Inglês marca 65 pancadas num dia em que a média em Augusta National foi de 74.50
A exibição de Justin Rose no primeiro dia do 85.º Masters Tournament poderia ser definida como “inacreditável”. Num dia em que apenas 12 jogadores bateram o Par 72 do Augusta National Golf Club e a média foi de 74.5, o inglês de 40 anos arrancou um 65 (-7) para liderar com quatro de vantagem sobre o norte-americano Brian Harman e o japonês Hideki Matsuyama, que, com 69 (-3), foram os outros dois competidores a apresentarem resultados abaixo das 70.
Brian Harman (o último jogador a entrar no field de 88 jogadores) e Hideki Matsuyama estavam a terminar as suas voltas mais ou menos na hora em que Rose a iniciava, num campo duro e seco e com greens ultra-rápidos. As coisas nem sempre correram bem para o britânico, que, ao fim de 7 buracos, seguia com 2 acima do Par. No entanto, ele haveria de fazer 7 birdies e 1 eagle no resto do percurso.
Esta exibição estrondosa espantou o próprio Rose, que já foi duas vezes segundo classificado no Masters – em 2015 (vitória de Jordan Spieth) e em 2017 (perdeu no play-off para o espanhol Sergio Garcia): "Escutem, eu não sabia para onde meu jogo iria esta semana. Tenho trabalhado muito. Poderia ter jogado os dois últimos torneios, mas estava realmente a tentar preparar-me ao máximo este Masters.”
Não só Augusta National estava difícil como Rose estava a jogar a sua primeira volta desde que abandonou no segundo dia do Arnold Palmer Invitational com uma lesão. A época no PGA Tour está a correr-lhe tão mal, que se encontra neste momento em 164.º da FedEx Cup com sete torneios jogados em 2020-2021 e nenhum top-10. Trata-se de um jogador que recentemente foi n.º 1 no ranking mundial (em 2018), com 10 vitórias no PGA Tour (entre elas no Open dos EUA de 2012) e outras 12 noutros circuitos, mas que actualmente é o 41.º mundial e que não conhece o sabor da vitória desde o Farmers Insurance Open em Janeiro de 2019.
Mas liderar o Masters aos 18 buracos não é novidade para ele, embora já tenha passado mais de uma década desde a última vez: já tinha acontecido em 2004, 2007 e 2008. Iguala Jack Nicklaus, o recordista de vitórias em majors (18) e no Masters (6), em lideranças no primeiro dia em Augusta National.
As condições do campo estão completamente diferentes das que vigoraram na última edição, jogada em Novembro devido ao adiamento provocado pela pandemia, com um palco outonal suave e receptivo. Então, houve 53 jogadores que bateram o Par no primeiro dia.
“Sinto que acabei de sair do ringue após um combate com Evander Holyfield”, descreveu Sergio Garcia após finalizar nesta quinta-feira com 76 (+4).
“Este é o meu décimo ano [no Masters], mas nunca visto os greens tão firmes e rápidos, pelo que foi como se estivesse a jogar num novo campo hoje, e fui feliz por me ter desenrascado bem”, afirmou por sua vez Matsuyama.
Houve quatro que marcaram 70 (-2) para se posicionarem no quarto posto: Will Zallatoris, Christiaan Bezuidenhout, Webb Simpson e Patrick Reed, este o n.º 7 mundial.
Jordan Spieth, Jason Kokrak, o japonês Si Woo Kim, o irlandês Shane Lowry e o inglês Tyrrel Hatton(n.º 8 mundial), todos com 71 (-1), completam o lote dos que conseguiram ganhar ao campo na jornada inaugural. Spieth venceu domingo o Valero Texas Open para o seu primeiro triunfo desde o do British Open de 2017, e nesta quinta-feira o seu resultado foi tanto mais notável quanto marcou um triplo bogey no Par 4 do 9.
O n.º 1 mundial e detentor do título Dustin Johnson, que em Novembro venceu com a marca recordista de 268 (-20), não conseguiu bater o Par do campo em Augusta National pela primeira vez desde a primeira volta de 2018. Fez o green a três putts no 18 para um duplo bogey, a que correspondeu um 74 (+2) que o deixa nos 30.ºs classificados, empatado com Brooks Koepka (12.º mundial) e Bubba Watson (campeão em 2012 e 2014).
Jon Rahm (n.º 3 mundial) e Xander Schauffele (n.º 6) foram, juntamente com Reed e Hatton, os jogadores do top-10 mundial que não perderam para o Par, partilhando 13.º lugar. Justin Thomas (n.º 2) e Collin Morikawa (n.º 4) estão um degrau abaixo com 73 (+1), nos 20.ºs.
A tentativa de Rory McIlroy (n.º 12) completar o Grand Slam de carreira poderá ter de esperar mais um ano, depois do 76 (+4) com que abriu na quinta-feira, numa volta em que até acertou com a bola no seu pai, Gerry, no approach no buraco 7. Foi o mesmo resultado de Bryson DeChambeau (n.º 6).
O inglês Tommy Fleetwood fez um hole-in-one no buraco 16, apenas o 32.º ás na história do Masters.