Vitória emocional e histórica no TPC Sawgrass eleva-o para n.º 2 do ranking mundial
Uma das suas melhores exibições de sempre. Foi assim que Justin Thomas classificou a sua quarta e última volta no TPC Sawgrass, em Ponte Vedra Beach, Florida, rumo à vitória no The Players Championship, a prova-bandeira do PGA Tour e a quinta na hierarquia do golfe mundial a seguir aos quatro majors.
Partindo no terceiro lugar empatado com Doug Ghim, atrás do líder Lee Westwood e do vice-líder Bryson DeChambeau, Thomas desperdiçou oportunidades atrás de oportunidades para birdie nos primeiros oito buracos, até ficar on fire e fazer uma série birdie-birdie-eagle-birdie entre os buracos 9 e 12.
Ou seja, jogou esses quatro buracos em 5 abaixo do Par. O resto do campo foi percorrido ao nível do Par (bogey no 14, birdie no 16), mas o resultado final de 68 (-4), a juntar ao 64 da véspera – o melhor resultado do torneio, sendo que nos dois primeiros dias estivera discreto com 71-71 –, foi suficiente para triunfar com um total de 274 (-14). Teve paciência e foi recompensado. Foi a sua 14.ª vitória no PGA Tour. Isto, com apenas 27 anos.
Pelo segundo domingo seguido, o veterano inglês Lee Westwood, de 47 anos, e o californiano Bryson DeChambeau, campeão do Open dos EUA, jogaram juntos na parelha de honra, mas, ao contrário do que sucedeu na semana anterior no Arnold Palmer Invitational, estiveram longe do seu melhor.
Desta vez Westwood levou a melhor: com birdie no 18, terminou isolado no segundo lugar, com 275 (69-66-68-71). DeChambeau, em busca da segunda vitória consecutiva, viu a bola fazer um gravata no 18 e teve de se contentar com o Par a fechar, para encerrar no terceiro lugar com 276 (69-69-67-71), empatado com Brian Harman (67-71-69-69).
Não estava a ser um ano fácil para Justin Thomas. Logo no primeiro torneio, o Sentry Tournament of Champions, uma imprecação homofóbica após falhar um putt valeu-lhe críticas e a perda do patrocínio da Ralph Lauren, que estava com ele desde 2013. Depois, no final de Janeiro, na véspera da última volta do Phoenix Open, sofreu o choque da morte do seu avô paterno, de quem era muito próximo. Como consequência, registava em 2021 dois cuts falhados e nenhum top-10, o que é anormal para um jogador com os seus pergaminhos.
Foi, por isso, uma vitória emocional, aquela que obteve no TPC Sawgrass. Uma vitória que lhe proporcionou um prémio de 2,7 milhões, a subida de 3.º para 2.º no ranking mundial, por troca com o espanhol Jon Rahm, e a entrada no restrito lote de jogadores que venceram um major, um World Golf Championship, a FedEx Cup e o The Players, juntando-se a Tiger Woods, Rory McIlroy e Henrik Stenson.
“É um torneio enorme, muito especial, que eu queria ganhar e que sentia que iria ganhar mais tarde ou mais cedo, e espero que várias vezes. Adoro o campo, estava em condições incríveis esta semana. Um óptimo teste de golfe”, disse Thomas.
Thomas deu crédito aos fãs, que se reuniram em torno da ex-estrela da Universidade do Alabama. O The Players foi o quinto torneio que admitiu espectadores desde o regresso dos torneios do PGA Tour no Verão passado após uma paragem de três meses pela pandemia – e apenas o segundo em que Thomas jogou com público. Mesmo com as multidões mantidas a 20 por cento da capacidade, diz que fez a diferença.
“Queremos ganhar torneios quando não há adeptos, claro, mas o que eu senti nos últimos dois buracos foi algo que não sentia há muito tempo. Foi bizarro. Tinha os pelos do pescoço, braços e pernas eriçados. Ter de jogar 5 a 8 jardas [mais] de adrenalina nos 17 e 18... foi tão difícil de explicar, mas foi óptimo. É por isto que todos nós jogamos. Foi óptimo executar perante todos aqueles fãs.”