Jogador do Portugal Golfe Team bateu João Ramos no play-off do Açores PGA Open
Um putt de 12 metros deu hoje a João Carlota o seu segundo título do ano no PGA Portugal Tour de 2015, na 4ª edição do Açores PGA Open, de 6 mil euros em prémios monetários.
O jogador do Portugal Golf Team, de 25 anos, somou duas voltas de 73 pancadas para um agregado de 2 acima do Par do Batalha Golf Course, em São Miguel, empatando com João Ramos, que entregou cartões de 74 e 72.
Foi preciso recorrer a um play-off para decidir o título pela primeira vez na história de quatro anos do torneio apoiado pela Azores Golf Islands e pela Associação de Turismo dos Açores e João Carlota ganhou logo na primeira tentativa graças a um putt para birdie de 12 metros no buraco 18 (de par-3)!
Foi uma estreia auspiciosa de João Carlota, que só se tornou profissional há 11 meses e que, desde então, venceu três torneios do PGA Portugal Tour: Carvoeiro Cup em dezembro de 2014 (no Algarve), Liberty Seguros PGA Open em junho (no Algarve) e agora o 4º Açores PGA Open.
Carlota nº2 na Ordem de Mérito 1080 Produções / PGA de Portugal
O prémio de mil euros do primeiro lugar fez com que João Carlota tenha ascendido ao 2.º lugar da Ordem de Mérito 1080 Produções da PGA de Portugal. O novo campeão da prova atira para o 3.º posto Hugo Santos, o vencedor do Açores PGA Open em 2012, 2013 e 2014.
Hugo Santos não veio este ano defender o título a São Miguel por ter competido num Pro-Am da PGA da Europa, no Laranjal (Algarve), de 50 mil euros em prémios, onde foi segundo classificado no torneio de profissionais e campeão por equipas com o amador Roger Brandão.
A primeira posição da Ordem de Mérito 1080 Produções da PGA de Portugal continua a ser ocupada por Tiago Cruz, que não poderá ser destronado até ao final da temporada.
Tiago Cruz e António Sobrinho assinam a melhor volta com 70 (-2)
O bicampeão nacional, Tiago Cruz, jogou hoje finalmente sem dores nas costas e deu logo provas do seu valor.
O último dia voltou a apresentar-se com boas condições, com pouco vento, sem chuva e temperaturas amenas, proporcionando os melhores resultados das duas voltas – as 70 pancadas, 2 abaixo do par dos desafiantes percursos A e B do Batalha Golf Course, assinados por António Sobrinho e Tiago Cruz.
Foram as únicas voltas abaixo do Par durante os dois dias e mereceram por isso o Prémio Global Newspapers para o melhor cartão, recebendo cada um o valor simbólico de €50, a adicionar ao prémio monetário do torneio.
Almerindo Sequeira colado à bandeira
Outra das tradições do Açores PGA Open é o Global Newspapers Challenge. Os jogadores são desafiados a executar uma pancada da varanda do restaurante do Batalha Golf Course, de cima de um tee de relva sintética, para o green do buraco 18.
Este ano a bandeira estava posicionada a 72 metros, estando a varanda a um desnível de mais de 10 metros em relação ao green.
O vencedor foi Almerindo Sequeira, o treinador de Ricardo Santos, que colocou a bola a um palmo da bandeira, recebendo outro prémio simbólico de €50. Nos anos anteriores tinham ganho André Medeiros (2014) e Miguel Gaspar (2014).
Susana Ribeiro e Mónia Bernardo foram as primeiras mulheres
Os torneios do PGA Portugal Tour são mistos e no Açores PGA Open nunca tinha havido participação feminina.
Este ano estiveram em competição as duas últimas campeãs nacionais de profissionais: Susana Ribeiro (2015) e Mónia Bernardo (2014).
Susana Ribeiro acabou por ser a melhor classificada, empatada no 6.º lugar, com 7 pancadas acima do Par.
“Joguei bem, mas fiz seis greens a três putts na primeira volta e quatro na segunda volta”, referiu Susana Ribeiro, que com um resultado de 73 (+1) no segundo dia, conseguiu o terceiro melhor cartão do torneio.
Mónia Bernardo e Teresa Patrício vencem Pro-Am
Mónia Bernardo, por seu lado, foi 16.ª classificada, com 15 acima do par, empatada com o amador de São Miguel, José Nicolau Melo.
Em contrapartida, a madeirense residente no Algarve ainda teve a compensação de ganhar o Pro-Am ao lado da amadora Teresa Patrício.
Juntas somaram 44 pontos stableford net, o mesmo resultado da formação de Luís Espadinha e Pedro Noronha.
Foi preciso recorrer ao desempate para atribuir o título e Mónia Bernardo e Teresa Patrício triunfaram graças terem feito 25 pontos na segunda volta, face aos 23 do conjunto rival.
O que disse João Carlota: “Putt deu-me a vitória"
“Hoje estive muito bem nos greens, meti muitos bons putts e isso foi a alavanca para esta vitória. Não estava muito confiante quando vim para este torneio, mas ontem o jogo correu bem, ganhei um pouco mais de confiança. Hoje, nos segundos nove buracos, fui-a perdendo, perdi o ritmo, mas meti uns putts importantes nas alturas certas.
“No play-off isso viu-se com aquele putt de 12 metros para a vitória. Estava a passar uma fase não muito boa no putt e este torneio foi bom a esse nível.
“Hoje estive sempre à frente até irmos empatados para o buraco 11. Depois eu fiz bogey e o João fez par e ficou a ganhar-me por 1. Ele fez 1 duplo bogey no 12 e eu um grande bogey. Depois fiz um bom birdie, um grande par. Fui a ganhar por 1 para o 16, depois falhei um putt de meio metro e ficámos empatados. No 17 o João fez um bom putt de 2 metros para Par e fomos empatados para o último buraco. No 18 fiz um bom shot do bunker à direita e um putt de 3 metros a descer com linha difícil para par.
“Normalmente sou um bom jogador em play-offs, porque sou agressivo, tenho uma postura que se impõe e isso dá-me confiança diante dos adversários e nos últimos play-offs que tive saí vitorioso. Lembro-me, por exemplo, dos tempos de amador, num torneio do Circuito Tranquilidade na Quinta do Peru em que fiz birdie no buraco 1, e no Grande Troféu de Vilamoura em que fiz eagle no buraco 10, tenho boas recordações.
“É a primeira vez que ganho um torneio logo na primeira vez que jogo num campo. É uma boa sensação e ainda mais num campo como este, porque é um falso-fácil. Há muitas oportunidades de birdie mas se perdemos o ritmo ou a confiança o campo torna-se difícil e as oportunidades passam a ser escassas.
“A minha evolução tem sido boa ao longo do ano. No ano passado acabei bem a época, este ano também, o trabalho no Portugal Golf Team tem sido muito bom, com o Nelson Cavalheiro como treinador a nível técnico, o Hugo Santos no jogo curto, com o Orlando Henrique a nível psicológico, o José Correia como meu manager, tenho uma equipa atrás de mim que só me dá confiança de que estou no trajeto correto para conseguir chegar onde quero que é o European Tour.
“Agora, dia 13 de novembro, começam os torneios do Algarve Pro Golf Tour, que poderão ser uma boa alavanca para ganhar confiança para o Challenge Tour do próximo ano.”
O que disse João Ramos: "Foi uma aprendizagem"
“Sou profissional há uns dez dias. O meu primeiro torneio foi o da PGA da Europa na Bulgária (Europeu de profissionais de clube) e este foi o meu primeiro do circuito português como profissional. Foi uma aprendizagem.
“Depois daquele bom putt para par no 17 para não ficar a perder para o 18 senti que poderia ser agora (o seu primeiro título), mas o golfe é assim.
“Em Castro Marim, em março, num torneio do Algarve Pro Golf Tour, joguei (ainda como amador) um play-off contra o Marcus Armitage, também perdi, embora tenhamos ido a um segundo buraco de play-off. Quando o vi meter aquele putt (de 12 metros) no play-off só pensei que agora tenho de meter o meu. Não ficou longe mas não aconteceu e dou os parabéns ao João.
Paulo Santos o melhor açoriano
O 4.º Açores PGA Open teve a maior participação de sempre de jogadores da Região Autónoma, num total de sete.
O melhor foi o amador Paulo Santos, de 37 anos, no 6º lugar empatado, com 7 pancadas acima do Par.
“Nunca tinha jogado um torneio de profissionais e foi uma experiência incrível”, disse o professor de Educação Física, nascido na Terceira mas residente em São Miguel, de handicap 4,5 EGA, que só começou a jogar golfe há sete anos.
Classificações, resultados e prémios
Os principais resultados e prémios monetários do 4.º Açores PGA Open, após 26 buracos nos percursos A e B do Batalha Golf Course, foram os seguintes:
1º João Carlota (Portugal Golf Team), 146 (73+73), +2*, €1000.
2º João Ramos (Oitavos Dunes), 146 (74+72), +2, €800.
3º António Sobrinho (Nike Golf), 147 (77+70), +3, €700.
4º Tiago Cruz (BIG), 149 (79+70), +5, €600.
5º Miguel Gaspar (Belas Clube de Campo), 150 (74+76), +6, €525.
6º Gonçalo Pinto (Hilti), 151 (77+74), +7, €412,5.
6º Susana Ribeiro (Guardian Bom Sucesso), 151 (78+73), +7, €412,5.
6º Paulo Santos (VerdeGolf Country Club), 151 (76+75), amador.
9º André Medeiros (Azores Golf Islands), 152 (76+76), +8, €325.
10º Sérgio Ribeiro (Club de Golf de Miramar), 153 (79+74), +9, €275.
*Ganhou no 1º buraco de play-off.