Pedro Figueiredo será um dos seis portugueses no arranque oficial da competição em Vilamoura
Pedro Figueiredo venceu hoje (quarta-feira) o Pro-Am da 15.ª edição do Portugal Masters e lidera, por isso, a armada de seis jogadores portugueses que iniciam amanhã (quinta-feira) o mais importante torneio de golfe português, que o European Tour está a organizar até Domingo no Dom Pedro Victoria Golf Course, em Vilamoura.
Para além de “Figgy”, competem ainda no evento de 1,5 milhões de euros em prémios monetários Ricardo Santos, Filipe Lima, Tomás Melo Gouveia, Vítor Londot Lopes e o amador Pedro Clare Neves. O 15.º Portugal Masters arranca amanhã às 7h10.
No Pro-Am que contou com 24 equipas, Pedro Figueiredo jogou 9 buracos e o profissional italiano Edoardo Molinari (campeão da Ryder Cup em 2010) jogou outros 9 buracos, liderando ambos a equipa da Federação Portuguesa de Golfe (FPG). Os amadores da FPG foram o seu presidente Miguel Franco de Sousa, o membro da Direção Gonçalo Cid e o administrador do Royal Óbidos Spa & Golf Resort, Frederico Simões de Almeida. As 28 pancadas abaixo do Par superaram por 2 “shots” a formação do European Tour, dos profissionais Stephen Gallacher (escócia) e Andrew Johnston (Inglaterra), e dos amadores Mike Foley, Geoff Morton e Tom Coughlan.
«Espero que consiga levar a vitória de hoje para os próximos dias e que consiga um grande resultado. Tenho de fazer um grande torneio para cumprir os meus objetivos», disse Pedro Figueiredo que foi surpreendido com a sua primeira vitória em Pro-Am’s de torneios do European Tour: «Não estava à espera. Não jogámos mal, mas não pensei que tivéssemos feito o suficiente para ganhar. Acho que foi mais pelos amadores que ganhámos o Pro-Am. Jogaram muito bem, sobretudo o presidente da FPG, o Miguel, e combinámos bem porque demos bons shots em buracos importantes e fizemos um ótimo resultado».
Pedro Figueiredo e Ricardo Santos estão numa situação semelhante. O Portugal Masters é o penúltimo torneio do European Tour de 2021 antes do DP World Tour Championship no Dubai. Será, portanto, no Algarve que irá decidir-se muito sobre quem irá permanecer no European Tour e quem irá descer de divisão para o Challenge Tour, embora a decisão final seja só para a semana onde, eventualmente, só Ricardo Santos terá entrada directa.
O cut provisório na Corrida para o Dubai para a manutenção na primeira divisão europeia está no 122.º lugar, pelo que, os dois portugueses necessitam de um excelente resultado para poderem subir a esse top-122. Já não seria nada mau a repetição de 2017, quando Filipe Lima e Ricardo Melo Gouveia terminaram no top-5.
Ricardo Santos foi o único a entrar diretamente na lista de inscritos. Os restantes cinco jogadores necessitaram de convites da FPG. Segundo o selecionador nacional, Nelson Ribeiro, o critério dos convites foi privilegiar primeiro quem tinha alguma categoria de jogo para o European Tour (Figueiredo e Lima), e só depois os rankings nacionais de profissionais (Melo Gouveia e Londot Lopes) e de amadores (Clare Neves). Vejamos, um a um, quem são os seis portugueses do Portugal Masters de 2021 e como foram as suas épocas.
Ricardo Santos, de 39 anos, a jogar a sua sexta época no European Tour. O algarvio, vencedor de um título do European Tour (Madeira Islands Open BPI de 2012) é o 169.º classificado na Corrida para o Dubai e a sua melhor prestação do ano foi o 6.º lugar (-14) no Open da Holanda, em setembro.
O seu melhor no Portugal Masters foi um 16.º lugar (-6) em 2012. No ano passado foi 50.º (-2). Ricardo Santos sai para a primeira volta às 7h10, do buraco 10. Um dos seus parceiros será o espanhol Álvaro Quíros, campeão do Portugal Masters em 2008, um dos sete jogadores que ganharam o mais importante torneio de golfe português. Os outros são o sul-africano George Coetzee (defende o título conquistado em 2020), o irlandês Padraig Harrington (2016), os ingleses Andy Sullivan (2015) e Steve Brown (2019), o francês Alex Levy (2014) e o dinamarquês Lucas Bjerregaard (2017).
Tal como Ricardo Santos, também Pedro Figueiredo, de 30 anos e 199.º na “Race to Dubai”, precisa de um grande resultado para manter o estatuto completo de membro do European Tour em 2022. “Figgy”, vencedor de um torneio do Challenge Tour (KPMG Trophy de 2018, na Bélgica), é jogador da primeira divisão europeia há três épocas consecutivas. A sua melhor classificação no campo desenhado pelo saudoso Arnold Palmer foi um 23.º posto (-14) em 2011, quando ainda era amador. A última vez que passou o cut foi em 2014, já como profissional (30.º com -6). Este ano ganhou o 1.º torneio do Circuito da FPG no Amendoeira Golf Resort e no European Tour obteve a sua melhor classificação de sempre com um 10.º lugar (-10) no Scandinavian Mixed Hosted by Henrik & Annika, na Suécia. Sai amanhã às 11h20 do buraco 1.
Filipe Lima, de 39 anos, está numa fase completamente diferente da carreira, pois desde 2020 aceitou o trabalho de diretor e gestor de um campo de 9 buracos nos arredores de Paris e já não pode competir tanto. Mesmo assim, o português residente em França, vencedor de um torneio do European Tour (o Aa St Omer Open de 2004, em França), vai jogar o seu quinto torneio da temporada de 2021, sendo a sua 14.ª época a competir no circuito principal. Nos quatro torneios que disputou este ano, só passou o cut no Open do Quénia (72.º com +1), pelo que é apenas o 299.º classificado na Corrida para o Dubai. Sabe que só uma vitória poderá mantê-lo na primeira divisão europeia, mas ainda pretende competir sempre que possível no circuito europeu em 2022. Lima pode jogar bem no Dom Pedro Victoria Golf Course, embora não passe o cut desde 2017, ano em que partilhou com Ricardo Melo Gouveia o ainda recorde nacional na prova, o 5.º lugar (-14). Arranca para a primeira jornada às 8h30 do tee do 10.
Situação bem diferente é a dos restantes jogadores portugueses, bem menos experientes quer no Portugal Masters, quer no European Tour.
Tomás Melo Gouveia, de 27 anos, está em crescendo. Encerrou a época do Pro Golf Tour (uma das terceiras divisões europeias) no 4.º lugar e repetiu a proeza de Pedro Figueiredo em 2017, subindo ao Challenge Tour (a segunda divisão europeia) em 2022. Campeão este ano do Dreamland Pyramids Classic, no Egito, vai tentar passar pela primeira vez o cut no Portugal Masters. Recebeu o convite da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) por ser o n.º4 do ranking da PGA de Portugal. Inicia o seu primeiro dia de prova às 8h30 do buraco 1, estando Vítor Lopes integrado no seu grupo.
Vítor Lopes, de 25 anos, já brilhou num torneio do European Tour quando, no ano passado, liderou o Open de Portugal at Royal Óbidos nas três primeiras voltas e terminou no 7.º lugar, uma das melhores classificações de sempre de um português no Open nacional. Tal como Tomás Melo Gouveia, com quem vai jogar nas duas primeiras voltas, procura passar pela primeira vez o cut, num campo que – também tal como Melo Gouveia – conhece bem, pois foram ambos jogadores do Clube de Golfe de Vilamoura nos seus tempos amadores. Vítor Lopes recebeu o convite da FPG por ser o n.º5 do ranking da PGA de Portugal. Este ano competiu no Alps Tour (uma das terceiras divisões europeias) e fechou a temporada num bom 9.º lugar, perto do top-6 que ascendeu ao Challenge Tour de 2022. Teve seis top-10’s nesse circuito em 14 torneios disputados.
Finalmente, devido ao Portugal Masters decorrer numa altura do ano com menos horas de luz natural, foi necessário encurtar a lista de participantes para 108 (embora o cut mantenha-se para o top-65) e isso ditou que só pudesse haver um convite para amadores.
Foi atribuído a Pedro Clare Neves, de 21 anos, estudante de Economia na Universidade Católica do Porto. É jogador do Club de Golf de Miramar, o n.º2 no Ranking Nacional BPI da FPG (era o n.º1 na altura da convocatória) e este ano foi o melhor amador no 4.º torneio do Circuito da FPG, em Ribagolfe Oaks, para além de ter obtido mais três top-5 em eventos a contar para o ranking de amadores da FPG. Clare Neves vai fazer a sua estreia em torneios do European Tour, sendo um marco importante na sua carreira.
O Gabinete de Imprensa do Portugal Masters recolheu as seguintes declarações dos jogadores portugueses em vésperas de iniciarem a sua participação.
Ricardo Santos: «A minha ambição para este Portugal Masters é conseguir jogar bem nas quatro voltas e bem em todos os aspetos do jogo. Se conseguir isso, tenho a certeza de que terei uma boa semana. Não tenho estado bem nas últimas semanas, quando jogo bem do tee ao green, acabo por não meter putts e vice-versa. Espero conseguir fazer as duas coisas durante o torneio».
Pedro Figueiredo: «Vou com ambições altas para este Portugal Masters, aliás, acho que é a única maneira de encarar o torneio, para mim, em princípio, será o último torneio da época, a não ser que consiga um top-10, portanto, preciso de um grande resultado para conseguir a manutenção no European Tour. Estou confiante, joguei bastante bem em Maiorca há duas semanas e isso deu-me confiança para encarar o Portugal Masters. Estive sobretudo bem do tee, com o drive, que é a parte do jogo onde costumo ser mais errático. Portanto, estou confiante, ambicioso».
Filipe Lima: «Sempre tive a ideia de vir jogar o Portugal Masters, tal como o Open de Portugal. Infelizmente o Open não pude. Quando vi que a FPG não me contactava, falei eu com a FPG e disse que gostaria de jogar e que precisaria de um convite e assim foi, o que muito agradeço. É verdade que joguei muito pouco este ano, queria ter jogado mais, mas não foi possível. E vai ser fantástico poder jogar em Vilamoura. Estou com vontade de jogar, sinto falta de jogo, de torneio, mas tenho a fé e a ideia de que posso fazer o melhor resultado possível. As expectativas têm de ser baixas, porque não tenho ideia de como irei sentir-me, mas a vontade é, como sempre, de ganhar o torneio, senão nem valeria a pena ir aí. É sempre um prazer jogar no meu país e, por isso, vou aproveitar».
Tomás Melo Gouveia: «As minhas ambições para este Portugal Masters serão as de jogar no fim de semana. Já joguei algumas vezes este evento e nunca consegui chegar ao fim de semana e sinto que com o meu jogo de agora tenho mais hipóteses de fazê-lo. O Portugal Masters será o meu último torneio desta época. Depois desta semana, vou tirar uns dias do golfe para descansar, recarregar baterias para conseguir voltar com a máxima força para preparar a próxima época no Challenge Tour».
Vítor Lopes: «Consegui ultrapassar a deceção do que aconteceu no Open de Portugal (desistência antes do início da segunda volta por doença). Recuperei fisicamente e mentalmente. O Open de Portugal em Óbidos é um torneio pelo qual tenho carinho, mas aqui também, preparei-me bastante bem para esta semana e vamos ver como irá decorrer. Depois do Open de Portugal joguei dois torneios seguidos no Alps Tour, fiz dois top-10’s, infelizmente não consegui por apenas dois lugares (no ranking) o cartão “full” (de direitos totais) para o Challenge Tour em 2022 e ainda assim tenho uma categoria para o Challenge Tour e deverei jogar uns quatro ou cinco torneios para o ano. Se conciliar bem os convites, conseguirei fazer meia época. Estar aqui é um bónus e espero terminar a época em grande. Estou focado em dar boas pancadas, bons putts e logo veremos se isso irá trazer-me algo de bom».
Pedro Clare Neves: «No início do ano estava previsto que se realizasse o Portugal Masters em maio. Eu sabia que se jogasse bem teria possibilidades de ser convocado. No entanto, foi cancelado, mas os meus objetivos continuaram os mesmos – estar nos lugares cimeiros do Ranking Nacional BPI, focar-me no meu jogo e fazer bons resultados nos torneios da FPG. Nunca me desliguei deste objetivo e as coisas começaram a acontecer e a correr bem. Quando o Portugal Masters voltou para substituir o Volvo China Open, aconteceu um conjunto de coisas boas, porque estava a jogar bem e ocupava o primeiro lugar do ranking. Fui convocado e foi ótimo porque era um sonho e um objetivo que já tinha há algum tempo. Queria ter esta experiência para aprender com os profissionais. Também é bom para podermos comparar o nosso nível, apreendermos o estilo de vida profissional durante uma semana e percebermos se estamos prontos para enfrentarmos isso no futuro se abraçarmos uma carreira de profissional».