Volta de 73 (+1) na Batalha dá vantagem mínima sobre João Ramos e Miguel Gaspar
João Carlota assumiu hoje o comando da 4.ª edição do Açores PGA Open, o penúltimo torneio do PGA Portugal Tour de 2015, de 6 mil euros em prémios monetários, que amanhã termina no Batalha Golf Course, em São Miguel, com o apoio da Azores Golf Islands.
Num bonito dia de outono, com menos chuva e vento do que se previa e até com algum sol, os 19 jogadores presentes sentiram as habituais dificuldades dos desafiantes percursos A e B do Batalha Golf Course e nenhum conseguiu bater o par-72 do campo.
João Carlota jogou pela primeira vez neste campo e somou 73 pancadas (+1), dispondo de uma vantagem pela margem mínima de 1 pancada sobre dois jogadores empatados no 2.º lugar, João Ramos e Miguel Gaspar.
Açorianos em bom nível
Num campo onde o fator “casa” é fundamental, não admira que dois açorianos partilhem o 4.º lugar – o profissional André Medeiros e o amador Paulo Santos – a 3 pancadas do líder.
Paulo Santos é um professor de Educação Física, nascido na Terceira mas residente em São Miguel, que só começou a jogar golfe “há sete anos” e ostenta um handicap de 4,5 EGA.
Mas embora Paulo Santos esteja a cotar-se como a revelação da prova, o resultado açoriano do dia foi, provavelmente, o 6.º lugar de Tiago Nunes, um jovem de 14 anos, que arrancou o mesmo resultado de 5 acima do par de três “craques” do PGA Portugal Tour: António Sobrinho, Gonçalo Pinto e Nelson Cavalheiro.
Tiago Cruz lesionado nas costas
O bicampeão nacional Tiago Cruz, 2.º classificado do Açores PGA Open em 2013 e 2014, era o grande candidato ao título, mas jogou limitado e não logrou melhor do que 79 pancadas, 7 acima do Par, figurando no 12º lugar empatado.
“Ontem não consegui jogar o pro-am devido a uma pequena lesão nas costas. Hoje senti algumas dores no princípio mas com o decorrer do jogo a dor foi passando e já joguei sem dores, mas o resultado foi mau, sabia que não estava em perfeitas condições. No buraco 3 bati um ferro 2, não sei o que aconteceu, senti dor, andei três ou quatro buracos em que me doía em andamento. Sabia que não iria jogar bem. Conseguia fazer o swing mas sem forçar”, especificou o jogador do BIG.
“Vinha com o objetivo de ganhar, mas agora será difícil. Também vim para preparar a Escola de Qualificação do European Tour (a Segunda Fase) na próxima semana, mas infelizmente, este contratempo não estava nos planos. Espero melhorar e estar pronto para a semana”, afirmou Tiago Cruz.
Susana Ribeiro e Mónia Bernardo empatadas
Os torneios do PGA Portugal Tour são mistos e no Açores PGA Open estão em competição as duas últimas campeãs nacionais de profissionais: Susana Ribeiro (2015) e Mónia Bernardo (2014).
No final da primeira volta, estão empatadas com 78 pancadas, qualquer uma delas com 2 birdies, 1 duplo bogey e 6 bogeys.
João Carlota com série de eagle-duplo bogey-birdie
João Carlota só se tornou profissional em dezembro do ano passado e conquistou logo o primeiro torneio do PGA Portugal Tour que disputou, a Carvoeiro Cup, ainda referente à época transata.
Este ano foi anunciado como o jogador selecionado pela PGA de Portugal e pela Federação Portuguesa de Golfe para inaugurar o novo projeto que tem o nome de Portugal Golfe Team e durante toda a temporada de 2015 tem mostrado ser já um dos melhores portugueses.
Ganhou o seu segundo título como profissional no Liberty Seguros PGA Open em junho, no Algarve e também liderou aos 18 buracos o outro torneio açoriano do PGA Portugal Tour, o Open Pro-Am da Ilha Terceira, em julho, que acabou por ser conquistado por Tiago Cruz.
“Não vim com muita confiança mas já levantei um bocadinho o moral e isso é positivo, por ter superado as minhas expectativas hoje”, disse João Carlota, que em duas ocasiões andou abaixo do par do campo.
Começou logo com 1 birdie no buraco 1, mas sofreu 1 bogey no 3. Depois, veio 1 eagle no 12, mas logo surgiu 1 duplo bogey no 13. Perdeu 1 pancada no 14, mas ganhou outra no 15, para 1 bogey final no 18.
“No cartão as pessoas veem eagle e depois duplo e pensam que no plano emocional houve um pico e uma quebra, mas não obrigatoriamente porque senti-me bem, só que dei um mau shot e fui logo penalizado”, frisou.
“Fui um jogador com paciência, soube esperar pelas oportunidades e depois soube aproveitá-las. Aconteceu esse eagle no 12 e fiquei com -2. Dei um bom drive no meio do fairway, tinha uns 190 metros à bandeira, joguei um ferro 4, fiquei a 2 metros e meti o putt. Depois fiz 1 duplo no buraco a seguir, por falhar a saída. Foi o único tee shot que falhei, perdi a bola do lado direito, no mato, falhei 2 shots neste buraco 13, depois fiz 1 bogey no 14, mas no geral foi positivo», acrescentou o jogador de 25 anos, que tem, naturalmente, de pensar nas hipóteses de vitória.
“Se mantiver a cabeça no sítio e mantiver a estratégia de hoje, posso sair daqui com um bom resultado. Era bom ter uma vitória, sabe sempre bem e ganharia confiança para os torneios do Algarve Pro Golf Tour que vêm aí em novembro”, reconheceu.
João Ramos e Miguel Gaspar são os seus mais diretos rivais.
Ramos só é profissional há poucas semanas e também está pela primeira vez a jogar em São Miguel. Fez 2 birdies, no 1 e no 17, e 4 bogeys pelo meio. “É um campo de montanha, não é nada fácil, claro que isso é igual para todos, mas não falhei muito e amanhã só tenho de jogar o meu jogo, porque este ano já estive em várias situações de poder ganhar um torneio e sinto que quanto mais oportunidades tiver, mais hipóteses terei de que um dia caia par ao meu lado”, comentou.
Quanto a Miguel Gaspar, está a atravessar uma boa fase, de “boas saídas, sem falhar shots”, mas hoje sentiu-se penalizado por «dois greens a três putts». O antigo membro das seleções nacionais amadoras da FPG fez 4 birdies e dobrou os primeiros nove buracos com -2 (birdies no 1 e no 8), mas sofreu 1 bogey e 1 duplo bogey no 10 e no 11, arrancou mais 2 birdies no 12 e 13, para bogeys no 16 e no 17.
O 4.º Açores PGA Open termina amanhã. A última volta começa às 8h30, com o último grupo a arrancar às 9h30. Serão depois as cerimónias de entrega de prémios do torneio de profissionais e do Pro-Am.
