Jovem chileno de 23 anos vence o importante Genesis Invitational liderando do princípio ao fim
Foi um triunfo sensacional, o de Joaquin Niemann, este domingo, no Genesis Invitational, no Riviera Country Club, em Los Angeles. Numa prova de estatuto elevado no PGA Tour, com 12 milhões de dólares de prize-money e a presença dos 10 primeiros no ranking mundial, o jovem chileno de 23 anos impôs o seu reconhecido talento natural para ganhar com duas pancadas de vantagem sobre os norte-americano Collin Morikawa e Cameron Young.
Rumo à sua segunda vitória no circuito – a primeira tinha sido no “A Military Tribute at the Greenbrier” de 2019, em White Sulphur Springs, West Virginia – Niemann bateu vários recordes e outras proezas. Por exemplo, tornou-se o primeiro jogador desde Charlie Sifford, em 1969, a vencer este torneio liderando do princípio ao fim. Foi o segundo mais novo de sempre a conquistá-lo. Recebeu o troféu das mãos de Tiger Woods, o anfitrião do torneio.
Com uma primeira volta de 63, 8 abaixo do par 71, igualou o mais baixo resultado inaugural do torneio. Repetiu as 63 no segundo dia batendo o recorde aos 36 buracos com 126 (-16), o qual havia sido estabelecido 20 minutos antes por Cameron Young com 128 (-16). Antes destes dois jogadores, o anterior recorde era de 130 (-12), por quatro jogadores, o último dos quais Sam Burns o ano passado.
Tornou-se também o 14.º jogador na história do PGA Tour com duas primeiras volta de 63 ou melhor.
No terceiro dia marcou 68 estabelecendo novo mínimo aos 54 buracos, com 194 (-19), superando as 196 (-17) de Mike Weir (2004) e Dustin Johnson (2017).
O único recorde do torneio que lhe fugiu foi o do mais baixo total agregado aos 72 buracos, que continuou assim na posse de Lanny Wadkins com 264 (-20) em 1985 e que é o mais antigo por bater no circuito. Quando, na jornada decisiva, fez um eagle 3 no par 5 do buraco 11, chegou a estar com -21 (e com 6 shots de vantagem sobre os seus mais próximo concorrentes), mas bogeys nos 14 e 15 impediram-no de chegar lá. Mas ficou muito perto: finalizou com 71 para totalizar 265 (-19).
“Este é um dos torneios mais fortes do ano, tem o melhor field, os melhores jogadores estiveram aqui e isso prova que posso competir com os melhores, posso estar lá em cima no ranking mundial”, disse Niemann, que, com esta vitória, subiu de 32.º para 20.º nesta tabela, além de ter entrado no top-10 da FedEx Cup, para 7.º. Monetariamente, recebeu um prémio de 2,16 milhões de dólares.
Fundamental neste êxito parece ter sido a pausa competitiva que fez após o RSM Classic em Novembro do ano passado. Esteve no Chile e só voltou a jogar há três semanas, no Farmers Insurance Open em Torrey Pines, San Diego, Califórnia, onde aliás deu desde logo boas indicações terminando entre os 6.ºs.
Um regresso prolongado às suas raízes terá sido fundamental para este excelente início de ano. “Uma redefinição e actualização da mente”, disse a sua namorada de longa data, a chilena Christina Hellema Puga. “Sem dúvida, eu precisava disso, para ganhar alguma energia”, confirmou Niemann.
Manter-se fiel às suas origens e cultura é imperativo para o melhor golfista que o Chile já produziu. Sem tempo para visitar as praias e lagos do seu país natal, ou para estar com a sua família e amigos, o seu estado mental desvanece-se. E, depois de não ter conseguido mais nenhum título no PGA Tour desde o de 2019, haveria alguma frustração a acumular-se para aquele que, antes de se tornar profissional, era o melhor amador do mundo.
“É algo que gosto de fazer todos os anos: voltar à minha vida normal, fazer o que fazia quando tinha 16 anos. Estou aqui [nos EUA] há pouco mais de três anos e é uma vida difícil, especialmente para nós, estando tão longe de casa”, explicou.
A armada latino-americana do PGA Tour, composta pelo seu compatriota Mito Pereira, o venezuelano Jhonattan Vegas, o mexicano Carlos Ortiz e o colombiano Sebastian Munoz, bem como o veterano espanhol Sergio Garcia, que foi como que o seu mentor no circuito, estavam lá no green do 18 do Rivieira Country Club, para o parabenizar.