Inicia quinta-feira na Suíça maratona de cinco torneios consecutivos no Challenge Tour
Pedro Figueiredo começa amanhã a competir no Swiss Challenge, em Lucerna, naquele que será para ele o primeiro de uma série de cinco torneios consecutivos no Challenge Tour. “Sinto-me bem”, diz o jogador da Quinta do Peru (do Grupo Orizonte), em Azeitão, Palmela. “Estou confiante em todas as partes do jogo. Sei que ainda tenho de melhorar alguns aspectos técnicos, sobretudo para não falhar tanto à esquerda como costumo fazer, mas sinto que estou no bom caminho.”
Até ao momento, em 2015, “Figgy”, como também é conhecido, participou em cinco torneios do Challenge Tour. Passou o cut em todos, o que, contando com as últimas provas da época de 2014, elevando para 11 o número de cut feitos consecutivamente no circuito. Mas este ano a melhor classificação que conseguiu foi o 43.º lugar no Made in Denmark, em Copenhaga. O que lhe dá o 79.º lugar no ranking no Challenge Tour 2015, com 3.420 euros averbados em prémios monetários. “O meu objectivo não passa apenas por passar cuts, por isso sinto que tenho de fazer melhor do que fiz até agora”, considera. “Não tenho estado à altura nas voltas dos fins-de-semana, e esse é um aspecto que tenho de melhorar.”
Nos últimos tempos, o putting vinha sendo a área do seu jogo que o impedia de subir mais alto, mas neste capítulo o jogador sentiu claras melhorias nos últimos dois torneios. “Penso que isso se deveu sobretudo a uma mudança de mentalidade da minha parte em relação ao putting. Estava a stressar muito por não estar a ‘patar’ bem ultimamente, e o que fiz foi deixar de dar importância a isso, e concentrar-me apenas naquilo que tenho de fazer para ‘patar’ bem. Também mudei o grip no putter para sentir algo diferente e isso também ajudou.”
Pedro Figueiredo está uma vez por mês com o seu treinador, o galês David Lewellyn, mas mesmo afastados eles falam regularmente por mail ou telefone. “Estamos a trabalhar sobretudo no meu downswing que tem estado muito dentro do plano, o que faz com que as mãos estejam muito activas no momento do impacto, e consequentemente falhar a bola à esquerda. Não é um aspecto fácil de corrigir, já há algum tempo que tento, mas tem melhorado. O David está contente com o meu jogo, diz-me para ser persistente, ter paciência e acreditar no meu valor, que os resultados irão aparecer.”
"Tenho de fazer melhor do que fiz até agora", diz / © FILIPE GUERRA
“Figgy”, que fará 24 anos dia 13 deste mês, foi um dos melhores amadores mundiais da sua geração, numa carreira que teve como ponto alto o título, em 2008, no British Boys Amateur Championship, e que incluiu quatro anos ao mais alto nível nos Bruins da UCLA (University of California, Los Angeles), durante os quais se manteve quase sempre entre os 20, 30 melhores no ranking mundial amador. Tornou-se profissional em Julho de 2013 e logo se sagrou campeão nacional numa prova que contou, entre outros, com Ricardo Santos, na altura a grande figura do golfe português.
Actualmente a cumprir a sua segunda época completa como profissional, continua a tentar vingar no Challenge Tour, com o apoio dos seus patrocinadores, Taylor Mad, Ashworth e Navigator. “Ambos dão-me a oportunidade de fazer aquilo que mais gosto e de lutar para ser um dos melhores profissionais de golfe do mundo”, agradece. “Sem eles, seria muito difícil, ou mesmo impossível, sobretudo enquanto estou no Challenge Tour.”
Para subir no ranking mundial (actualmente é o número 1298 na tabela), Figueiredo conta também com o apoio de uma extensa equipa e agradece a confiança do Hambric Sports Group, a sua agência de management. “Tem sido impecável desde que me tornei profissional. Apesar de os meus resultados não serem excepcionais desde então, continuam a apoiar-me a 100 por cento, o que me conforta e dá confiança. O Rory Flanagan , que é o meu manager, é um grande profissional e uma grande pessoa, e não podia estar mais satisfeito com o seu trabalho.”
O jogador não esquece o seu preparador físico (Pedro Correia), o psicólogo (Jeff Troesch), o nutricionista (André Matias) e a fisioterapeuta (Joana Moinho). “Penso que é importante ter uma equipa à minha volta, e pessoas competentes nas mais diversas áreas relacionadas com o desporto e o golfe”, justifica.
O Swiss Challenge que arranca amanhã, com 170 mil euros em prémios, joga-se no Golf Semparchersee e conta com mais dois portugueses: Ricardo Melo Gouveia e Gonçalo Pinto. “Fiz ontem a volta de treino. O campo é estreito, com um rough muito alto, portanto o jogo do tee vai ser determinante. Penso que vai ser um bom teste para todos os jogadores”, avaliou Figueiredo.
Sobre a época que Melo Gouveia – seu grande amigo – vem protagonizando no Challenge Tour, considera-a “extraordinária”: “A consistência que tem demonstrado, e que já vem do ano passado, é impressionante. Não é fácil, semana após semana, estar sempre nos lugares cimeiros da classificação. Na minha opinião é o jogador mais em forma no Challenge Tour, e espero que continue com este nível até ao final do ano.” Melinho é 5.º no ranking do Challenge Tour 2015, já com quatro top 10’s averbados.
Depois da Suíça, seguem-se, por esta ordem, o KPMG Trophy (11-14 de Junho), na Bélgica; o Najeti Open (18-21 de Junho), em França; o SSE Scottish Hydro Challenge (25-28 de Junho), na Escócia; e o AEGEAN Airlines Challenge (2 a 5 de Julho), na Alemanha. Assim sendo, o regresso a Portugal, só em Julho. De preferência, com um rescaldo positivo na mala, que passaria sempre pela concretização do ponto de viragem na sua carreira. Só falta o clique…