Portugal de Melo Gouveia e Lima batido pela Escócia nos quartos-de-final
Ricardo Melo Gouveia e Filipe Lima foram os embaixadores perfeitos de Portugal no lançamento do GolfSixes, uma iniciativa inédita do European Tour, que pretende chamar a atenção para a necessidade de encurtar o tempo nas competições de golfe e torná-lo mais atraente a públicos diversos.
O torneio de 1 milhão de euros em prémios monetários, decorreu nos últimos dois dias (Sábado e Domingo) em Inglaterra, no Centurian Club, em St. Albans, e proporcionou imagens de grande animação, com música, fogo de artifício, fumos ao género de concertos de rock, e o público equipado com as cores e as bandeiras dos seus países. «Silent Please» não é bem visto neste ambiente.
Houve 16 países representados, num figurino semelhante à Liga dos Campeões de futebol, com uma fase de grupos, seguida da eliminação direta a partir dos quartos de final. Jogou-se em greensomes, com a curiosidade de cada confronto entre dois países só poder prolongar-se por um máximo de seis buracos. Cada vitória valeu 3 pontos e cada empate 1 ponto.
Portugal jogou com os seus atletas olímpicos, os dois membros do European Tour que no ano passado já tinham jogado pela seleção nacional na Taça do Mundo: Ricardo Melo Gouveia e Filipe Lima, que, com as suas personalidades extrovertidas, abraçaram de alma e coração as particularidades únicas deste evento, muito mediatizado nas redes sociais.
«Bem feito, Thorbjorn Olesen e Lucas Bjerregaard, por ganharem o primeiro GolfSixes, e também (bem feito) a todos os que se envolveram neste espantoso evento. Diverti-me imenso com o Filipe Lima», escreveu, em inglês, Ricardo Melo Gouveia no Twitter, embora numa linguagem mais informal e mais apropriada às redes sociais.
«Obrigado Melinho, por este torneio fantástico. Para o ano vai ser para nós. Força Portugal», comentou, por seu lado, Filipe Lima, também no Twitter.
Embora o mais importante neste primeiro GolfSixes fosse a promoção e divulgação da modalidade, Portugal acabou por fazer um bom resultado, só perdendo nos quartos de final, depois de ter ganho o Grupo-C.
Nos dois primeiros embates de Sábado, Portugal derrotou o País de Gales (país campeão da Taça do Mundo em 2005, em Vilamoura) por 4-0 e a Austrália (país campeão da Taça do Mundo em 2013, 1989, 1970, 1959, e 1954) também por 4-0, com os galeses a alinharem com Jamie Donaldson e Bradley Dredge, e os australianos a confiarem em Sam Brazel e Scott Hend.
Nessa altura, Portugal estava a ser a surpresa da prova, com direito a entrevistas televisivas e várias menções especiais nas mais diversas coberturas online.
Depois, ainda ontem, surgiu a primeira derrota, mesmo assim só pela margem minima de 1-0, no último buraco, frente aos Estados Unidos (24 vezes campeão da Taça do Mundo) de Paul Peterson e David Lispky.
Em três encontros, Portugal perdeu apenas 1 buraco e venceu o Grupo-C, com os mesmos 6 pontos da Austrália, mas com melhor diferencial no sistema de desempate.
«Estamos a jogar muito. Quando falho os meus drives, ele (Lima) está lá sempre e estamos a combinar muito bem, a aproveitar as oportunidades e estou maravilhado», declarou Ricardo Melo Gouveia ao Gabinete de Imprensa do European Tour.
Hoje (Domingo), Filipe Lima e Ricardo Melo Gouveia defrontaram nos quartos de final a Escócia (país vencedor da Taça do Mundo em 2007), que foi representada por Richie Ramsay e Marc Warren, este último campeão do Mundo em 2007 ao lado de Colin Montgomerie.
Houve um empate no primeiro buraco, mas depois os escoceses somaram 3 birdies seguidos e nem foi preciso jogar os dois últimos buracos, com os britânicos a levarem a melhor por 3-0. A Escócia seria depois eliminada por 2-1 nas meias-finais pela Austrália.
Venceu a Dinamarca, ao derrotar na final a Austrália por 3-1, com a curiosidade de os escandinavos serem os atuais campeões do Mundo. Há seis meses, a Dinamarca venceu a Taça do Mundo com Søren Kjeldsen e Thorbjørn Olesen. Hoje, Olesen manteve-se na equipa e o seu parceiro foi Lucas Bjerregaard.
A experiência foi um enorme sucesso e o European Tour provou que é possível combinar a tradição do golfe com a animação mais típica de outras modalidades desportivas. E quando se fala tanto em reduzir alguns torneios para nove buracos, este fim de semana mostrou que, para determinados eventos de match play, até poderá ser mais atraente encurtá-los apenas para seis.
Depois das recentes alterações às regras do jogo (simplificando-as) e dos estudos que estão a ser feitos para a unificação dos sistemas de handicap, este GolfSixes é mais uma achega ao que o presidente da Federação Portuguesa de golfe, Miguel Franco de Sousa, costuma apregoar: «A necessidade de o golfe se adaptar aos novos tempos».