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“Podemos encher um Stade de France todos os dias”
09/10/2014 10:46 Pedro Keul
tags: Ryder Cup
Pascal Grizot quer fazer da Ryder Cup 2018 um evento desportivo único / © GETTY IMAGES

Pascal Grizot é responsável máximo do comité organizador da Ryder Cup 2018 em Paris

Ainda não tinha começado a 40.ª edição da Ryder Cup, em Gleneagles, e já os franceses tinham delineado as linhas mestras do próximo encontro bienal na Europa, em 2018. Os trabalhos no complexo Golf National, em Saint-Quentin-en-Yvelines, 25 quilómetros a sudoeste de Paris, já começaram e a federação francesa não quer deixar passar esta grande oportunidade para promover o golfe num país que conta com dois milhões de praticantes estimados, mas só com 400 mil registados e com oito representantes no top 100 do ranking europeu.

“Graças ao fervor popular dos escoceses, graças ao apoio político ao mais alto nível (com o primeiro-ministro que esteve presente), graças às empresas escocesas (que compreenderam a criação de riqueza que o evento permitia), esta Ryder Cup foi um sucesso total. Desde 2011 que entendo que a Ryder Cup em Paris vai ser qualquer coisa de fantástico. Nos próximos quatro anos, não quero passar a imagem de arrogantes e que por termos a Torre Eiffel, o palácio de Versailles e o Golf Nacional, está ganho à partida. Prefiro antes colocar as questões certas, do que me deixar estar”, avisou Pascal Grizot, em entrevista concedida ao jornal L’Équipe. 

O vice-presidente da federação francesa e responsável máximo do comité que organiza a prova sabe que a contagem descrescente já começou. “Não é fácil passar a mensagem da importância da Ryder Cup junto do governo, quando houve mudanças dos ministros dos Desportos. Já vou em dez desde que vencemos a organização da Ryder Cup [em Maio de 2011]! Temos a sorte de ter tido em Gleneagles a visita do Secretário de Estado do Desporto [Thierry Braillard], é muito importante. Mas a partir de agora, é necessário passarmos ao concreto. É imperativo sentarmo-nos à volta de uma mesa para que se permita concretizar toda a dimensão que a Ryder Cup pode trazer à França em termos de criação de riqueza. É o terceiro evento desportivo mais importante do mundo! Precisamos de olhar para este evento, não com as nossas ideias pré-concebidas sobre o golfe, mas através dos olhos dos estrangeiros. Para os americanos, por exemplo, entre uma candidatura aos Jogos Olímpicos de Inverno ou à Ryder Cup, a escolha é rápida. O fervor ao redor da Ryder Cup é muito mais importante a nível mundial", frisou. 

O sonho de a França receber uma Ryder Cup tem muitos anos e foi com essa esperança que a federação francesa construiu, em 1990, o campo Albatros, em Saint-Quentin-en-Yvelines. "O facto de que este percurso é um verdadeiro estádio de golfe, vai permitir-nos acolher um maior número de espectadores. A nossa ambição é mostrar que, com o golfe, podemos encher um Stade de France por quase cinco dias consecutivos. Teremos de ser irrepreensíveis em termos de logística. Sem querer criticar o que aconteceu na Escócia, dado o isolamento do campo, não foi fácil ter, como em Paris, uma capacidade hoteleira próxima do golfe. Sabemos que a logística, em particular os transportes, será um desafio a ter em conta, em especial em 2018. Temos a sorte de ter várias estações [St-Quentin-en-Yvelines, Versailles...] para favorecer o transporte comum, o que é, sem dúvida, bom para a ecologia. Devemos também garantir uma melhor distribuição de hospitalidade off site. Teremos a possibilidade de criar eventos à volta da Ryder Cup, no Palácio de Versalhes, Louvre, Musée d'Orsay, por exemplo. Em Gleneagles, foi um pouco mais complicado ir a Edimburgo ou Glasgow, muito mais distantes", justificou Pascal Grizot. 

Os trabalhos de melhoramento no Golf National representam um investimento total de seis milhões de euros, repartidos pelo novo sistema de drenagem (dois milhões), sistema de irrigação (1,5 milhões), novas estradas (um milhão), infra-estruturas para público e media (um milhão) e telecomunicações (500 mil). “É muito dinheiro dos federados, do Estado e das regiões. A organização de um grande evento, é um investimento para um país inteiro. Na minha opinião, quando as regiões nos ajudam para os projetos avançarem, não é um subsídio, é um auxílio ao investimento. Para poderem ganhar dinheiro, criar riqueza e distribuí-lo, é necessário investir", lembrou Grizot.