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O que dizem os jogadores portugueses na Madeira
18/03/2015 20:25 Por Susana Alves e Rodrigo Cordoeiro
Ricardo Santos em actuação hoje no pro-am: estava frio no Santo da Serra / © GETTY IMAGES

Expectativas altas para contingente nacional no Madeira Islands Open-Portugal-BPI

Ricardo Melo Gouveia é o actual n.º 1 do golfe português, na 444.ª posição no ranking mundial, e, naturalmente, existem expectativas sobre o que fará, a partir de amanhã, na sua estreia no Open da Madeira BPI, num campo, o do Clube de Golfe do Santo da Serra, onde só jogou em 2004, como amador, então com 13 anos, num Campeonato Nacional de Clubes em representação do seu clube de sempre em Portugal, o Clube de Golfe de Vilamoura.

Em entrevista hoje publicada no site do European Tour, “Melinho” mostra-se confiante para a sua estreia também no Challenge Tour 2015, circuito em que venceu o ano passado, em Roma, escassos meses depois de se ter tornado profissional. “Tenho jogado muito bem. Já tive uma vitória no Algarve Pro Tour e ganhei novamente há duas semanas no PGA Portugal Tour. Por isso sinto-me confortável com o meu jogo e estou ansioso por jogar esta semana aqui na Madeira”, começou por dizer.

“Definitivamente, a vitória no ano passado deu-me confiança”, assevera, referindo-se ao triunfo, a 5 de Outubro, no EMC Golf Challenge. “Fez uma enorme diferença não só no meu jogo, mas também na minha mentalidade para cada torneio. Foi um pouco no final da temporada, para que a vitória pudesse ter um efeito real sobre os meus rankings, mas só comecei a jogar como profissional em Julho, de modo que ganhar no meu sétimo torneio deu-me muita confiança para este ano.”

“Foi apenas um processo de aprendizagem para mim no ano passado, e não estava à espera de uma vitória tão cedo na minha carreira profissional”, continua. “É completamente diferente do jogo amador. Mas ela veio na hora certa para mim e então e depois quase consegui o cartão do European Tour na Escola de Qualificação, mas infelizmente falhei por um shot. Mas estou ansioso por começar melhor este ano e espero chegar ao European Tour no próximo ano.”

Em relação ao Open da Madeira, diz que o Santo da Serra é um percurso “complicado”, mas que, por outro lado, é agradável começar a época a sério a jogar no país natal, com o apoio do público local. “O campo não é muito comprido, e acho que irão haver muito shots de ferro 8 para dentro na aproximação aos greens. O vento vai desempenhar um papel importante e espero que a chuva não tenha um grande efeito sobre o torneio, mas eu acho que tenho todos os shots necessários para esta semana e espero conseguir um bom resultado.”

Ricardo Santos, vencedor da prova em 2012, regressa ao Santo da Serra depois de disputar quatro torneios seguidos no principal circuito europeu. No último, o Tshwane Open, que terminou domingo na África do Sul, ficou na 35ª posição empatado. “Nos últimos três torneios na África do Sul joguei bastante bem, senti o jogo mais sólido e confiante. Os resultados não reflectem o que tenho jogado. É preciso ter paciência. Sei que se mantiver este nível de jogo, os resultados vão acontecer”, disse o profissional algarvio de 33 anos. 

Santos sente-se confiante para a prova madeirense. “Espero o melhor possível. O campo está em óptimas condições, mas as condições climatéricas são as piores, sobretudo a velocidade do vento. Vai ser um pouco como na lotaria, vou dar o meu melhor e rezar para que as coisas aconteçam. Já hoje (dia do pro-am) senti que a bola não parava”, sublinhou.

Para José Filipe Lima, que esteve ausente das competições durante seis meses devido a um problema nas costas, que o levou a uma cirurgia, o regresso ao Santo da Serra é encarado de uma forma entusiástica. “Estou contente de estar cá, há seis meses estava numa cama. Não tenho medo, agora só posso pensar para a frente. Já vejo as coisas de uma maneira diferente, não me vou queixar do tempo ou se estou a jogar bem ou mal, preparo-me bem e jogo por prazer, as coisas vão acontecer”, disse o português melhor classificado no Open da Madeira do ano passado, com um 10º lugar empatado.

Lima, que este ano retomará a actividade no Challenge Tour, depois de em 2014 ter tido uma época incompleta no European Tour, conta que está 100 por cento preparado a nível físico. “Estou como há 10 anos atrás, recuperei a força física, agora o que falta é jogar e isso só participando torneio a torneio.” Ele jogou hoje os 18 buracos no pro-am, mas sem os seus tacos e equipamento que ficaram retidos no aeroporto de Lisboa. “Joguei com tacos regulares, não tenho a mesma sensibilidade, não posso falar de como senti o meu jogo.”   

João Carlota, de 24 anos, nº 1 amador de 2014, estreia-se na prova como profissional, é jogador do Portugal Golf Team e o único dos seus membros que beneficia da comparticipação a 100 por cento de todas as despesas de representação, do apoio técnico e logístico da organização, sendo que reverterá para o PGT 50 por cento do valor dos prémios monetários que auferir, para serem reinvestidos no projecto. “É essencial ter uma equipa de trabalho consolidada para trabalhar comigo ao melhor nível. Veio abrir-me muitas portas”, sublinha.

O algarvio explica que a novidade da sua condição de profissional no Open da Madeira não vai alterar em nada a sua forma de encarar o torneio. “Não sinto mais pressão, só tenho de fazer o que previ a nível de estratégia, tomar boas decisões ao longo do jogo e encarar tudo o que vier da melhor maneira.”

Gonçalo Pinto, colega de equipa de Carlota, Melo Gouveia, Pedro Figueiredo e Tiago Cruz no Portugal Golf Team, sublinha a importância do Madeira Islands Open para as suas carreiras. “O Open da Madeira é óptimo para um jogador como eu que joga no Challenge Tour por convites, este é o torneio mais importante do circuito, é como um major para mim.”

Pinto desvaloriza a questão das condições climatéricas difíceis previstas para esta semana e lança uma estratégia. “É preciso ter paciência, quem for mais inteligente, forte e melhor minimizar os erros melhor resultados consegue. É uma questão de manter a bola sempre jogável, jogar de forma mais conservadora, para o meio do green e fazer o maior número de pares e birdies”, remata. 

Pedro Figueiredo, à semelhança de Gonçalo Pinto, disputa a segunda edição do Open da Madeira como profissional, sendo que nenhum deles passou o cut do ano passado. “Figgy”, como é conhecido, encara a prova como uma grande oportunidade. “É o primeiro e mais importante torneio do Challenge Tour. É um major para todos nós. Pode ser uma rampa de lançamento, temos de estar preparados e nos adaptar. Gosto do campo, mas não é fácil jogar num campo com o relevo tão acidentado." 

O profissional de 23 anos sente-se confiante e considera que teve uma boa preparação de inverno ao participar nos torneios do Algarve Pro Golf Tour, organizados pela PGA Portugal. “As minhas expectativas para esta semana são boas, o meu único objetivo é dar o máximo em cada shot e no fim do torneio fazem-se as contas. Primeiro penso em passar o cut e claro fazer um top 10 seria ideal.” 

Quanto aos planos para esta época, Figueiredo adianta que vai jogar 20 torneios da segunda divisão do golfe europeu através de convites da Hambric Sports, da Federação Portuguesa de Golfe e da PGA Portugal. Recorde-se que o jogador, que deu os primeiros passos no Clube de Golfe da Quinta do Peru, jogou 15 torneios do Challenge Tour no ano passado, dos quais passou o cut em 10. 

Tiago Cruz, profissional de 32 anos, vem à Madeira com o objetivo de “fazer melhor do que na edição passada”. Recordemos que Cruz foi o segundo melhor jogador português em prova na 24.ª posição. "Conseguir fazer uma boa classificação na Madeira é um bom começo no Challenge Tour. Se aqui correr bem é meio caminho andado para conseguir ter categoria no Challenge Tour”, vaticina o jogador estorilense, que este ano venceu uma prova do Algarve Pro Golf Tour no Morgado do Reguengo.

Além deste jogadores, há mais três portugueses em prova: o profissional madeirense João Pedro Sousa e os amadores Carlos Laranja (Clube de Golfe do Santo da Serra) e Tomás Bessa (Club de Golf de Miramar).