Desce de 2.º para 6.º na Grande Final do Challenge Tour mas só 1 shot o separa do 1.º lugar
Ricardo Melo Gouveia chegou a liderar hoje, sexta-feira, a NBO Golf Classic Grand Final e pelo terceiro dia seguido terminou a volta a 1 pancada da liderança. Paralelamente, continua a comandar a Corrida para Omã, o ranking do Challenge Tour, a segunda divisão do golfe profissional europeu.
No entanto, embora tudo pareça sorrir ao n.º 1 português e n.º 115 do ranking mundial, a verdade é que registou hoje o seu segundo pior resultado da época no Challenge Tour, cumprindo a terceira volta em 76 pancadas, 4 acima do Par do campo desenhado por Greg Norman no Almouj Golf, em Muscat.
O algarvio de 24 anos desceu do 2.º lugar para o grupo dos 6.ºs classificados, com 210 pancadas, 6 abaixo do par, depois dos dois cartões de 67 (-5) nos dois primeiros dias do torneio de 375 mil euros em prémios monetários.
Em 2015, pior do que hoje, só mesmo as 75 pancadas, 5 acima do par, da primeira volta do Cordon Golf Open, em França, em setembro, o único dos 18 torneios que disputou este ano em que falhou o cut.
No ano passado, quando jogou neste mesmo campo o penúltimo torneio do Challenge Tour (em 2014, a Grande Final foi no Dubai e não em Omã), o representante do Team Portugal terminou em 9.º (a par) e também então viveu uma jornada de 76 (+4).
Todos os jogadores vinham-se mostrando surpreendidos por o vento ainda não ter soprado forte nos dois primeiros dias da NBO Golf Classic Grand Final, pois tinham memórias da terrível ventania de 2014. Hoje refrescaram essas memórias e, sobretudo nos bonitos buracos junto ao mar arábico, o campo revelou todas as suas dificuldades.
“Hoje esteve sem dúvida muito mais vento, muito mais difícil, o campo não estava a dar ‘abébias’ nenhumas e isso viu-se nos resultados. Em geral, toda a gente jogou pior e, sim, foi um dia muito difícil”, reconheceu.
E depois de na quarta e na quinta-feira Ricardo Melo Gouveia só ter sofrido 1 bogey em 36 buracos, hoje foi penalizado por 1 triplo bogey, 1 duplo bogey e 2 bogeys, com destaque para a série negra de 5 shots cedidos em três buracos seguidos (7, 8 e 9), exatamente no momento em que coliderava o torneio com o dinamarquês Joachim B. Hansen com -11.
“Fiz dois maus bogeys seguidos (nos buracos 7 e 8) e a partir daí parece que desconcentrei-me um pouco, dei um mau tee shot do 9, onde fiz um triplo bogey e depois foi sempre a correr atrás do resultado, o que, com as condições que estavam, não houve depois muitas oportunidades de birdie. O putt do 7 (para par) tinha cerca de 3 metros, o do 8 (depois de um bom bunker shot) era um bocadinho mais pequeno. Foram dois putts que deveriam ter entrado, eram os putts que ontem e anteontem entravam e hoje não”, lamentou-se.
Como o próprio reconheceu, a sua concentração foi abalada e afetou a saída no 9, que já levava demasiado efeito para a esquerda e que foi ainda mais acentuado pelo forte vento. O resultado foi a bola embater num dique de pedras e ir parar ao mar. Na segunda pancada de saída, Melo Gouveia enviou a bola a um bunker à direita do fairway. O bunker shot à bandeira foi espetacular, mas terminou depois com 3 putts.
“No 7 e no 8 já se começava a sentir mais vento. São buracos mais expostos ao vento e estava difícil de ‘patar’. Não estive a bater na bola como normalmente, não estive 100 por cento confiante no meu jogo comprido. Hoje até bati bem de manhã antes de ir para o campo, mas depois, os maus swings no 9 afetaram-me”, explicou.
Foi uma série que custou caro ao profissional do Guardian Bom Sucesso Golf, pois até tinha começado bem, com par-par-birdie nos três primeiros buracos. Mas se é certo que passou por uma tormenta no final do front nine, não é menos verdade que mostrou capacidade de reação e muita vontade de lutar no back nine, com 2 birdies (nos buracos 12 e 16) e 1 duplo (13).
É essa vontade de lutar que lhe permite estar confiante de que poderá voltar amanhã, sábado, aos bons resultados: “É uma questão de apanhar o ritmo e de amanhã fazer de novo uma boa volta. No final, depois daquilo que fiz a meio da volta de hoje, acho que 4 acima do Par, não sendo uma boa volta, acabou por ser OK. Amanhã está tudo em aberto.”
O dinamarquês Joachim Hansen tem liderado o torneio todos os dias mas desta vez tem de partilhar o comando com mais quatro jogadores com um agregado de 209 pancadas, 7 abaixo do par: o espanhol Nacho Elvira, os ingleses James Robinson e Callum Shinkwin, e o sueco Jens Dantorp.
A apenas 1 pancada de distância dos líderes está um grupo de três jogadores no 6.º lugar, com Ricardo Melo Gouveia, o inglês Ryan Evans e o sul-africano Brandon Stone.
E também a somente 2 pancadas dos comandantes há ainda cinco jogadores empatados no 9.º lugar, entre os quais o espanhol Borja Virto Astudillo, um dos três jogadores que matematicamente ainda podem impedir Ricardo Melo Gouveia de ser coroado amanhã n.º 1 do ranking do Challenge Tour.
Borja Virto Astudillo aproximou-se e tem de ganhar o torneio e esperar que o português não fique no top 2. A outra grande ameaça é o francês Sebastien Gros que só precisa de ficar à frente de Melo Gouveia e neste momento está 2 pancadas atrás, no grupo dos 14.ºs classificados. Bem arredado da corrida parece o sueco Bjorn Akesson, que tombou para o 34.º posto (+3).
No início do torneio, Melo Gouveia tinha uma vantagem de 3.980 euros sobre Gros e de 22.160 euros sobre Virto Astudillo. Em Omã, o Gabinete de Imprensa do Challenge Tour tem atualizado diariamente o ranking (virtual) e neste momento, Melo Gouveia parte para o último dia com mais 11.955 euros do que Gros e mais 26.026 do que Virto Astudillo.
Amanhã, Ricardo Melo Gouveia joga no antepenúltimo grupo com o espanhol Borja Virto Astudillo e o inglês Ryan Evans a partir das 09h57 locais.
A NBO Golf Classic Grand Final merece transmissão televisiva em todo o Mundo. Em Portugal, os direitos são da SportTV que, no seu canal 4, mostrará o resumo da última volta à meia-noite e meia.