Português ainda com hipóteses de passar cut em Abu Dhabi, apesar dos fortes ventos
Uma sensação de alívio terá percorrido cada um dos 132 jogadores em competição, hoje, na segunda volta do Abu Dhabi HSBC Championship (7 milhões de euros de prize-money), a primeira prova do ano no DP World Tour e entre as mais importantes no respectivo calendário, já que faz parte das Rolex Series. Ventos na ordem dos 30-50km/h, com terríveis rajadas, dificultaram e de que maneira a tarefa dos competidores.
Debaixo destas condições, com os resultados inflaccionados, foi de louvar o desempenho de Ricardo Melo Gouveia, que se mantém na luta para passar o cut. Mantém-se, porque a jornada de hoje foi interrompida ao anoitecer, quando o português levava 14 buracos jogados, com o resultado de 3 acima do par no dia e de +4 no total.
Um agregado que o deixa nos 74.ºs, a apenas um shot do cut provisório (fixado em +3). Sábado de manhã, pelas 7h30, volta ao campo para concluir os quatro buracos remanescentes, na esperança de conseguir entrar nos 65 primeiros e empatados que se apuram para as duas últimas voltas. Melo Gouveia estava entre os 88.ºs no final da primeira volta – que concluiu com 73 (+1) – e a dois shots do cut.
Hoje, Ricardo Melo Gouveia começou do 10, pelo que os buracos que lhe faltam jogar são os 6, 7, 8 e 9. No seu cartão de jogo registou 4 bogeys (13, 14, 18 e 5) e 1 birdie (15). Quanto aos seus parceiros de grupo nas duas primeiras voltas, o inglês Steven Brown, vencedor do Portugal Masters de 2019, seguia com +7 no dia e +8 no total; e o finlandês Tapio Pulkannen com +3 no dia e +7 no agregado.
No momento em que a prova foi interrompida, 90 dos 132 já tinham terminado as suas voltas. Desses, apenas cinco conseguiram bater o par 72 do campo, o que demonstra a severidade dos elementos. Foram eles o sueco Alexander Bjork, o sul-africano Erik Van Rooyen, o espanhol Rafa Cabrera-Bello, o irlandês Padraig Harrington, todos com 71; e o dinamarquês Jeff Winther, com 69.
O escocês Scott Jamieson era o líder no final da primeira volta, com 63 (-9). Hoje assinalou 74 e isso não o impediu de manter-se na frente, com 137 (-7). O norueguês Viktor Hovland, n.º 7 mundial, fez idêntico 74 e conservou o segundo lugar, mas agora partilhado com o veterano inglês Ian Poulter (66-72) e o inglês James Morrison, que estava com -6 com 14 buracos jogados.
“Não foi nada fácil”, reconheceu Jamieson, de 38 anos, 336.º no ranking mundial. “É muito difícil executar os shots com as rajadas que se faziam sentir, mas o mais difícil é o putting: colocamo-nos à bola e sentimos que temos de estar muito tensos para não nos mexermos, mas isso é o pior que pode acontecer quando estamos a tentar ‘patar’. Fiz vários bons putts de metro e meio para dentro, o que manteve o meu score respeitável.”
O norte-americano Collin Morikawa (73-74) e o norte-irlandês Rory McIlroy (72-75), respectivamente, números 2 e 8 no ranking mundial, somam 147 (+3) e estão nos 60.ºs, no limite do cut. O detentor do título, o inglês Tyrrel Hatton, 22.º mundial, disparou 77, em contraste com as 66 de véspera, caindo 22 posições para os 23.ºs, com 143 (-1).