Venceu Dunhill Links Championship e será um dos 74 campeões do European Tour no Portugal Masters
Já se sabia que o Portugal Masters, que tem início na quinta-feira em Vilamoura, ia ser uma parada de campeões, dada a presença de dezenas de campeões de provas do European Tour. Mas, ontem, ficou a saber-se que esse número será 74, já que Oliver Wilson regressou de uma longa travessia do deserto até encontrar o desejado “oásis” no buraco 18 do do Old Course de St. Andrews: o seu primeiro título no circuito, no Alfred Dunhill Links Championship.
“Não tenho palavras para isto. Já lá vão 10, 11 anos… Houve nove segundos lugares e não fiz muito para perder nessas provas, mas nada me tem corrido bem e, esta semana, ter tido uma grande oportunidade para jogar graças à Dunhill – não tenho palavras suficientes para lhes agradecer – penso que traduz o que é o golfe”, disse o inglês de 34 anos.
Wilson, actual 792.º no ranking mundial, conta com 227 provas do European Tour disputadas, tendo como melhores resultados nove segundos lugares, entre 2006 e 2009. Pelo meio, representou a Europa na Ryder Cup de 2008 e esteve no top 50 do ranking mundial.
Mas uma queda de forma teve como consequência a perda do cartão no final de 2012, chegando a St. Andrews fora do top 100 do Challenge Tour e com apenas 20 mil euros amealhados em 19 provas realizadas este ano.
No mês passado, Wilson tinha dado boas indicações ao fazer 63 na segunda volta no Cazaquistão, mas foi graças a um convite que pôde participar no Alfred Dunhill Links Championship. Na Escócia, um 64 na quinta-feira, em Carnoustie e um 65 no sábado em St. Andrews, permitiram-lhe chegar último dia com três shots de vantagem.
E foi como um veterano que realizou a última volta, apesar de ter começado mal com um duplo bogey, compensado por quarto birdies consecutivos, antes de cair no bunker do 17.º. No buraco 4, três putts resultaram num bogey e foi apanhado por Louis Oosthuizen.
Só no 10 é que conseguiu o primeiro birdie do dia. Nessa altura, o escocês Richie Ramsay e o inglês Tommy Fleetwood e o norte-irlandês e número um do ranking Rory McIlroy lutavam pela liderança. Um segundo birdie no 11, permitiu a Wilson ultrapassar Ramsay, autor de bogeys nos 16 e 17.
Uma brilhante aproximação ao buraco 16 originou um novo birdie e apesar de dificuldades no 17, em que garantiu o par. “O shot no 16 foi, provavelmente, o melhor buraco da minha vida”, reconheceu Wilson.
No derradeiro buraco, falhou o birdie, terminando com duas abaixo do par-72 do Old Course. Fleetwood teve a oportunidade de forçar um play-off, mas quando falhou o putt, Wilson festejou o tão ansiado título… e o cheque de 625 mil euros
“Tive um bom início, no que diz respeito a bater na bola, e após dois buracos com três putts pensei ‘lá vamos nós’ mas mantive-me paciente. O campo estava traiçoeiro devido ao vento, Rory estava na frente e fui deitando um olho ao que ele estava a fazer e o Tommy continuava a jogar bem”, explicou Wilson, antes de revelar: “Posso ficar bêbado durante uns tempos; juntei muito champanhe no frigorífico ao longo dos anos.”
Wilson terminou o Alfred Dunhill Links Championship com menos 17 (271), uma menos que Fleetwood, McIlroy e Ramsay. Chris Doak, que iniciou a semana no 115.º lugar da Corrida para o Dubai, concluiu isolado no quinto posto.
Quanto ao português Ricardo Santos foi novamente infeliz neste torneios. Três participações no Alfred Dunhill Links Championship, três cuts falhados nesta prova que se joga em três campos na Escócia – Kingsbarns, Carnoustie e Old Course de St. Andrews.
Em 2012, no seu primeiro ano no European Tour, tinha sido 79º, com voltas de 72-69-72, para um total de 3 abaixo do par. Em 2013, 161º, com 73-74-74, 5 acima do par. E desta vez, na edição de 2014, foi 147º, com 72 no Old Course de St. Andrews, 78 em Carnoustie e 72 a fechar em Carnoustie, 6 acima do par.
Na pro-am de três voltas que ficou concluído, Santos fez equipa com Luís Figo e a dupla portuguesa terminou com 209 (-7), com volta de 67-75-67.