Por motivos de limitações de viagens já não se jogará na data original, de 29 de Abril a 2 de Maio
O Portugal Masters de golfe, que deveria realizar-se entre 29 de abril e 2 de maio em Vilamoura, foi adiado, devido às limitações de viagens causadas pela pandemia covid-19, anunciou o European Tour.
“Todos os associados ao torneio, tanto em Portugal como no European Tour, trabalharam muito para concretizar o evento que tem sido uma parte importante do nosso calendário desde 2007. Infelizmente, simplesmente não foi possível organizar o evento no próximo mês, por isso agora estamos a analisar a possibilidade de reagendá-lo em algum momento ainda este ano”, informou o diretor executivo do circuito europeu, Keith Pelley.
Assim, a data prevista para o Campo de Golfe Dom Pedro Victoria será assumida pelo Open de Tenerife, que se move de sua data original de 15 a 18 de abril, para a qual o European Tour ainda procura um evento alternativo na Europa.
"Estamos obviamente desapontados com os desafios contínuos das viagens internacionais que levaram ao adiamento do Portugal Masters", reforçou, sem adiantar qualquer data alternativa à prova lusa.
O dirigente defende que a mudança de data para o Open de Tenerife, que terá lugar na semana seguinte ao Open de Gran Canaria "facilita as viagens pela Europa continental antes do Open de França".
"Também estamos a tentar um evento de substituição num outro lugar na Europa para que, entre 15 e 18 de abril, possamos dar uma programação completa e oportunidades de jogo aos nossos membros", concluiu.
A prova portuguesa tinha sido antecipada para a primavera, recuperando prémios monetários de 1,5 milhões de euros.
A Federação Portuguesa de Golfe (FPG) e os profissionais Ricardo Santos e Pedro Figueiredo consideraram esta sexta-feira sensata a decisão do European Tour de adiar o Portugal Masters, que estava previsto para 29 de abril a 2 de maio.
"É uma decisão acertada. Fazer um evento com a dimensão do Portugal Masters, pelo segundo ano consecutivo com muitas limitações na sua organização, no que diz respeito ao público, que é também uma componente importante, seria complicado. Pese embora o European Tour tenha realizado várias competições sem público ou com presença limitada", começou por defender Miguel Franco de Sousa, presidente da FPG, em declarações à Lusa.
O dirigente acredita que o adiamento do evento português, para uma data ainda a definir, tenha sido uma decisão tomada em consonância com o Turismo de Portugal e "em linha com aquilo que tem sido determinado pelo Governo de não haver eventos com público."
"Não sendo possível fazer um Portugal Masters com todo o seu esplendor, é natural que tenham optado por adiar a competição. Estamos numa fase excecionalmente boa, a sair de um confinamento, e a prática do golfe é completamente segura, mas, se tivéssemos um torneio com público, correríamos muitos mais riscos. Não querendo fazer um evento à porta fechada, terá sido uma decisão considerada pelo Turismo de Portugal e pelo European Tour, tendo em conta aquilo que é melhor para o país nesta altura", acrescentou.
Apesar de confiar na decisão do reagendamento da 14.ª edição do Portugal Masters, que será substituído no calendário do Circuito Europeu pelo Open de Tenerife, Miguel Franco de Sousa antevê um "desafio encontrar uma nova data para o torneio" até ao final do ano, altura em que já está "garantida a realização do Open de Portugal, com ou sem público, no Royal Óbidos Golf Resort", entre 23 e 26 de setembro.
Tal como o presidente da FPG, o profissional Ricardo Santos, um dos três portugueses membros do European Tour esta temporada, a par de Pedro Figueiredo e Filipe Lima, compreende a medida anunciada hoje, devido às limitações de viagens causadas pelo novo coronavírus.
"Lamentaria se fosse cancelado, mas adiar não é grave. Visto os momentos difíceis vividos recentemente em Portugal com a pandemia da covid-19, julgo que precisamos de ser mais cautelosos", explicou o algarvio, defendendo que a realização do Portugal Masters "no final do verão seria, em princípio, mais seguro do que em abril", como estava previsto.
Pedro Figueiredo, apesar de confessar ter "recebido a notícia hoje com muita pena, porque há sempre muita vontade e motivação para jogar o torneio em casa", defende que "é necessário respeitar a decisão."
"As entidades governamentais e o European Tour sabem o que é melhor fazer nesta altura e, portanto, temos de compreender e esperar por uma nova data para jogar o torneio", concluiu o lisboeta.