Alemão na frente do Open de Portugal procura segundo título da época no Challenge Tour
Ricardo Melo Gouveia ainda mostrou ser uma séria ameaça ao título do 59.º Open de Portugal at Royal Óbidos, durante cerca de uma hora e meia de jogo da sua terceira volta, mas quando este domingo atacar a última volta, sabe que realisticamente o seu objetivo será um top-10 ou um top-5.
Ainda não deverá ser desta que um português irá sagrar-se campeão do único torneio português do Challenge Tour, mas nem por isso deixa de haver motivos de interesse na conclusão da prova da Federação Portuguesa de Golfe, de 200 mil euros em prémios monetários.
Ricardo Melo Gouveia, apesar de ter saído do top-10, devido a uma terceira volta em 71 (-1), e não obstante surgir agora no grupo dos 12.º classificados, com 209 pancadas, 7 abaixo do Par, continua a perseguir um objetivo bem importante: pode tornar-se no primeiro jogador da história do Challenge Tour a terminar duas épocas como o n.º1 da Corrida para Maiorca, depois de tê-lo feito em 2015. Uma boa classificação em Óbidos ajudará a conseguir o n.º1 em novembro. Uma coisa é quase certa, o profissional da Quinta do Lago deverá melhorar o seu 35.º lugar no Open de Portugal do ano passado, a sua melhor classificação de sempre na prova.
Pedro Figueiredo igualou a sua melhor volta de sempre em Royal Óbidos, com 68 pancadas, 4 abaixo do Par, e subiu de 36.º para o 18.º lugar empatado, somando 210 (-6). Há um ano, “Figgy” foi 18.º, a sua melhor prestação no Open de Portugal. Se jogar como no sábado (não sofreu qualquer bogey), o atleta do Sport Lisboa e Benfica deverá alcançar a sua melhor classificação de sempre no evento e até poderá almejar a um segundo top-10 em 2021, depois do Scandinavian Mixed do European Tour.
Os dois portugueses de 30 anos são amigos de infância e terão o prazer de jogar juntos este domingo saindo às 9h50 do buraco 1, ao lado do norte-irlandês Michael Hoey, o campeão do Open de Portugal de 2009 no Oitavos Dunes, em Cascais, quando o torneio ainda integrava o European Tour. Será uma formação de luxo.
Quanto a Miguel Gaspar, que passou pela primeira vez o cut num Open de Portugal, já sabe que irá registar um recorde pessoal na competição. O profissional do Belas Clube de Campo caiu de 46.º para o 50.º lugar, depois igualar o Par-72 do campo na penúltima ronda, agregando agora 215 (-1). O português de 29 anos sai às 10h10 do buraco 10 com o sul-africano J.C. Ritchie, vencedor este ano de um torneio do Challenge Tour na Cidade do Cabo, e com o francês Damien Perrier, que ainda no mês passado fez um top-10 num torneio do European Tour, na República Checa.
O 59.º Open de Portugal at Royal Óbidos tem um terceiro líder diferente pelo terceiro dia. Desta feita é o alemão Marcel Schneider, de 31 anos, que tem vindo a melhorar de rendimento de volta para volta: 66, 68 e 65. Com 199 pancadas, 17 abaixo do Par, comanda com uma vantagem algo confortável de 3 pancadas sobre o espanhol Alejandro del Rey (72+64+66).
O mais impressionante é que o germânico, que este ano jogou 14 torneios do European Tour e só cinco do Challenge Tour, leva 54 buracos disputados em Royal Óbidos com apenas 1 bogey sofrido, face a 18 birdies concretizados! Schneider é um dos 13 jogadores que vieram a Portugal já com um título conquistado no Challenge Tour em 2021, no seu caso, na República Checa em julho, tendo-se sagrado vice-campeão na semana passada no Open da Provença, em França.
Declarações
Ricardo Melo Gouveia: “Entrei muito bem (2 birdies nos dois primeiros buracos) e até poderia ter feito um 3.º birdie no terceiro buraco. Depois fiz 1 bogey no buraco 8 (logo a seguir a 1 birdie no 7) e isso travou o ritmo da volta. No 9 poderia ter recuperado, mas não meti o putt. Estava a jogar bem, mas não estava a meter os putts. Depois no buraco 15 o vento estava contra quando cheguei ao tee e escolhi o taco, mas quando dei o shot o vento morreu completamente e a bola passou demasiado (o green). Fiquei numa posição complicada, só queria tentar ter um putt para Par e fiz um duplo-bogey. Sabia que nos últimos três buracos teria oportunidade de birdie (fez 1 birdie no 18). O meu jogo está lá e sinto que uma volta como a de ontem está muito perto. Amanhã vou ser um bocadinho mais agressivo, não tenho nada a perder.”
Pedro Figueiredo: “Fazer -4 com com o vento que estava hoje, é uma boa volta. Joguei parecido aos dois primeiros dias, mas o putt esteve melhor. Aliás, hoje foi o dia em que acertei menos greens, 15, pois nos primeiros dois dias tinha feito 16. O jogo voltou a estar consistente. Sinto que o meu jogo está lá e posso fazer uma boa última volta. Basta que esteja a concretizar os putts. Hoje meti um bom putt no 1 e isso tranquilizou-me e deu-me confiança nos greens.”
Miguel Gaspar: “A partir do buraco 6 comecei a jogar super bem, mas o putt não esteve do meu lado, pois dei alguns bons shots e chips. Meti um putt gigante, de 22 metros (no buraco 11, um putt com muita linha), que foi o momento alto do dia. Foi o putt que hoje deixou-me um bocadinho em baixo e tirou-me umas 2 ou 3 pancadas. Se o putt sair bem, tenho tudo para fazer uma boa volta amanhã.”
Marcel Schneider: “O meu jogo esteve hoje um bocadinho menos forte do que ontem, mas o putter esteve inspirado e ajudou-me a fazer estas 7 abaixo do Par. Nos primeiros dois dias o meu jogo comprido esteve mesmo a “bombar”. Estava sempre perto das bandeiras, mas quase não metia putts. Agora, quando se “pata” bem como hoje, isso leva-te mesmo aos lugares cimeiros da classificação. Ter 3 pancadas de vantagem é sempre confortável, mas irei tentar fazer o mesmo que nos outros dias e estar concentrado no meu jogo.”