europeu, e talvez um top-10 torne o sonho possível. Os dois portugueses estão particularmente motivdados antes do início da prova e como são bons amigos desde infância, impulsionam-se mutuamente para o topo.
"É um torneio importante e, para mim, é uma final – explicou ‘Figgy’ – visto estar numa posição difícil na ‘Race to Dubai’ e precisar de um grande torneio para conseguir manter o cartão. Jogar em casa poderá ser um fator importante. Essa ajuda do público poderá ser especial para conseguir um grande resultado e seria mais especial fazê-lo em Portugal, mesmo no último torneio da época. Portanto, vou com grandes expectativas para o torneio, vejo com muito bons olhos esta participação e sinto-me com muita vontade de jogar. Espero que seja um torneio grande para mim e para todos os portugueses".Ricardo Melo Gouveia, antigo jogador do Clube de Golfe de Vilamoura, parece mais descontraído do que nunca: "O Portugal Masters para mim é o torneio mais importante do calendário, não só por ser em Portugal, mas também por ser onde cresci a jogar. Outra das razões pelo qual é tão especial é o facto de termos sempre bastante apoio do público português. Espero conseguir utilizar as boas memórias que tenho dos últimos dois anos e dar um pouco de alegria àquilo que tem sido uma época muito frustrante em termos de resultados".
Dos restantes portugueses em prova, merecem destaque Tomás Silva, o bicampeão nacional de profissionais, que já passou anteriormente o cut no Portugal Masters e os amadores Daniel Rodrigues e Pedro Silva, respetivamente campeão e vice-campeão nacional Amador.
Há um mês, no Open de Portugal @ Morgado Golf Resort, também no Algarve, numa prova do Challenge Tour, os dois ‘teenagers’ passaram o cut e fizeram história para o golfe nacional. Ambos estiveram há poucos dias a fazer os testes de qualificação para universidades norte-americanas e saíram-se bem, pelo que chegam ainda mais motivados para, sem qualquer tipo de pressão, repetirem a graça do Open de Portugal no Portugal Masters, nesta que é a estreia de ambos em competições do European Tour.