8.º lugar no Made in Denmark do European Tour, sobe nos rankings europeu e mundial
Ricardo Melo Gouveia (RMG) mostrou de novo esta semana uma das suas características mais importantes nos últimos anos – a capacidade de deitar rapidamente para trás das costas os desaires desportivos, de recuperar o ânimo e de regressar às boas exibições.
O nº 1 português averbou hoje (Domingo) o seu melhor resultado do ano e a sua segunda melhor classificação da época em torneios do European Tour, ao concluir o Made in Denmark num bom 8.º lugar, empatado com Soren Kjeldsen, um dinamarquês, a jogar em casa, que em tempos chegou a representar o Clube de Golfe do Paço do Lumiar.
A forma como RMG quase parece ter esquecido as 80 pancadas e o penúltimo lugar no torneio olímpico no Rio de Janeiro é a todos os títulos notável. No Himmerland Golf & Spa Resort, em Farso, na Dinamarca, alinhou quatro voltas seguidas abaixo do Par, de 69, 67, 69 e 69.
O profissional do Guardian Bom Sucesso Golf chegou a andar no 2º lugar do leaderboard. Não é um favor dizer que poderia ter sido um fator na decisão do título deste torneio de 1,8 milhões de euros em prémios monetários e as 10 pancadas abaixo do Par são o seu melhor agregado de 72 buracos nesta sua primeira época como membro do European Tour.
É certo que, em janeiro, RMG foi 7º (empatado) no Masters do Qatar, mas com um total de -8. Daí o 8º lugar na Dinamarca ser a sua segunda melhor classificação, enquanto -10 é o seu melhor resultado.
O seu segundo top-10 da temporada rendeu-lhe um bom prémio de 42.660 euros que, convertidos em pontos, permitiram-lhe subir do 88.º ao 79.º posto da Corrida para o Dubai.
Na última volta de hoje, o representante do Team Portugal voltou a ter um bom front nine, com 1 eagle, 2 birdies e apenas 1 bogey, fazendo lembrar as -5 com que cumprira os nove primeiros buracos de ontem. Mas depois, no back nine, alinhou 8 pares e 1 bogey.
Convém, contudo, reconhecer que o seu ritmo foi cortado por uma chuvada fortíssima que levou a prova a ser parada durante quase duas horas, como o próprio, aliás, reconheceu na mensagem que deixou na sua conta oficial do Facebook:
“Estive bem no jogo comprido, mas ‘patei’ menos bem nos segundos nove buracos. A volta esteve suspensa durante algum tempo e quando voltei não consegui aproveitar as muitas oportunidades que tive, mas, no final de contas, foi mais uma volta de -2 pancadas, total de -10 empatado em 8.º lugar.”
As imagens televisivas e fotográficas do Made in Denmark têm sido empolgantes pelo envolvimento do público, sem dúvida um dos melhores do European Tour. Foi uma experiência nova para RMG e o português de 25 anos contou ao Gabinete de Imprensa da FPG como a viveu com paixão:
“O público aqui foi espetacular e o buraco 16 (Par-3) é simplesmente especial, com milhares de pessoas sentadas atrás do green (a chamada Himmerland Hill). Eles fazem uma coisa interessante neste torneio que é venderem uns bonecos que são uns patos, em que o dinheiro dessas vendas vai todo para caridade e quando um jogador faz um birdie eles apertam o boneco e faz um barulho. É interessante porque sabemos exatamente o que os jogadores dos grupos à frente e atrás de nós fazem.”
Têm sido poucos os torneios deste ano em que RMG consegue quatro voltas seguidas abaixo do Par, pelo que é com natural satisfação que o português residente em Londres sai amanhã da Dinamarca:
“Foi o meu segundo top-10 da época. Foram os dois muito importantes e ajudaram-me a estar na posição que estou na Race to Dubai. Esta semana foi muito positiva, pois vinha de uma prestação muito negativa nos Jogos Olímpicos. Agora, tenho mais três ou quatro semanas seguidas no European Tour, pois ainda não tenho a certeza se vou jogar o torneio na Alemanha.”
A sua próxima competição é já o Omega European Masters, na Suíça, de 2,7 milhões de euros em prémios monetários. Estarão em jogo muitos pontos e a verdade é que RMG começa a aproximar-se do top-60 que se qualifica em novembro para o DP World Tour Championship, no Dubai, algo nunca conseguido por um português.
O Made in Denmark foi conquistado pelo belga Thomas Pieters, um dos jogadores europeus em melhor forma neste momento e forte candidato à presença na seleção europeia da Ryder Cup.
Pieters, de apenas 24 anos, arrecadou o seu terceiro título no European Tour, o seu primeiro do ano, com 267 (62+71+69+65), -17, batendo por 1 única pancada o antigo campeão do Madeira Islands Open BPI, o galês Bradley Dredge (63+66+72+67), que se sagrou vice-campeão deste torneio pela segunda vez, depois de em 2014 só ter sido superado pelo escocês Marc Warren.
Pieters também tem boas memórias do nosso país, tal como Dredge, pois o belga foi 6º classificado no Portugal Masters do ano passado. Nos últimos tempos, Pieters foi 4º nos Jogos Olímpicos do Rio2016, 2º no D+D Real Czech Masters (onde defendia o título) e agora campeão no Made in Denmark. Na Corrida para o Dubai já é 13.º!