Equipas dos EUA e da Europa chegaram ao The Gleneagles Hotel. Capitães falaram aos media
As equipas dos Estados Unidos e da Europa já estão no The Gleneagles Hotel, na Escócia, o resort que acolhe a 40º Ryder Cup, cuja competição oficial decorrerá de sexta-feira a domingo no PGA Centenary Course, um campo com assinatura Jack Nicklaus. Os americanos viajaram de noite e aterraram hoje de manhã em Edimburgo, causando especial sensação o corte de cabelo de Rickie Fowler, com as letras “USA” na cabeça.
Metade dos jogadores da equipa Europa reside do outro lado do Atlântico, no estado da Florida, e já tinha começado a chegar ao Reino Unido na semana passada. O norte-irlandês Graeme McDowell foi o último a juntar-se ao grupo, hoje ao fim da tarde.
Para os americanos, a primeira ordem de trabalho foi a de combater o jet lag. “Basicamente, eu disse-lhes para não se preocuparem com os seus swings nos próximos dois dias”, informou Tom Watson, o capitão dos Estados Unidos, na conferência conjunta que deu esta tarde com o seu homólogo europeu, o irlandês Paul McGinley.
Cinco vezes vencedor do British Open, Watson sabe bem que não compensa correr para o campo de golfe após uma longa viagem para outro continente, pelo que houve apenas algum chipping e putting.
A Europa venceu 7 das últimas 9 edições e conta nas suas hostes com quatro dos seis primeiros no ranking mundial – Rory McIlroy (nº1), Sergio Garcia (nº3), Henrik Stenson (nº5) e Justin Rose (nº6).
“Acho que somos ligeiramente favoritos; não somos esmagadoramente favoritos”, disse Paul McGinley. “Mas nós já fomos favoritos antes na Ryder Cup. Não é a primeira vez. Eu fiz alguns cálculos quando as equipas foram formuladas e a média deles no ranking era 16 e a nossa 18. Esta equipa americana não é uma equipa fraca.”
Tom Watson, que com 65 anos se torna no mais velho capitão de sempre na Ryder Cup, adiantou: “Os media olham para as equipas, olham para Rory McIlroy, Justin Rose, Henrik Stenson – a equipa europeia está carregada. Mas eu sei que a nossa equipa está totalmente empenhado em levar a taça de volta. Sei disso. E, como capitão, vou fazer tudo para os ajudar a consegui-lo.”
E reforçou: “Tornei bem claro a eles [jogadores] que esta é uma viagem de redenção. Aos jogadores que estavam naquela equipa, é tempo de fazer emendas e tentarem redimir-se do que aconteceu em 2012. Acho que é mais motivacional do que negativo.”
Em 2012, no Medinah Country Club, em Chicago, a Europa operou uma reviravolta espectacular na jornada de singles para vencer de forma espectacular, anulando uma desvantagem seis pontos (6-10) para o último dia e ganhando pela margem mínima (14,5-13,5).
Temas fortes focados na conferência de imprensa: do lado europa, o eventual emparelhamento dos norte-irlandeses Graeme McDowell e Rory McIlroy, que eram grandes amigos mas que estão envolvidos numa processo judicial que mete ao barulho a Horizon Management, ex-agência de McIlroy e (ainda) a actual de McDowell.
“Como ambos disseram, não há nenhumas questões entre os dois e ambos ficarão contente se jogarem juntos. Mas essa será uma decisão minha. E se há três ou quatro meses eu tinha ideia clara de que eles seriam parceiros, agora, quanto mais olho para as suas estatísticas, mais vejo o valor diferente que tenho com eles. Estou a pensar que talvez compense não o fazer.”
Do lado americano, Tom Watson teve de falar sobre quem não está na sua equipa, a começar por Tiger Woods e acabando em Billy Horschel. Sim, Billy Horschel, o golfista americano mais “quente” do momento, recente vencedor da FedEx Cup e dos dois últimos torneios dos respectivos play-offs. “Mandei-lhe uma mensagem: ‘Horschel, raios, chegaste tarde de mais mas não tens dinheiro a menos!”
Watson recusou culpar o processo de selecção e, sobre o facto de ter feito a escolha dos seus três wild cards duas semanas antes do fim da FedEx, disse que o timing assim o exigia, devido ao facto de ser necessários aos jogadores ajustar os seus calendários, planos de viagem e manufactura de uniformes.
Os capitães não instituíram restrições aos jogadores em termos de relacionamento com os media, e ambos até deram uma boa gargalhada a propósito do episódio de Rory McIlroy na edição de 2012, quando o actual nº1 mundial se atrasou e quase perdeu o seu tee time. “O bom desta semana é que se alguém se atrasar pode sair da cama e está no primeiro tee em cinco minutos.”
Pois. É o The Gleneagles Hotel.