Norte-americano bateu no play-off os seus compatriotas Xander Schauffele e Patrick Reed
Justin Thomas parecia tudo menos um vencedor, quando se apresentou à comunicação social para a conferência de imprensa na condição de recém-vencedor do Sentry Tournament of Champions, no Par 73 do Plantation Course at Kapalua, na ilha havaiana de Maui. Estava apático. Como escreveu Ben Everyll no site do PGA Tour, o único indício de que tinha sido ele o campeão era o troféu do torneio a seu lado.
Thomas acabara de bater Xander Schauffele e Patrick Reed com um birdie no terceiro buraco do play-off para ganhar pela segunda vez (a primeira foi em 2017) o Torneio dos Campeões do PGA Tour, reservado aos vencedores no ano civil de 2019. As últimas horas de uma semana dura, que incluíram ventos fortes e chuva, mexeram com os seus nervos. A última volta foi para ele uma montanha russa emocional. Nestas circunstâncias, nem sempre se consegue descomprimir imediatamente.
“As emoções”, justificou. “Estava a ganhar, depois já mal ganhando, depois a perder, depois a entrar in extremis nos play-offs. Isso tira muito de ti. Provavelmente não pareço tão feliz quanto poderia ou como esperaria estar, vai demorar um pouco. Quando eu voltar para o hotel, com a minha família, espero poder aproveitar e conversaremos sobre isso. Mas alívio é definitivamente uma palavra que me vem à mente.”
Jogando na última parelha do último dia com Schauffele, que defendia o título e liderava com a vantagem mínima, Thomas fez quatro birdies seguidos entre os buracos 8 e 11 para assumir o comando e mais dois birdies nos 14 e 15 para aumentar a vantagem sobre a concorrência para dois shots. Ele diria que nestes primeiros 15 buracos fez um dos melhores jogos da sua vida.
O pior foram os últimos três buracos. Bogey no 16 para ver reduzida a vantagem para metade. Ainda assim, no tee do 18, um Par 5, estava na frente. Aqui, no entanto, bateu um mau drive e depois um segundo shot para uma área de penalidade. Quando falhou o putt de dois metros e meio para salvar o Par, e para um cartão com 69 pancadas, pensou que estava tudo acabado. Mas Schauffele falhou ainda de mais perto para birdie, marcando 70. Ambos com um total de 278 (-14), iriam para play-off, juntamente com Patrick Reed, autor de um 66 a fechar. Um trio que esteve um patamar acima dos outros, já que o 4.º classificado, Patrick Cantlay, somou 281.
No desempate, sempre jogado no 18, Reed falhou por duas vezes para birdie e no terceiro Thomas decidiu a contenda a seu favor com um 4, juntando-se a Stuart Appleby (3 vitórias), Geoff Ogilvy (2) e Dustin Johnson (2) no grupo dos múltiplos vencedores do torneio desde que este se mudou para Kapalua em 1999. Thomas passou também a ser o jogador na faixa etária dos 20 com mais vitórias no PGA Tour – 12.
No ranking mundial manteve a quarta posição, ao passo que Schauffele passou de 9.º para 8.º e Reed de 12.º para 11.º.