O português e o australiano estiveram em evidência no primeiro dia do 12.º Portugal Masters
Ricardo Melo Gouveia e Lucas Herbert chegaram a Vilamoura fora do top-100 da Corrida para o Dubai e sabem que para manterem-se no European Tour em 2019 necessitam de encerrar a época naquela elite. A temporada vai longa, restam quarto torneios e o Portugal Masters é uma oportunidade única.
Ambos arrancaram hoje (quinta-feira) da melhor maneira no mais importante torneio português, de 2 milhões de euros em prémios monetários, e ambos ficaram insentos de bogeys nos primeiros 18 buracos, com o português a figurar entre os 16.º classificados, com 4 abaixo do Par e o australiano a liderar a prova isolado, com 8 abaixo do Par do Dom Pedro Victoria Golf Course.
Lucas Herbert, o 103.º na Corrida para o Dubai, igualou a sua melhor volta de sempre no European Tour, com 63 pancadas (- 8), mostrando que não foi por acaso que este ano já somou três top-5 em provas da primeira divisão europeia.
"Claro que há mais pressão neste final de temporada e sinto a pressão de ter de jogar bem. Nas semanas anteriores a este torneio senti dificuldades em encontrar a boa forma e trouxe para aqui o meu treinador e o meu fisioterapeuta e as coiisas estão a colocar-se em ordem. Hoje foi uma boa indicação de que as coisas estão bem e espero continuar assim", disse Herbert.
O australiano tem uma vantagem de apenas 1 pancada sobre os ingleses Matt Wallace e Eddie Pepperell e ainda o irlandês Shane Lowry, com a curiosidade de Wallace ser o campeão do Open de Portugal de 2017 e de Lowry ter ganho o Portugal Masters em 2011.
O caso de Ricardo Melo Gouveia é um pouco mais complicado do que o de Lucas Herbert porque o único português a competir a tempo inteiro no European Tour está pior classificado no ranking da primeira divisão europeia (132.º).
No entanto, as 67 pancadas, 4 abaixo do Par, abrem-lhe excelentes perspetivas, pois está no grupo dos 16.º classificados, a apenas 4 da liderança e 1 do top-10. Num dia sem vento, ter jogado à tarde poderia, mesmo assim, ter sido prejudicial por os greens estarem pisados, mas o português residente em Londres lidou bem com a situação e amanhã (sexta-feira) poderá jogar ainda melhor, dado sair de manhã, com greens mais acessíveis.
"Quero continuar a fazer o mesmo e melhorar um pouco os drives e os shots de saída", disse o atleta olímpico português que ficou agradado com a sua exibição: «Foi um ótimo resultado, um bom começo. Hoje não fiz nenhum bogey e isso foi o mais importante».
Para além de Ricardo Melo Gouveia, outro português conseguiu terminar o primeiro dia dentro do cut provisório – Tomás Santos Silva, apenas 1 pancada atrás, ou seja, com 68 (-3), que lhe dá um 27.º lugar, empatado, entre outros, com os dinamarqueses Lucas Bjerregaard (o campeão do Portugal Masters de 2017) e Thorbjorn Olesen (que para a semana joga a Ryder Cup).
E por falar em Ryder Cup, merece destaque a boa estreia de Sergio Garcia, o espanhol que nunca tinha jogado o Portugal Masters e que surge no grupo dos 6.º classificados, com 66 (-5), o mesmo resultado do finlandês Kim Koivu, o vencedor de três torneios do Challenge Tour em 2018, que é treinado pelo português David Silva.
«Joguei bem mas não fui extraordinário. Foi simpatico ter feito uma boa volta e ter estado a um bom nível depois de ter estado algum tempo ausente do circuito», comentou o antigo n.º2 mundial e atual 28.º, que está a apenas 1 pancada do chinês Li Haotong (-6), o vencedor do Pro-Am de ontem.
Do forte contingente português de 11 jogadores, para além de Ricardo Melo Gouveia e Tomás Santos Silva, destacou-se Ricardo Santos, que não jogava o Portugal Masters desde 2015, e que começou com uma volta de 71 (Par). O 93.º lugar não impressiona, mas só está a 2 pancadas do cut provisório.