Pedro Figueiredo e Ricardo Santos vão competir no swing do Reino Unido
A difícil situação da pandemia no Reino Unido e as previsíveis dificuldades de circulação de pessoas entre Portugal e aquele país, agora que o corredor aéreo para as ilhas britânicas ainda não inclui cidadãos oriundos do nosso país, são temas que preocupam, mas não assustam os jogadores portugueses do European Tour no regresso à competição.
Ricardo Santos e Pedro Figueiredo, dois dos três portugueses com categoria do European Tour, vão mesmo participar em torneios da primeira divisão europeia entre 22 de julho e 30 de agosto. Só Filipe Lima optou por não viajar a esses torneios.
Esta segunda-feira, é previsível que o European Tour envie um documento aos jogadores informando-os de todos os procedimentos de segurança e saúde que deverão seguir para poderem competir no chamado "UK Swing".
Trata-se de uma série de seis torneios no Reino Unido que marcam a retoma do European Tour após um hiato de cinco meses, uma semana depois de concluídos os dois eventos austríacos do Challenge Tour de categoria "dual ranking", sobre os quais nos debruçámos aqui, em Record, no Sábado passado.
"São ótimas notícias, saber que ainda poderemos ter a oportunidade de competir este ano. Quero muito voltar a competir. São notícias motivadoras para a situação que estamos a enfrentar", disse Ricardo Santos à Tee Times Golf em exclusivo para Record, aludindo ao facto de há uns meses ter-se aventado a hipótese de não haver mais competição em 2020.
"É de forma positiva que vejo este regresso dos torneios do European Tour. Vejo que houve um esforço grande em conseguir organizar estes torneios e montar um calendário a partir de julho. Os jogadores estão todos com vontade de voltarem a competir", acrescentou Pedro Figueiredo, que, ao contrário de Ricardo Santos, planeia jogar antes nos tais eventos austríacos de dual ranking, entre 9 e 18 de julho.
O Reino Unido está a exigir um período de quarentena de 14 dias a visitantes oriundos de Portugal. O European Tour está ciente dessas dificuldades e tem estado em conversações com o Governo Britânico para isentar os jogadores dessa exigência, quiçá, apresentando, em contrapartida, um teste de resultado negativo, efetuado poucas horas antes de entrarem na ilha.
No caso de a quarentena não ser levantada para os jogadores do European Tour vindo de países "banidos" pelo governo britânico, Pedro Figueiredo terá de tomar uma decisão pois, para estar confinado em Inglaterra duas semanas antes do início do circuito, terá de faltar aos dois eventos austríacos.
De qualquer forma, o campeão nacional de 2013 disse-nos que «somos capazes de ter de fazer quarentena uns dias por lá», indicando preferir o "UK Swing".
Uma decisão que faz todo o sentido, pois as duas semanas de competição na Áustria têm em jogo um milhão de euros em prémios monetários, enquanto os seis eventos britânicos apresentam um total de "prize-money" de 6,25 milhões de euros.
Tudo começa a 22 de julho com o Betfred British Masters hosted by Lee Westwood, em Close House, nos arredores de Newcastle, com 1,25 milhões de euros em prémios.
Os restantes cinco torneios oferecem prémios de um milhão de euros cada um. A 30 de julho começa o English Open no Marriott Forest of Arden, em Birmingham. Segue-se a 6 de agosto o English Championship, no Marriott Hanbury Manor, em Hertfordshire. Depois vêm dois torneios no País de Gales, realizados no The Celtic Manor Resort, em Newport: o Celtic Classic a 13 de agosto e o Wales Open a 20 de agosto.
O "UK Swing" conclui-se com o UK Championship, em The Belfry, em Sutton Coldfield, de novo em Inglaterra, de 27 a 30 de agosto.
Sendo torneios de um milhão de euros, a lista de inscritos – que ainda não foi divulgada – poderá não ser a mais forte e, nesse sentido, prevê-se que os dois jogadores portugueses não tenham dificuldades em entrar diretamente.
"Penso que devo entrar no "UK Swing", visto que é no verão, logo, será "full field" (ou seja, com 156 jogadores)", declarou Ricardo Santos, o campeão nacional de 2016.
Pedro Figueiredo, por seu lado, aponta outra razão: "Penso que irei conseguir jogar, sobretudo os do "Swing" Britânico, até porque admito que alguns jogadores possam não ter tanta pressa em jogar os torneios todos, libertando lugares para jogadores como eu".
Mas enquanto Ricardo Santos, de 37 anos, deseja "jogar o máximo possível", ‘Figgy’, pelo contrário, planeia "não jogar os seis torneios seguidos, porque seria muito cansativo, mas talvez uns três ou quatro"
Em relação à complicada situação da pandemia no Reino Unido, com mais de 312 mil infetados e mais de 43 mil óbitos, os dois membros portugueses do European Tour acreditam que as medidas de segurança que irão ser anunciadas pelo European Tour em menos de 24 horas merecerão toda a confiança.
"O European Tour só organizará estes torneios se todas as medidas de segurança estiverem pré-estabelecidas e se tiverem a certeza de poderem ser cumpridas. Confio que assim seja", afiançou Pedro Figueiredo, de 29 anos.
"Sinto-me confortável com as medidas tomadas", disse, por seu lado, Ricardo Santos, que tornou-se membro do European Tour pela primeira vez no final de 2011 e é o único português a ter chegado a figurar no top-10 da Corrida para o Dubai.